A plataforma tentou, por meio de um algoritmo, quantificar a tristeza de músicas produzidas desde 1958
Embora soe contraditório, ouvir música triste pode ser prazeroso. E não só isso: a psicologia diz que, se você preferir esse tipo de canção, significa que é uma pessoa empática. Então, é um bom sinal se emocionar até às lágrimas com algumas canções? A plataforma digital de música Spotifyrealizou recentemente um estudo para revelar quais são as canções mais tristes da história. A cada uma das 35 milhões de faixas incluídas na plataforma foram acrescentados metadatos que incluem uma pontuação de valência para cada melodia de 0 a 1: “As faixas com alta valência soam mais positivas, alegres e eufóricas; e as com baixa soam de maneira negativa, triste, deprimidas e às vezes inclusive zangadas", disse o Spotify à BBC.
De acordo com esse critério, as canções mais tristes desde 1958 até hoje são:
1. The First Time Ever I Saw Your Face – Roberta Flack (1972)
2. Three Times a Lady – Commodores (1978)
3. Are You Lonesome Tonight? – Elvis Presley (1960)
4. Mr. Custer – Larry Verne (1960)
5. Still – Commodores (1979)
Ao analisar esses resultados, chega-se a uma confusa conclusão. A canção da Roberta Flack que encabeça a lista (e que, aliás, figurou como número 1 durante seis semanas em 1972) não é uma melodia triste por si mesma; pelo contrário, é romântica. O mesmo acontece com Three Times a Lady. Mr. Custer, por sua vez, é uma comédia que fala sobre um soldado que não quer lutar. Talvez as canções de Elvis Presley e Still, dos Commodores, possam de fato ser descritas como tristes.
Então, será que as máquinas conseguem detectar algo tão subjetivo e pessoal como a tristeza numa canção? Charlie Thompson, especialista em big data, fez um estudo similar ao do Spotify para medir a tristeza das canções da banda britânica Radiohead: "É difícil para uma máquina saber quanta nostalgia há nas canções, porque ela não tem as mesmas habilidades humanas para conhecer o contexto que cerca a pessoa e suas lembranças. Por isso, sempre é bom complementar estes estudos com análises psicológicas e assim obter resultados mais precisos", diz ao EL PAÍS. Apesar disso, Thompson esclarece que a análise de dados como a que o Spotify realizou é muito útil para diferenciar os tipos de ondas e, segundo isso, ordenar a informação.
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