Serão lançados diversos discos, agregando novos nomes da cena local e veteranos. Confira a lista feita pelo Viver
Por Emannuel Bento
Ano será agitado para os músicos pernambucanos. Foto: Camila Pífano/Esp. DP e Flora Negri, Bieco Garcia e Ramses Ferraz/Divulgação
Já nas primeiras semanas de janeiro, nomes como Cristina Amaral (Flor do sertão), Cláudio Rabeca (Rabeca brasileira) e Igor de Carvalho (Cabeça coração) lançaram novos discos de inéditas. As movimentações de diferentes gerações e estilos logo no início do ano servem de presságio para 2019, que promete novidades de inúmeros músicos pernambucanos. Serão lançados diversos discos de inéditas, agregando novos nomes da cena local, veteranos e até mesmo retorno de gigantes. Confira a lista elaborada pelo Viver.
LIA DE ITAMARACÁ E DJ DOLORES
Segundo Semestre
Ícone da cultura pernambucana, a cirandeira Lia de Itamaracá, aos 74 anos, teve um álbum aceito pelo edital Natura Musical. A produção será de Helder Aragão de Melo, o DJ Dolores, conhecido na cena pernambucana desde os tempos do manguebeat. As gravações vão começar depois do carnaval, em abril, seguindo até maio. Posteriormente, o projeto será mixado para o lançamento no segundo semestre. O repertório ainda não foi decidido.
AVE SANGRIA
Vendavais (Primeiro semestre)
Quarenta e cinco anos depois do emblemático disco de 1974, Ave Sangria vai lançar um novo álbum de inéditas, intitulado Vendavais. Marco Polo (voz), Almir de Oliveira (voz e guitarra base) e Paulo Rafael (guitarra solo e viola) se reuniram para traçar novos planos e, estimulados por uma série de shows em 2013, decidiram extrair onze canções inéditas, compostas entre 1972 e 1974. A proposta continua sendo a mesma: unir o rock psicodélico com ritmos nordestinos. Juliano Holanda (baixo), Gilu Amaral (percussões) e Júnior do Jarro (bateria) completam a atual formação da banda.
ALMÉRIO
Desempena ao vivo (Primeiro semestre)
O acaso casa (Abril)
Almério se prepara para dois lançamentos em 2019. O primeiro será o CD/DVD Desempena ao vivo, gravado no Teatro de Santa Isabel para registrar o espetáculo proveniente de seu segundo álbum de estúdio. Contará com canções inéditas, incluindo composições de Pedro Luis e Chico César. Em abril, será a vez de O acaso casa (Biscoito Fino), feito em parceria com Mariele Castro e gravado ao vivo na Casa de Choro, no Rio.
ROMERO FERRO
FERRO (Primeiro semestre)
O expoente da nova geração pernambucana prepara seu segundo álbum de estúdio. O projeto dará continuidade ao que ele chama de “tropical wave”, mistura de brega com new wave - sonoridade de sucesso na década de 1980. A tendência já foi atestada nos singles Pra te conquistar e Acabar a brincadeira. Essa segunda venceu o prêmio de Melhor Música na Semana Internacional da Música, em São Paulo. Ele ainda tem mais dois singles guardados e um deles em parceria com a recifense Duda Beat. A produção musical é de Leo D, com produção artística de Patricktor4 e produção geral de Maurício Spinelli.
MARÍLIA PARENTE
Segundo semestre
Após lançar os singles Tristeza não existe e Alvorada, a cantora natural de Exu, no Sertão pernambucano, pretende lançar seu álbum de estreia apostando em uma mistura de música regional, com toques orientais e rock and roll, transmitindo suas experiências na estrada. O projeto tem selo da Pé de Cachimbo Records e terá participações de nomes como Regis Damasceno (Cidadão Instigado), Juvenil Silva, Feiticeiro Julião e Marcelo Cavalcante. Marília pretende reunir oito faixas, mas o número pode crescer.
IGOR DE CARVALHO
Cabeça de coração (lançado em 18 de janeiro)
O segundo álbum do cantor e compositor recifense representa uma fase de “desapego” que permeia tanto sua poesia quanto a sinestesia dos arranjos. Cabeça de coração foi gravado no estúdio Carranca, com produção musical assinada por Rogério Samico e arranjos do maestro e multi-instrumentista Henrique Albino. São 11 faixas autorais que procuram expor seu amadurecimento artístico. Entre as participações especiais estão Zélia Duncan, Johnny Hooker e o português Manel Cruz. O lançamento físico será no dia 30 de janeiro, às 20h30, no Teatro de Santa Isabel.
LUIZ LINS
Démodé (Primeiro semestre)
Um das promessas do rap nacional, o pernambucano natural de Nazaré da Mata vai lançar seu primeiro álbum, batizado Démodé. O termo baliza o conceito do projeto, que procura questionar “o que é considerado moda ou não”. Lins vai explorar referências da sonoridade de brasileiros como Nelson Gonçalves, Maysa, Belchior, Reginaldo Rossi e Jorge Ben Jor, também no R&B, soul e jazz americano. O álbum é aguardado com expectativa pelo nicho do hip hop, já que o jovem alcança números formidáveis nas plataformas digitais, a exemplo de Saudade, que atingiu 20 milhões de visualizações.
CIEL SANTOS
Enraizado (Primeiro semestre)
Após estrear o espetáculo Enraizado em 2017, o cantor agora lança o disco homônimo e com um repertório atual. As composições abordam temas presentes na trajetória do artista, desde sua vida no interior, as dificuldades enfrentadas pela androginia da sua voz, sua fé, os prazeres e intercâmbios artísticos. São onze faixas, sendo dez autorais e uma regravação - a música Carcará, de João do Vale e José Cândido.
ACCIOLY NETO
Tributo (Janeiro)
O cantor e compositor pernambucano Accioly Neto, falecido em 2000, ganhará álbum duplo de tributo neste mês, com algumas faixas menos conhecidas e sucessos famosos nas vozes de diversos intérpretes. A produção ficou por conta de Talitha Accioly, filha do músico, que também é uma das cantoras do projeto, junto com nomes como Fagner, Elba Ramalho, Zélia Duncan, Lucy Alves, Petrúcio Amorim, Maciel Melo e Santanna.
AYRTON MONTARROYOS
Um mergulho no nada (Primeiro semestre)
O álbum foi gravado ao vivo, num show em abril, no Teatro Itália, em São Paulo. O título foi extraído do verso da música Sem pressa para chegar (Capiba e Délcio Carvalho). São dez faixas interpretadas pelo cantor somente com o violão de Edmilson Capelupi. Thiago Marquez Luiz assina a produção, com canções como Açaí, de Djavan, Brigas nunca mais (Tom e Vinicius), e o single, Pé na estrada, que será lançado em 11 de janeiro.
DONA GLORINHA DO COCO
Segundo semestre
Aos 83 anos, Dona Glorinha do Coco se prepara para lançar o segundo disco de inéditas, com apoio do Funcultura. Será inteiramente composto por ela mesma. A mestra do coco de roda mais velha de Amaro Branco, em Olinda, comentou sobre o lançamento após um show no Carnaval da Casa de Cultura em 2018. Será mais um resultado de uma carreira incansável, que começou ainda aos 7 anos. Seu primeiro disco (homônimo) concorreu ao Prêmio da Música Brasileira em 2014.
FADA MAGRINHA
Lululoops (Segundo semestre)
O Lululoops é o novo projeto da arte educadora Lulu Araújo (Fada Magrinha) que será lançando neste ano e levará
ao público infantil sua nova pesquisa musical, onde mistura tecnologia, inovação e arte. O projeto está em fase de gravação e será lançado no início do segundo semestre. Para os palcos, a Fada Lulu prepara um show multimídia, com experiências sensoriais. O projeto conta com incentivo do Funcultura.
TONFIL
Segundo semestre
Neto de Louro do Pajeú e natural de São José do Egito, o cantor está gravando um álbum que terá a direção de Juliano Holanda. Apostará na miscelânea de gêneros musicais, que vai de baladas a boleros, num retorno do “cantar a poesia”. Uma regravação de Balada da sibita baleada, de autoria da poetisa Anaíra Mahin, e Outra oração, da caruaruense
Isabela Moraes, são algumas das faixas.
FEITICEIRO JULIÃO
Segundo semestre
Na ativa desde 2011, ano em que tocou no festival Abril Pro Rock, o recifense Feiticeiro Julião está terminando seu disco de violas, com canções feitas na estrada, e montou um show que inclui do baião à música caipira, passando pelo folk. Em 2017, ele havia lançado o clipe de Danças dramáticas, baseado num tema do folclore brasileiro, e criou a dupla de forró Caramurú e Julião, circulando por festivais importantes do Sul.
QUINTETO VIOLADO
Café setembro
O grupo composto por Marcelo Melo (voz e violão), Ciano Alves (flauta e violão), Roberto Medeiros (voz e bateria), Dudu Alves (voz e teclado) e Sandro Lins (baixo) iniciou, há três meses, um projeto chamado Café com o Quinteto Violado. Funciona como programa no canal do YouTube da banda. Em cada episódio, eles visitam uma cafeteria para degustar cafés e apresentar uma música inédita. Em setembro, todas as canções vão formar um álbum disponível nas plataformas digitais e haverá show no Teatro de Santa Isabel.
ACADEMIA DA BERLINDA
Segundo semestre
A Academia da Berlinda vai celebrar 15 anos de existência em grande estilo. A princípio, os rapazes querem lançar um vinil comemorativo para aniversário. Também planejam um álbum de inéditas que ainda vai entrar na fase mais ágil de produção após o carnaval, período agitado para a banda, fundada em Olinda. O sucesso de Nada sem ela (2016) ainda está tendo seu repertório orquestrado, mas deve misturar cumbia, música caribenha e pernambucana.
BRUNO LINS
Vereda caminho - lançado no dia 21 de janeiro
O recifense Bruno Lins se destacou como cancioneiro popular ao liderar, por mais de dez anos, a banda de forró Fim de Feira. Nesse período, entoou sonoridades regionais e poéticas ligadas à tradição cordelista. Estimulado pelo novo momento de experimentação, o artista reuniu canções engavetadas, juntou outras mais frescas e adentrou no Estúdio Muzak, em Casa Forte, com um elogiado time de músicos e cantores para registrar a epifania criativa que se tornou o seu primeiro álbum solo: Vereda caminho, lançado no final de 2019 exclusivamente no site brunolins.com. O lançamento físico será nesta quarta-feira (21), às 20h, no Teatro Hermilo Borba Filho.
CARLOS FERRERA
Daquilo que o coração come (Primeiro semestre)
Paixões, lutas, fé e sede tão tom ao primeiro disco do cantor e compositor Carlos Ferrera, Daquilo que o coração come. O título foi extraído de uma das faixas, sintetizando sua busca pelo entendimento do que o move na vida. Composto por 11 faixas, o projeto conta com parcerias de nomes da música pernambucana contemporânea como Barro, Jam da Silva e Júlio Morais, além de composições de autores como Alex Guterres, DJ Incidental, Muta, Pedro Saldanha e Márcio Oliveira. O disco tem apoio do Funcultura.
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