Por Mariana Peixoto
Assim que a vida quiser, segundo álbum de Rodrigo Borges, é um disco de encontros.
A faixa-título, parceria de Borges com Murilo Antunes, foi a primeira a ser registrada. Aproveitando uma temporada que Jorge Continentino, saxofonista radicado em Nova York, passava em BH, Borges o convidou para produzir a canção. Jorge, por seu lado, convidou o irmão, o baixista Alberto, bem como Jason Lindner, tecladista de Blackstar (2016), último álbum de David Bowie, para participar do registro.Jorge voltou para os EUA e Borges assumiu a produção. O disco, que ganha show de lançamento nesta quinta (27), no Sesc Palladium, vem a público somente nesta semana. Contrariando a prática atual, onde os trabalhos são lançados primeiramente nas plataformas digitais, Borges faz o lançamento com o CD (que chegou ontem da fábrica). Somente nas próximas semanas Assim que a vida quiser será disponibilizado nas plataformas.
Para esta noite, Borges terá uma convidada de luxo. Mart’nália participou do disco regravando com ele Onde Deus possa me ouvir, de Vander Lee. “O legal é que não é uma mera participação. Ela vai participar de pelo menos metade do show”, comenta Borges. A relação com a cantora e instrumentista carioca é recente.
Em dezembro, para um show dos 120 anos de BH na Praça da Estação, Borges a convidou para dividir com ele a canção de Vander Lee, em homenagem ao cantor e compositor morto em 2016. “Quando terminamos, o povo estava todo chorando. Resolvemos gravar a música então. Fizemos a base aqui e ela gravou no Rio”, conta Borges.
Na mesma noite, ela também conheceu Otto, que participou do evento ao lado de Marcelo Veronez. Terminado o show, foram todos jantar. A noite se prolongou e uma turma acabou chegando ao Bolão. “Naquele fim de noite, o Otto virou para mim e falou: ‘Cara, quero entrar para o Clube da Esquina’”, relembra Borges. O pernambucano mandou, de cara, os primeiros versos do que veio a se tornar Amanheceu no Rio, samba em parceria com Borges.
Com oito faixas, Assim que a vida quiser tem duas regravações: Queixa, de Caetano Veloso (com as participações de Mauricio Tizumba, Júlia Dias e Play) e Paisagem da janela, de Lô Borges e Fernando Brant, aqui gravada em xote.
Com sonoridade diversa, o álbum tem um pé no soul (Pelas tardes azuis de verão, de Borges) e propõe o encontro do hip-hop com as harmonias da música mineira – Invasão bárbara é uma parceria de Borges com o rapper Roger Deff, que manda as rimas em meio à guitarra de Toninho Horta.
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