Por Ingrid Rabêlo
Este artigo descreve um período que a Música Popular Brasileira – MPB, tornou-se esquecida pela introdução de novas músicas e ritmos. A MPB chegou a decadência por desvalorização econômica e por meios de autoridades que introduziam o estrangeirismo musical ao Brasil. Devido a essa situação alguns profissionais do meio artístico musical procuraram outros recursos para se manterem e deixando a música por algum tempo e outros por definitivo. Com o passar dos anos, surgiram novos nomes para dar continuidade a MPB, onde houve um declínio de desvio da sua originalidade histórica. Atualmente, a desvalorização da história brasileira vem chamando a atenção diante das músicas produzidas por novos rits, difamando a mulher em sua totalidade, e estimulando a criminalidade na sociedade. A música tem um grande papel social e um grande poder perante o povo e a favor da sociedade. Por isso, o perigo de se alimentar a esses fatos existentes. A raiz deve ser mantida e a história continuada, dentre o respeito e a fiscalização.
INTRODUÇÃO
Em meio aos anos 60 a 90, as músicas eram o espelho da alma artística, movidas por grandes reflexões, protestos, questões ambientais, romantismo, ciclo familiar, situações do dia-a-dia. As composições transmitiam emoções, mensagens, sentimentos. Era algo enriquecedor, alegre, bom para os ouvintes. Muitos músicos sofreram pela censura de suas letras musicais, pela cor de sua pele, pelo modo de se expressar, pelo estilo das vestimentas e por ser músico.
A discriminação e o racismo continuam presentes no meio artístico, a maneira que olham para os músicos, ainda não enxergam como profissionais e sim como uma pessoa que não tem se quer um futuro promissor. Porém, hoje, a sociedade enxerga estes profissionais diferenciando-os entre os mesmos, famosos e não famosos. A desvalorização da profissão artística, derrubou diversos talentos, e levantou outros, entre estes, houve a ridicularização artística. Os músicos de qualidades, perderam o espaço de escolha musical, estilos e composições, itens qualitativos que predominam uma boa sonoridade.
Estes fatos, ocorrem por algumas circunstâncias econômicas, estrangeirismo, predominação social, autoridades governamentais e etc. A realidade que vivemos é triste. A liberdade de expressão tornou-se um fator vergonhoso, onde o objetivo das músicas elaboradas, vem desmoralizando a mulher, reforçando o vandalismo, a criminalidade e desfazendo de uma sociedade e de um país rico culturalmente, musicalmente e artisticamente. Sabe-se que a música tem um poder de mover a grande massa, pessoas de diversas classes sociais e diferentes culturas ou situações, isso tudo, através dos ritmos, compassos, letras e estilos musicais.
A MPB está em total decadência. O consumismo vem prevalecendo no meio artístico, tornando o capital, o principal motivo de uma apresentação ou evento, e não mais a paixão pelo o que se faz. Assim, os profissionais passaram a investir em estudos e trabalhos fora do ramo musical por um tempo, e outros para sempre. Por que deixar o mundo preto e branco se temos diversas cores? Estes artistas, que tanto lutam por uma posição digna, são as pessoas que mexem no mundo de modo a colorir e espalhar alegria por onde tocam e cantam.
Posterior a esta crise no meio artístico, houve uma transformação, a passagem de jovens talentos, novos ritmos e investimentos. Hoje vem alcançando a sociedade através das músicas sertaneja, arrocha e funk. Este nosso ciclo tem trazido músicas compostas de letras baseadas em traições, sofrimentos, infidelidade, ostentações, pornofônias e utilizando a figura feminina como símbolo sexual e objeto de prazer, além das letras que transmite aos ouvintes ofensas, agressões e gestos pornograficos desvalorizando a mulher brasileira.
A proporção que a MPB não evolui da raiz existencial, nos faz pensar: são estas, as músicas que tenho para escutar, são estas palavras desrespeitosas que tenho para ouvir? As mulheres trabalhadoras, donas de casa, alicerce de sua família, que lutaram e lutam pela igualdade, liberdade e contra o preconceito, são estes, o retorno de suas conquistas e batalhas que devemos escutar nas rádios, internets, televisões e celulares?
Contudo apresentado, é vergonhoso o comparativo da censura sob as músicas que tanto agregavam a sociedade e a evolução cultural artística de antigamente, diante da liberdade de expressão vista nos últimos tempos, onde não há repúdio e nem legitimidade para a retirada destas canções que constrangem o povo, a conduta, a moral, a ética, as lutas, a história e a cultura brasileira, nordestina e da Bahia.
O samba, o baião, o forró, o pagode alegre saudável, a MPB, fazem parte de uma história, de vários marcos sociais, de períodos da evolução do Brasil. E por isso, devem ser mantidas por gerações, respeitadas e engrandecidas, e não esquecidas ou substituídas por novos rits populares que desmerecem o povo e sua culturalidade por difamações e negligências verbas e dançantes. A cultura brasileira por vez, precisa ser continuada a rigor da sua evolução histórica e enriquecida de conhecimentos. É importante lembrar que ao exterminar a MPB, estarão extinguindo a história de um povo e a cultura de um país chamado Brasil.
REFERÊNCIAS
CARNEVALI Guia, Flores Dissertação: “A Mineira Ruidosa” Cultura Popular e Brasilidade na Obra de Alexina de Magalhães Pinto (1870-1921). São Paulo 2009. file:///C:/Users/ingrid/Downloads/FLAVIA_GUIA_CARNEVALI.pdf.
ESQUENOZI, Rose. Professora e crítica da Rádio EBC. Com humor, rádio e música, criticavam a influência estrangeira em nossa língua. 2015. http://radios.ebc.com.br/todas-vozes/edicao/2015-03/o-radio-faz-historia-fala-sobre-o-estrangeirismo-na-musica-popular.
FLORES SABOLSWKI, Lucas Artigo 165233.html: A Desvalorização da Música Brasileira. Universidade de Caxias do Sul. Centro de Ciências da Comunicação. www.trabalhofeitos.com.
KOBYLINSKI, Diego. A Influência da Música na Sociedade. Edição Impressa. 2011. Jornal Inverta. https://inverta.org/jornal/edicao-impressa/445/cultura/a-influencia-da-musica-na-sociedade.
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