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sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

CANÇÕES DE XICO



HISTÓRIA DE MINHAS MÚSICAS


Já em estúdio, gravando o primeiro CD, senti falta de uma música para completar a ‘tradicional’ quantidade de 12. Ouvindo um disco de Heleno dos 8 Baixos, tocador de Caruaru que mora na França, veio a idéia de homenageá-lo fazendo um xote falando das coisas de Paris. Daí saiu o Último Xote em Paris, gravado por Nico di Pádua e Serginho Luz. Ainda hoje rio com o trabalho que tivemos pra que Nico pronunciasse corretamente o ‘le derniére em Paris’. Vejam como ficou.


ÚLTIMO XOTE EM PARIS
Xico Bizerra

valei-me, notre-dâme, onde foi que eu vim parar 
do sertão de pouca sombra, incandiou-me tanta luz 
sem ter capibaribe no sena vim navegar 
rapadura com manteiga, brioche com cuscus 
lá do triunfo dá prá torre espiar 
é tanto boulevard e só de veredas eu sei 
eu tô vexado é prá hora do au revoir 
les enfants de la patrie, qualquer dia eu voltarei

meus oito aqui por quinze é multiplicado 
e o povo agalegado se renda ao pié-de-bodé 
eu meto o dedo nos oito e em quantos venha 
até parece to nas brenhas, ô xente, vou me benzer 
vixe, que saudade, do cheiro da açucena 
do abraço da morena, é só lá que eu sou feliz 
eu sinto falta do fungar no teu cangote 
mas só vou depois dum xote, o derradeiro em paris 
le dernière em paris

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