Por Joaquim Macedo Junior
MULHERES CANTORAS E COMPOSITORAS DE PERNAMBUCO – IRAH CALDEIRA
Irah Caldeira: o trajeto do São Francisco
Como o Velho Chico, Irah Caldeira começou seu trajeto, quando resolveu viajar pelo norte e nordeste do país, a fim de pesquisar e aprender ritmos musicais do Maranhão, Pará e Bahia. Finalmente, fixou residência em Pernambuco.
A caminhada de Irah refez em sentido histórico o mesmo percurso do rio São Francisco em sua trajetória em direção ao mar.
Nascida em Minas Gerais, iniciou sua carreira como cantora na década de 90, obtendo grande respeito da crítica especializada pela forma com que interpreta as canções, com espontaneidade, técnica e também pela qualidade com que seleciona as canções que compõem seu repertório.
Ao longo da carreira, gravou músicas de compositores como Zé Marcolino, Petrúcio Amorim, Accioly Neto, Maciel Melo e Anchieta Dali, entre outros.
Lançou seu primeiro CD em 1999, que recebeu o título de “Mistura Brasil”, no qual interpretou músicas “A natureza das coisas”, de Accioly Neto; “Canto do rouxinol”, de Caxiado; “Mentiras do vento” e “Cantar dor”, de Roberto José; “Eu fiz que não te vi”, de Totonho; “Siá Filiça”, de Bira Marcolino e Fátima Marcolino; “Ilusão”, de Roberto Lintz; “Ciência popular”, de Domingos Accioly e Jucéia Vilella, em faixa que contou com as participações especiais de Rogério Menezes e Raimundo Caetano; “A lata do lixo”, de Zé Marcolino; “Cidades gêmeas”, de Fabiano Otoni Vieira; “Reggae do sol”, de Paulo Long e Jucélio Vilella, e “Mais fundo que qualquer raiz”, de Ricardo Cardoso.
Irah Caldeira, Oração do Sanfoneiro, de Xico Bizerra – com mestre Camarão. Primeiro “DVD – GIRASSOL DE DESEJOS”, de 2009
Continuou realizando shows pelo estado de Pernambuco e, em 2001, lançou seu segundo CD, “Canto do rouxinol”, com produção sua e de Carlos Firmino, no qual cantou as músicas “A cartilha da canção”, de Fátima Marcolino e Mariua da Paz; “Tributo a Zé Marcolino”, de Maciel Melo; “Bole bole da sanfona”, de Abel Carvalho e Patrick Jr.; “Faz de conta”, de Maria da Paz e Jotta Moreno; “Festejos de beija-flor”, de Anchieta Dali; “Canto do rouxinol”, de Tita Caxiado; “Sina de baião”, de Diego Reis e Camarão; “Pra ganhar teu coração”, de Félix Porfírio e Noel Tavares; “Cidade grande”, de Petrúcio Amorim; “Noquinha da Lagoa”, de Manoel Santana e Reginaldo Moreira; “A cura”, de Ancieta Dali e Bia Marinho; “Cantador de coco”, de Valdir Santos; “Noite de festa” e “Forró mineiro”, de Edgar Mão Branca, e “Apreço ao meu lugar”, de Paulo Matricó.
Em 2004, lançou, com produção sua e Jorge Ribbas, o CD “Irah Caldeira canta Maciel Melo” no qual interpretou 15 composições de Maciel Mello: “Caia por cima de mim”; “Cheiro de terra molhada”; “Feira de sonhos”; “Jeito maroto”; “Tama de pedra”, faixa que contou com a participação do próprio Maciel Melo; “Que nem vem-vem”; “Não é brincadeira”; “Caboclo sonhador”; “Firirim fom fom” e “Um veio d’água”, todas composições solo de Maciel Melo, além de “Minha fala”, de Maciel Melo e Nico Batista; “A poeira e a estrada”, de Maciel Melo e Cláudio Almeida, que contou com a participação especial de Dominguinhos; “Pra ninar meu coração”, de Maciel Melo e Luiz Fidélis; “Coco peneruê”, de Maciel Melo e Jessier Quirino, e “Retinas” e “Nos tempos de menino”, de de Maciel Melo e Virgílio Siqueira.
Aperto o Nó – de Fred Monteiro, com Irah Caldeira
Em 2006, lançou o CD “Entre o calango e o baião”, que teve produção e direção musical suas e no qual cantou as músicas “Quero ter você”, de Pekin e Mourão Filho; “Aperta o nó”, de Fred Monteiro; “Oceano do querer”, de Maria da Paz e Xico Bizerra, com participação especial de Dominguinhos; “Me perguntaram, eu respondi”, de Herbet Lucena e Xande Raséc; “Faça isso não”, de Biguá; “Porteira da saudade”, de Bira Marcolino e Fátima Marcolino; “Sem chance”, de Rogério Rangel e Petrúcio Amorim; “Segura o forró”, de Félix Porfírio; “Avoante”, de Accioly Neto; “Ainda é tempo”, de Alexandre Leão e Manuca Almeida; “Nordestinês”, de Reginaldo Moreira; “Machado cortador”, de Zé Marcolino; “Sabiá alcoviteiro” e “Chama”, de Selma Santos; “Queimei seu travesseiro”, de J. Miciles, e “Grãos de sonho”, de Roberto José.
Em 2007, realizou uma longa temporada de shows que resultou no CD “Irah Caldeira e banda – ao vivo”, no qual interpretou 36 sucessos do cancioneiro popular nordestino. No ano seguinte, lançou o CD “Irah Caldeira e banda – ao vivo volume 2”.
Já em 2009, gravou no Teatro da UFPE o DVD “Girassol de Desejos” com direção musical de Sandro Maia e com as participações especiais de Bia Marinho, Mestre Camarão, Josildo Sá, Maciel Mello, Petrúcio Amorim e Santana, o Cantador, entre outros.
No mesmo ano lançou o CD “Marias… Das Dores… Daluz! Mulheres compositoras do Nordeste”, um projeto aprovado pelo Funcultura e no qual, acompanhada de sua banda, cantou obras de 17 compositoras nordestinas: Socorro Lira; Dona Maria do Horto; Flávia Wenceslau; Terezinha do Acordeon; Adryana BB; Bia Marinho; Joésia Ramos; Haidée Camelo; Anastácia; Liana Ferreira; Kelly Benevides; Rita de Cássia; Selma do Coco; Khrystal e Jussara Kouryh, além de composições de sua autoria. Em 2012, participou da coleção tripla de CDs “Pernambuco forrozando para o mundo – Viva Dominguinhos!!!”, produzida por Fábio Cabral, cantando, ao lado de Dominguinhos, a música “A poeira e a estrada”, de Claudio Almeida e Maciel Melo.
A coletânea trouxe forrós diversos interpretados por 48 artistas, e que fazem referência aos 50 anos de carreira do seu inspirador: Dominguinhos. Interpretando músicas de compositores em sua grande maioria pernambucanos, fizeram parte do projeto também artistas como Acioly Neto, Adelzon Viana, Dudu do Acordeon, Elba Ramalho, Jorge de Altinho, Petrúcio Amorim, Liv Moraes, Hebert Lucena, Geraldo Maia, Sandro Haick, Spok, Jefferson Gonçalves, Chambinho, Joquinha Gonzaga, Maciel Melo, Luizinho Calixto, Silvério Pessoa, Walmir Silva, entre outros, além do próprio Dominguinhos.
Agora Irah Caldeira, com a melhor intepretação dessa música que é meu xodó “Tareco e Mariola”…
Mineira, radicada no nordeste, Irah Caldeira canta o forró, e outros ritmos nordestinos, com a alegria e leveza de uma autêntica filha da terra.
Para Irah, a música regional não está limitada a um estado e sim a todo o povo brasileiro, entendendo que a cultura de qualquer ponto do país, é patrimônio de toda a nação.
Com uma carreira artística consolidada em Pernambuco, Irah segue a mesma estética musical que nos presenteou com o canto de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Marinês, Dominguinhos e outros tantos que perpetuaram o autêntico canto sertanejo em forma de xote, baião, côco, xaxado, forró e toadas, espalhando para todo Brasil, poesia e beleza em forma de canção.
Semana que vem, tem mais…..
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