Repertório de 'Eu sou o caminho' traz 'Ave Maria', clássico de Schubert, e canção dedicada a crianças exiladas
Por Alef Pontes
Em seu novo trabalho, Elba Ramalho regravou 'O homem', antiga canção de Roberto e Erasmo Carlos. (foto: Marcos Rosa/Divulgação)
Devota de Nossa Senhora, Elba Ramalho professa mais uma vez a fé em seu trabalho. Lançado às vésperas do Natal nas plataformas digitais, o álbum Eu sou o caminho traz mensagens sobre amor e renovação. Projetado no “místico sagrado” do universo espiritual, como define a cantora, o disco reúne 12 faixas, entre inéditas e regravações. O repertório tem clássicos de Roberto Carlos a Franz Schubert, o autor da icônica Ave Maria.
A faixa de abertura é O homem, de Roberto e Erasmo, lançada pela dupla em 1973. “Tudo que aqui/ Ele deixou/ Não passou e vai sempre existir/ Flores nos lugares em que pisou/ E o caminho certo pra seguir”, diz o refrão. “É uma canção muito antiga, mas muito atual. Como Deus, né? Deus está desde sempre. É o mesmo e continuará sendo o mesmo por toda a eternidade”, declara Elba no vídeo divulgado nas redes sociais para promover o disco.
Com direção musical e arranjos do maranhense Zé Américo, Eu sou o caminho busca o equilíbrio entre o popular e o sacro, assim como ocorre nas manifestações inspiradas na oralidade nordestina. Entre os convidados de Elba estão o padre Fábio de Melo, o compositor Gilson (autor de Casinha branca) e um coral sacro. Há também composições assinadas por Altay Veloso e Nando Cordel.
SÍRIA
Um dos destaques do repertório, o reggae Deixe o amor fazer a lei, encomenda de Elba ao parceiro Zé Américo, defende a paz para as crianças forçadas ao exílio devido à guerra da Síria. “Deixem crescer os meninos feito frutos no pomar”, diz a letra.
A banda que acompanha Elba é formada pelo guitarrista Leonardo Amuedo (que tocou com Chris Bold e Ivan Lins), o baixista Ni Conceição, o baterista Camilo Mariano, o guitarrista Pedro Braga e o próprio Zé Américo (teclados, programação e arranjos). “Apesar de Elba ser extremamente católica, este é um trabalho que não tem ‘maneira’ de igreja. É um disco que fala de amor, mas tem pegada bem MPB”, explica Zé Américo. “São canções muito bonitas trazendo mensagens que até caberiam em um repertório religioso. Porém, não há esse propósito.”
O diretor musical diz que Não passarás, composta por ele, evidencia a pegada popular da cantora. “É um xote, uma coisa bem a cara de Elba. A gente tem uma afinidade muito grande, construída ao longo de vários anos”, conta. “Ela queria trazer mensagens espirituais e propus o popular. Várias músicas falam de amor, sem necessariamente falar de Deus, embora se mantenha muito próxima essa relação”, observa Zé Américo. “O disco tem tudo a ver com este período de fim de ano, mas, acredito, vai dar muito o que falar durante o ano todo”, conclui.
Abaixo, confira o single Não passarás:
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