ÁGUAS E CHÃOS FELIZES
O dia pousava na água do rio esperando a noite. Ainda dava tempo de tomar um copo de sol enquanto a lua não chegasse pra encher meu olhar de seu azul. E tinha que ser rápido no meu ingerir pois quando meu olhar azulrece não gosto de beber luz. Enquanto o perfume do sol se dissipava podia-se ouvir, claramente, a prosa das águas sobre o dia que chegava ao fim. E elas só falavam de coisas boas: de passarinhos canoros, de borboletas coloridas, de fadas madrinhas e de tempos ditosos. O conversar das águas assim como as vozes do chão é num idioma que nem todos entendem. Ganhei de presente, num Natal distante, um dicionário que me ensinou o falar das águas e o linguajar dos chãos. E posso dizer como são alegres as águas, como são felizes os chãos.
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