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sexta-feira, 27 de outubro de 2017

8 FACES MUSICAIS DO POETA DRUMMOND

A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.

Carlos Drummond de Andrade



“parti-me para o vosso amor/que tem tantas direções/e em nenhuma se define/mas em todas se resume”. Para interpretar ao poeta – o dono dos versos – ninguém melhor do que ele próprio. No entanto, Carlos Drummond de Andrade teve sua escrita transformada não apenas na cabeça e coração dos leitores, como também através da música e do cinema. Sete faces que se transmudam em outras na obra daquele que tinha uma palavra de sua predileção: “taciturno”.


“No Exemplar de um Velho Livro” (1982)

Um dos orgulhos do inventivo e inclassificável Walter Franco foi ter recebido a aprovação do próprio Drummond quando musicou, em 1982, os versos de “No Exemplar de um Velho Livro”, para seu disco lançado no mesmo ano e intitulado apenas “Walter Franco”. Publicado pelo autor mineiro em 1954, no livro “Fazendeiro do Ar”, o poema marca o estilo conciso e sintético de Drummond sem, contudo, dispensar a alta gama de possibilidades estéticas e interpretativas da obra, fundada numa visão existencialista do mundo, de que serve de exemplo os versos: “e um grave sentimento/que hoje, varão maduro,/não punge, e me atormento”.



Fonte: Esquinas Musicais

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