Por Ângela Faria
(foto: Instituto Antonio Carlos Jobim/Acervo Milton Nascimento/ Clovis )
Logo depois de conquistar o Brasil com Travessia, em outubro de 1967, Milton Nascimento ganhou homenagens em Três Pontas, cidade onde foi criado. Fizeram até um baile para ele no Clube Trespontano. Milton foi, mas só para atender ao pedido da mãe, dona Lilia.
Tinha 25 anos, completados quatro dias depois de deslumbrar os brasileiros no 2º Festival Internacional da Canção. Aos 14, era proibido de frequentar aquele clube onde jovens como ele se divertiam. Motivo: racismo.
(foto: Instituto Antonio Carlos Jobim/Acervo Milton Nascimento/ Clovis )
Bituca ficava lá embaixo, enquanto o pré-adolescente Wagner Tiso entrava e saia, narrando para o amigo tudo o que ocorria lá dentro – sobretudo o que a orquestra tocava. Recentemente, Bituca relembrou o episódio.
Contou que o pai, Josino, chegou a empunhar um revólver para defendê-lo de racistas em Três Pontas. As imagens que ilustram este texto, do acervo do compositor, abrigadas no site do Instituto Antônio Carlos Jobim, mostram o carioca Milton na sua cidade de coração.
(foto: Instituto Antonio Carlos Jobim/Acervo Milton Nascimento/ Clovis )
Naquele novembro de 1967, ele cantou para o Trespontano ouvir: "Já não sonho/ Hoje faço/ Com meu braço/ O meu viver".
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