Pedro Martins e Daniel Santiago mostram afinidade entre violão e guitarra em show em Belo Horizonte
Por Ana Clara Brant
Apesar de serem brasilienses, os músicos Pedro Martins (guitarra) e Daniel Santiago (violão) se sentem em casa quando se apresentam em Minas Gerais. Não só porque têm raízes mineiras – as famílias de ambos são de Patrocínio, no Triângulo –, mas por ter como uma de suas principais referências os artistas do Clube da Esquina. “A gente tem muitos amigos em BH e uma relação muito especial com a música daí. Milton Nascimento, Beto Guedes, Lô Borges, Tavinho Moura e tantos outros sempre nos influenciaram”, comenta Daniel.
Daí a alta expectativa do duo de mostrar o seu mais recente trabalho, 'Simbiose', por aqui. O álbum foi gravado em 2015 e ganhou projeção nos Estados Unidos, Alemanha e Grécia, após lançamento virtual em 2016. No ano passado, chegou ao mercado no formato físico por um selo norte-americano. Depois de passar por São Paulo, Gama (DF) e Brasília, a turnê se encerra com as apresentações hoje e amanhã, em BH. “É um projeto que está rendendo muitos frutos e alegrias e, depois de ter sido lançado fora do Brasil, está tendo boa repercussão nos Estados Unidos e no Japão.”
Daniel Santiago acumula indicações e prêmios – Tim Jazz Festival e o Grammy Latino de Melhor Grupo Instrumental, ao lado de Hamilton de Holanda–, enquanto Pedro Martins conquistou os prêmios do júri oficial e do público de melhor guitarrista no Montreaux Jazz Festival, em 2016. A dupla se conheceu quando Pedro foi assistir a uma apresentação do quinteto de Hamilton, em que Daniel fazia parte. “Desde então, a gente não deixou mais de se falar e de tocar juntos, apesar de termos projetos paralelos”, afirma Daniel.
Daniel Santiago conta que, apesar de ser 10 anos mais velho do que o amigo, um não deixa de aprender com o outro. “No começo, eu era uma referência para ele. Hoje em dia, com o amadurecimento do Pedro, ele também não deixa de me influenciar, tanto que até coproduziu meu último disco solo, União. O nome Simbiose vem daí, dessa afinidade, dessa interação”, explica.
O repertório do show é centrado nas faixas do disco, mas não vão faltar músicas autorais e do cancioneiro brasileiro. O setlist traz Bituca, Toninho Horta e Tavinho Moura e até artistas internacionais do rock e da música clássica, como Pat Mettheny, Pink Floyd, Led Zepelin, Debussy, entre outros. “A gente gosta muito dessa coisa do folclore, do Brasil profundo e, como estaremos em Minas, não vamos deixar de prestigiar a música mineira”, adianta o músico.
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