TUPÃ
Ouvi o latir de Tupã correndo em círculos ao redor do cacimbão, como que a querer encontrar algo que não existia, qualquer coisa que ali se perdera. Ele sempre fazia assim embora nunca achasse o que procurava posto que nada havia para ser achado. Mas, ainda assim, ele corria em círculos ao redor do cacimbão sempre que eu chegava em casa. Era sua forma de demonstrar afeto e amizade. Hoje não mais há cacimbão nem Tupã. Resta, apenas, um olhar no espaço e um ouvido atento a escutar o seu latir, rodando em torno de um tempo que também mais não há. O que procurava Tupã? Onde está Tupã? Ainda existe afeto e amizade?
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