Por Joaquim Macedo
“Que Bonito É”: a trilha do futebol que o Canal 100 eternizou
Falar em Luiz Bandeira é lembrar imediatamente de “Voltei, Recife”, “É de Fazer Chorar” (Ó Quarta-feira Ingrata) e outros tantos sucessos.
É assim: a senha para sentir-se um local ao chegar no Carnaval do Recife e de Olinda é saber de cor e salteada a letra de pelo menos um destes clássicos frevos-canção.
Na Cadência do Samba (“Que Bonito É”) – de Luiz Bandeira,
com Waldir Calmon e sua Orquestra
Luiz Bandeira, cantor, musico e compositor pernambucano nasceu em 25 de dezembro de 1923, falecendo em 22 de fevereiro de 1998, um domingo de Carnaval do Recife.
Passou parte de sua infância em Maceió-AL, onde participou de grupos de repentistas nas feiras locais.
Estreeou sua carreira artística em 1939, num programa de calouros da Rádio Clube de Pernambuco, que o contratou em seguida. Foi violonista, radioator e crooner.
Em 1950, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estreou nas noites cariocas como cantor de orquestra no Copacabana Palace.
Foi nesse período que Bandeira compôs “Na Cadência do Samba” (Que Bonito É), por muitos anos executada como tema de fundo de jogos de futebol, exibidos pelo jornal de cinema, o famoso Canal 100.
Não confundir com “Na Cadência do Samba”, de Ataulfo Alves, Paulo Gesta/ Matilde Alves, como podem comparar abaixo:
Na Cadência do Samba – de Ataulfo Alves/Paulo Gesta/Matilde Alves,
com Elizeth Cardoso
Bandeira é considerado um dos maiores compositores de frevo, além de sucessos gravados por Luiz Gonzaga, “Onde tu tá, Neném’, por Clara Nunes, “Viola de Penedo” e muitos outros nomes da música popular brasileira.
Para que não se diga que Bandeira fez aquele samba, de forma incidental, ouçam essa melodia (Apito no Samba), executada pelo maestro Moacir Santos, um conterrâneo de alto quilate (Ouro Negro).
O Apito no Samba, de Luiz Bandeira, interpretação do Maestro Moacir Santos
Durante sua carreira, gravou alguns discos e ganhou prêmios por seus frevos. No final dos anos 80, aposentou-se e voltou a morar no Recife.
Outras composições de Luiz Bandeira: Maria Joana, baião (Continental, 1952); Sincopado, choro (Continental, 1953); Bom Danado, frevo canção em parceria com Ernani Seve (Continental, 1954); Marcha da pipoca (Todamérica, 1954); O que os olhos não vêem, samba (Continental, 1955); Recado de Olinda, samba (Continental, 1958); Samba com Luciano (Continental, 1959); Açucena (Continental, 1959); Nossa timidez, bolero em parceria com Alberto Lopes (RCA Victor, 1960).
Semana que vem tem mais…..
Fontes: Dicionário Renato Phaelante; Dicionário Ricardo Cravo Albin; Fundaj; Wikipedia; Pernambuco de A a Z.
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