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sábado, 11 de agosto de 2018

PETISCOS DA MUSICARIA

Por Joaquim Macedo Junior


OS CLÁSSICOS E ERUDITOS DE NOSSA REGIÃO

Josefina Aguiar: pianista pernambucana, amante de Grieg, executava Capiba e Nelson Ferreira


Pesquisava compositores e instrumentistas eruditos e classicos regionais, como o potiguar Cussy de Almeida, os pernambucanos Marlos Nobre, Antonio Meneses, Inaldo Moreira, entre outros.

Quase envergonhado pela desinformação, encontrei Josefina Aguiar, que, segundo os dicionários Ricardo Cravo Albin e Renato Phaelante e textos da Fundação Joaquim Nabuco, foi uma das mais completas pianistas brasileiras.

Josefina iniciou cedo sua carreira artística, conseguindo logo uma notória consagração pública.

Sua primeira audição foi aos 8 anos, na presença de amiguinhos, como o futuro político Marcos Freire.

O Recife, porém, só a ouviu tocar, pela primeira vez, no rádio. O pai a levara ao programa de Nelson Ferreira, na Rádio Clube de Pernambuco. Sem saber que estava no ar, tocou o adágio da Sonata ao Luar, de Beethoven.

O episódio rendeu-lhe fama imediata e um ilustre fã, o multiacadêmico, dramaturgo e escritor Valdemar de Oliveira, que viria a ser seu mentor.

A dificuldade em encontrar vídeos ou registros sonoros com Josefina Aguiar, levou-me a dispor de notícia do NETV de 2013 para apresentar um pouco de sua história e talento.


Com sólida formação musical recebida no Recife, Salvador, Rio de Janeiro, na Suiça e na Austria, foi a primeira menina solista a tocar na Orquestra Sinfonica do Recife (OSR), aos 11 anos.

É considerada um dos raros talentos que despontaram na década de 1940, em Pernambuco.

Sua garra em preservar a música classica tornou-a conhecida como “a dama da resistência” e de “leoa do Norte”.

Josefina Aguiar fundou o curso de música da Universidade Federal de Pernambuco, atuando nas áreas de piano, transposição e acompanhamento, solfejo, prática de conjunto, música de câmara e nas salas de canto e instrumentos melódicos.

Foi finalista do 12º Concurso Internacional de Munique, Alemanha, recebeu a medalha do mérito Joaquim Nabuco e o troféu cultural do Conselho de Cultura da Cidade do Recife.

Fez parte do TAP (Teatro de Amadores de Pernambuco) e atuou ao lado de grandes nomes internacionais, como Marion Mathaus, Claudio Santoro, Michael Haran e Corine Sertilange, entre outros.

Constam de seu repertório obras importantes, como a de Edward Grieg (Concerto em Lá Menor para Piano e Orquestra) – sua interpretação é conhecida como uma das mais famosas do Brasil.

Em dupla ou individualmente, Josefina era uma artista especial. As apresentações no Brasil foram inúmeras, incluindo a Escola Nacional de Música, no Rio de Janeiro.

Valorizava os compositores pernambucanos como Capiba, Nelson Ferreira, Alfredo Gama, Zuzinha, Misael Domingues e um desconhecido chamado José Capibaribe, que na verdade era um pseudônimo de Valdemar de Oliveira, aquele que se tornara seu fã desde a primeira apresentação na Rádio Clube de Pernambuco.

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