Primeiro disco do artista, 'RC na veia' foi lançado nos formatos CD e DVD. Dudu planeja turnê pelo país
Por Ana Clara Brant
Ser filho de quem é, carregar o nome dele e ainda seguir sua profissão nunca foi tarefa fácil para Roberto Carlos II. Dudu Braga – como é conhecido – até hoje se diverte com o apelido que lhe deram na infância: Segundinho. “Eu me chamo Roberto Carlos Braga II (registrado assim, em algarismos romanos). Quando quero tirar um barato com alguém, falo que sou parente de William, Kate Middleton (risos). Mas, brincadeiras à parte, sempre quis ficar fora de tudo isso, inclusive do mundo artístico, mas não teve jeito”, conta.
Na tentativa de fugir do showbiz, Dudu chegou a trabalhar como vendedor de automóveis, mesmo sabendo tocar bateria desde moleque. “Só quando entrei na rádio (há quase 20 anos ele comanda um programa só com canções do pai em uma emissora de São Paulo) é que aprendi a me virar, porque a gente acaba se soltando, se interessando mesmo por esse meio. Ser filho do Roberto Carlos faz parte da minha identidade, simplesmente porque os nossos pais fazem parte da nossa identidade, e não porque ele é um cantor famoso. No dia em que desencanei dessa história, a coisa fluiu”, afirma Dudu, que acaba de lançar seu primeiro disco. “Apesar de eu ter feito participações em discos de vários artistas, como a Wanderléa, este é o primeiro em que toco do início ao fim e é com minha banda”, explica.
O álbum e o DVD RC na veia (Sony Music), que também é o nome da banda que ele montou há quase 5 anos, traz releituras de sucessos da fase roqueira do “paizão”, como ele chama Roberto Carlos. O quarteto formado pelo próprio Dudu Braga (bateria), Alex Capella (voz), Fernando Miyata (guitarra) e Juninho Chrispim (baixo) toca clássicos do cantor e compositor capixaba como É proibido fumar, Quando, Parei na contramão, Ciúme de você e As flores do jardim da nossa casa (feita em homenagem a Dudu). Desde que começou a se interessar por música, Dudu se identificou com o rock. Há algum tempo acalentava a ideia de dar a canções de Roberto numa roupagem mais pesada. “A gente quis fazer um metal mesmo, um rock mais assumido, com o peso da guitarra, baixo, uma batera mais marcada. Fernando (Miyata) foi o nosso maestro e responsável pela maioria dos arranjos”, diz.
VIRGENS
Boa parte do repertório é da época da Jovem guarda, mas o baterista esclarece que a sonoridade é bem diferente daquela das “jovens tardes de domingo”. “Não é que eu tenha nada contra a Jovem guarda, muito pelo contrário. Mas a ideia era outra. Alguns dos músicos nem conheciam tanto o trabalho do meu pai, e isso até que foi um lado bacana; eles eram ‘virgens’ de RC. A única preocupação era não perder a essência do Roberto e respeitar a linha melódica. E acho que conseguimos”, comenta Dudu, que é pai de Laura, de 2 anos e meio – o nome da menina é uma homenagem à avó de Dudu. “Fizemos até uma versão metal de Lady Laura, e o paizão gostou. Quem sabe não entra no RC na veia volume 2?. Repertório para isso tem”, afirma.
Boa parte do repertório é da época da Jovem guarda, mas o baterista esclarece que a sonoridade é bem diferente daquela das “jovens tardes de domingo”. “Não é que eu tenha nada contra a Jovem guarda, muito pelo contrário. Mas a ideia era outra. Alguns dos músicos nem conheciam tanto o trabalho do meu pai, e isso até que foi um lado bacana; eles eram ‘virgens’ de RC. A única preocupação era não perder a essência do Roberto e respeitar a linha melódica. E acho que conseguimos”, comenta Dudu, que é pai de Laura, de 2 anos e meio – o nome da menina é uma homenagem à avó de Dudu. “Fizemos até uma versão metal de Lady Laura, e o paizão gostou. Quem sabe não entra no RC na veia volume 2?. Repertório para isso tem”, afirma.
Quando apresentou o projeto ao Rei, Dudu diz que nem o pai imaginava que tivesse feito tanto rock’n’roll na carreira. Roberto não só aprovou o resultado como ainda fez uma participação na faixa Se você pensa. RC na veia, que tem produção de Rafael Ramos e foi gravado ao vivo na Casa Natura, em São Paulo, conta com convidados bem especiais. Toni Garrido solta a voz em As curvas da estrada de Santos, enquanto Digão, dos Raimundos, toca guitarra e imprime sua marca em uma das faixas mais interessantes do trabalho, Esse cara sou eu. Já o guitarrista do Sepultura Andreas Kisser mostra seu estilo em Além do horizonte e Não vou ficar.
Os artistas mineiros também estão presentes. Rogério Flausino e a bagagem black/soul/funk do Jota Quest emulam a fase de Roberto do final dos anos 1960 em Não vou ficar. “Sou fã dele (Flausino) e do Jota há anos. Amo soul music e acho que eles têm esse estilo que o paizão chegou a ter no passado e ainda gosta muito. Sem contar que nossa versão de Além do horizonte é mais baseada na versão que o Jota Quest gravou do que na original do Roberto. Em É proibido fumar, a gente mistura um pouco de surf music, Black Eyed Peas e Skank, que também gravou essa música. Além disso, a linha de voz do Alex (vocalista) nessa faixa é a mesma do Samuel (Rosa)”, comenta Dudu. O gran finale fica por conta de É preciso saber viver, quando todos os convidados se reúnem no palco.
Aos 49 anos, Dudu Braga planeja sair em turnê pelo país com o disco. “Já temos shows marcados em São Paulo e no Rio. Mesmo eu trabalhando com música há tanto tempo, sendo produtor musical, confesso que nunca imaginei que o projeto ia ficar deste tamanho, com uma gravadora grande encampando-o e que meu pai iria gostar tanto. É uma conquista profissional, mas pessoal também.”
VEIA ROQUEIRA
Confira o repertório do álbum
1 - Quando
2 - Eu sou terrível
3 - É proibido fumar
4 - As curvas da estrada de Santos – Toni Garrido
5 - Lobo mau
6 - Ciúme de você
7 - Splish splash
8 - Esse cara sou eu - Digão, dos Raimundos
9 - As flores do jardim da nossa casa
11 - Além do horizonte – Andreas Kisser
12 - Não vou ficar – Rogério Flausino
13 - Você não serve pra mim
14 - Parei na contramão
15 - Se você pensa – Roberto Carlos
16 - É preciso saber viver
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