As influências do Frevo vieram de várias partes do Brasil, como as Bandas Marciais do Rio de Janeiro, a arte da Capoeira da Bahia e até características sonoras de teor internacional se fundiram na terra de Pernambuco, formando uma nova manifestação cultural de ferver o corpo. Todas essas influências marcaram a questão musical recifense, classificando o Frevo em três tipos:
FREVO DE RUA– este tipo não possui letra, por isso não possui o foco de ser cantado pela multidão. Sabendo disto, nota-se que sua característica se dá pela execução de um ritmo frenético através dos instrumentos musicais, principalmente os de sopro, como trompetes, trombones, saxofone e tuba. Neste Frevo é onde a dança se faz presente, tornando-se o mais tradicional e referência para os outros estilos. Na música do frevo de rua é possível distinguir-se três sonoridades: o frevo-abafo ou de encontro, no qual predominam os instrumentos metálicos, principalmente pistões e trombones; o frevo-coqueiro, com notas agudas que exploram as oitavas elevadas e o frevo-ventania, constituído pela introdução de semicolcheias, trazendo um tom mais vivo e pulsante que, acaba temporariamente, em um acorde longo e perfeito, como se fosse uma fermata. As músicas mais famosas dessa classificação é a “Vassourinhas” (que se tornou o Hino do Carnaval Recifense) de Mathias da Rocha, “Último dia” de Levino Ferreira, “Trinca do 21” de Mexicano, “Menino Bom” de Eucário Barbosa, “Corisco” de Lourival Oliveira e “Porta-bandeira” de Guedes Peixoto.
FREVO-CANÇÃO – neste, o ritmo perde um pouco de sua essencial “frevância”, dando vez a sonoridade clássica e refinada, com um tom de frevo mais orquestrado e adocicado, se assemelhando muitíssimo com aspectos das marchinhas cariocas, pois ambas possuem, em sua estrutura, uma parte introdutória e outra cantada, que sempre giram em torno de um refrão, dando início a era melódica dentro do fervor. Os famosos frevos-canção são “Borboleta não é ave” de Nelson Ferreira, “Na mulher não se bate nem com uma flor” de Capiba, “Hino de Pitombeira”de Alex Caldas, “Hino de Elefante” de Clídio Nigro e “Vestibular” de Gildo Moreno.
FREVO DE BLOCO – onde a cantoria rola a solta igual nas marchinhas de carnaval. Possivelmente originado de serestas compostas por carnavalescos na época passada, esta classificação traz uma orquestra composta de Pau e Corda, como violão, banjos e cavaquinhos e, posteriormente, foram introduzidos o clarinete e um coral mantido por vozes femininas, vozes estas que marcaram um dado histórico na folia pernambucana, pois se deu início a participação efetiva da mulher na festa de Carnaval. As famosas composições dos frevos de bloco são “Valores do Passado” de Edgar Morais, “Marcha da Folia” de Raul Morais, “Relembrando o Passado” de João Santiago, “Saudade” dos Irmãos Valença e “Evocação n° 1” de Nelson Ferreira.
E é nesse caminho das "Origens à Modernidade" que chegamos ao final desta série especial sobre o Frevo. Passando pelos trilhos da "A Mistura que fez História", para entender como surgiu esta manifestação cultural tão enriquecida de valores e diversidade. Entendemos nossas referências afro-brasileiras com "A Censura que se Transformou em Arte", onde a capoeira se adaptou a repressão e virou dança. E, por fim, chegamos a concretização do "O Bloco da Canção de Rua", que se tornou Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2012, um título mais do que merecido a arte que exprime, quase em sua totalidade, as referências culturais brasileiras. Assim, a Estrela de Pernambuco que, iluminada pelo Sol do futuro, trouxe nas cores de seu Arco-íris, a nova era de Céu e Paz que Cruzou as margens do nordeste, trazendo alegria, felicidade e o precioso Frevo!
Fonte: IMMUB
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