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sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

CANÇÕES DE XICO



HISTÓRIA DE MINHAS MÚSICAS

Mais uma das quase trinta parcerias que tenho – com o maior orgulho, com Maria Dapaz. Repetiu-se a fórmula: encaminhei-lhe a letra e ela devolveu a melodia comportanto, metricamente, todo o palavreado que lhe enviara. Falo da chuva, desde o sereno até a tempestade, metaforizando algumas situações que alegram o homem do campo, o sertanejo. A versão que acompanha esta postagem é a cantada por Joquinha Gonzaga, ressaltando que a música também foi gravada por Aracílio Araújo.


TORÓ DE ALEGRIA
Maria Dapaz e Xico Bizerra

a boa nova que hoje corre na cidade 
vai chover felicidade, alegria trovejar 
eu vou vexado, botar o pote no terreiro 
aguardar o aguaceiro, começou relampejar 
o santo zé, nesse março dezenove
‘cabou o chove não chove, mandou chuva pro sertão 
muito valeu ter ‘debuiado’ o meu rosário, 
procissão com seu vigário, promessa, ‘joei’ no chão

vou me ‘moiar’ todim, todim
vou me ‘moiar’ todim, todim 
se a chuva é de felicidade 
pode chover à vontade 
toró de alegria sobre mim 
vou me ‘moiar’ todim, todim
vou me ‘moiar’ todim, todim 
meu padim vem cá me ajude
eu quero encher o meu açude 
depois me ‘moiar’ todim

não é sereno, é chuva muita, é tempestade
água em quantidade chegando prá me alegrar 
chuva de tarde, de noite, a toda hora
chuva que só vai ‘simbora’ depois de me aguar 
e todo pingo que cair será guardado, 
tem goteira no telhado, vasilha prá aparar 
é tromba d’água, promessa de sortimento
cinco mil quilo de vento pr’essa chuva ‘espaiar’

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