SERRA DA GURITIBA
Despendi, na Serra da Guritiba, o mesmo tempo de sempre para me acordar. E gastei o mesmo tempo que sempre gasto para tomar café, no Recife ou em qualquer outro lugar do mundo. E fui. Prá longe. O Museu de Exu estava fechado, embora fizesse apenas um dia que os admiradores de Gonzaga tivessem comemorado o seu centenário. Mas no Araripe lá estavam as duas senhoras que conheceram e conviveram com ele e que sabem muito mais sobre o Rei do que qualquer Museu. Vontade de ficar, tendo que ir. E fui. No Bodocó, a casa do cantor amigo e parceiro estava com o cadeado na porta e seu telefone desligado. No rancho do outro cantor, também parceiro e amigo, outro cadeado no portão e ninguém lá dentro. O cantor do rancho estava em um lugar longe chamado Itapetim. Em Timorante os vendedores de queijo decretaram folga e não havia queijo pra vender. Menos mal que o bar da estrada permanecia aberto e a cerveja bem gelada. Na volta, um macaquinho, à margem do Itamaraji, implicava com as galinhas para alegria do casal de Picos – ou seria de Floriano? – que tomava cerveja na mesa ao lado da minha. Foram duzentos quilômetros de serra, subidas e descidas, até a volta. Fiz tudo isso, sem pressa e sem correr e ainda são quatro e quinze. Por que será que os relógios, na Serra da Guritiba, são mais preguiçosos do que todos os outros relógios? Fosse no Recife já teria terminado o Jornal Nacional.
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