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domingo, 5 de novembro de 2017

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS DA MPB

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Trazer Marcelo Maldonado Peixoto, mais conhecido como Marcelo D2, para a coluna desta semana foi proposital por diversas razões, dentre as quais para poder quebrar o estigma musical a qual costumeiramente me vejo, apresentando artistas em sua maioria de um gênero específico ou de musicalidade semelhante, assim como também para quebrar o tabu referente a alguns artistas estigmatizados dentro da música popular brasileira. Toda vez que vejo artistas estigmatizados lembro de nomes como Wilson Simonal e Itamar Assumpção, que acabaram trazendo para as suas respectivas carreiras uma espécie de pecha que fez com que suas musicalidade acabassem ainda por dizer tanta coisa. O artista hoje em questão trata de um uma temática delicada dentro da música popular brasileira: as drogas. Consumidor declarado de maconha, D2 tem em seu repertório canções como "Não Compre, Plante!", "Queimando Tudo", "Test Drive de Freio de Camburão", "Legalize Já" entre outras. Mas buscar trazer este polêmico tema para as paradas de sucesso não é novidade no cancioneiro popular brasileiro. Nomes como Erasmo Carlos, Tim Maia, Bezerra da Silva, entre outros. Há quem afirme com toda convicção que seria hipocrisia contar a história da MPB sem falar em drogas, pois estas estão envolta aos grandes nomes desde longa a data. Destes longínquos tempos pode-se destacar, por exemplo, o nome do saudoso cantor das multidões, que viciado em heroína viu a sua carreira ruir em menos de uma década entre os anos de 1930 e 1940. Dentre outros nomes pode-se destacar o saudoso cantor e compositor Cazuza, Tim Maia (que tinha um interesse por drogas na mesma proporção do seu talento), Júlio Barroso, Renato Russo, dentre tantos que deixaram as suas respectivas marcas na música popular brasileira com muito talento e porra louquice ao longo do século XX. 

Então seria hipocrisia deixar de falar de qualquer artista da música popular brasileira simplesmente porque ele fuma ou cheira. Se este fosse um critério de segregação, não poderíamos falar de nomes como o de um dos maiores cantores brasileiros de todos os tempos: Nelson Gonçalves. Pois bem, Marcelo Maldonado Peixoto (seu apelido surgiu como alusão ao ato de fumar maconha, "D2" é uma gíria que significa dar duas tragadas em um cigarro de maconha. ) nasceu no Rio de Janeiro no dia 05 de novembro de 1967 (portanto hoje ele completa 50 anos de idade) e ganhou destaque nacional em 1995 com o disco de estreia do Planet Hemp, "Usuário". A banda surgiu de modo polêmico, trazendo como tema central de suas composições, temas como a descriminalização da maconha e a liberdade de expressão. No entanto acho interessante falar um pouco do antes da sua incursão pelo Planet Hemp trabalhou como vendedor móveis no Catete e chegou a se casar (a esposa Sônia tinha 16 anos, três a menos que ele). Buscando uma melhoria financeira para o casal, eles resolveram morar em Maringá, interior do Paraná (na mesma cidade em que parentes da esposa tinham uma loja de cosméticos). Como a coisa não aconteceu do modo como esperavam resolveram voltar para o Rio de Janeiro. De volta ao Rio, o Planet Hemp entrou na vida do Marcelo para mudar de vez. Um encontro casual entre dois caras nas ruas do Catete foi a semente do grupo. Marcelo passou com uma camiseta do Dead Kennedys e Luis Antônio, o Skunk, vendedor e artesão de camisas de rock, falou: ”Aí você gosta de Dead Kennedys? Então toma essa fita aqui.” Era um cassete de uma banda obscura chamada Dread Flintstones. “Amanhã você me devolve.” Desse diálogo sem pretensão nenhuma, nasceu uma amizade que acabaria por desaguar na formação da banda.

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