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terça-feira, 5 de dezembro de 2017

"BICICLETA" DE DUDU TSUDA ROMPE LIMITES SONOROS

Por Tárik de Souza




Multiartista onipresente nos discos da MPC (Música Paulistana Contemporânea), Dudu Tsuda estreou solo em “Le son par lui Même”, em 2012, e volta a assinar um álbum autoral, o polifônico “Bicicleta” (YBMusic). De passagens recentes por países como França, Japão, Espanha, Alemanha, Colômbia e Bolívia, onde desenvolveu pesquisas em diferentes modalidades artísticas, de performances e intervenções urbanas a trilhas sonoras para cinema e dança, Tsuda - a bordo de teclados e sintetizadores - fomenta ambientações sonoras intensas e aliciantes.

As narrativas de timbres & texturas sobrepõem-se as letras, na maioria curtas, em francês e inglês. Como na lúgubre “Graveyard”: “o sol brilha no cemitério/ a grama está mais verde que na primavera passada/ eu pedi socorro”. O sax barítono de Thiago França (outro expoente da MPC) rasga os limites de “Frozen time” (“gota a gota ela cai/ ouço o som da chuva/ o amor se erguerá de novo? / sem chance”). O inverno parisiense vivido pelo solista entre 2012 e 2013 plaina na sintética “Violetta” (“Quando fito teus olhos verdes/ e estás imersa em teus pensamentos/ te amo), com dueto do solista e o inebriante vocal de Juliana R.

A voz de outro ás da MPC, Tatá Aeroplano, sobrevoa, ao lado de Julia Valiengo “Conversas climáticas para elevador” (temperada pelo clarinete de Juliana Perdigão) e “Bicicleta”, em que o ritmo sutil sugere pedaladas. A emissão aguçada de Filipe Catto baila na coreografia das guitarras de Guilherme Held, Gustavo Ruiz e Marcelo Ozório em “I thought you were mine”. Tsuda transcende. 

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