Por Tárik de Souza
Idealizado por Arlindo Cruz, que foi acamado por um AVC há meses, o encontro musical com o filho, Arlindo Neto é lançado sob o impacto de herança doada em vida. Em “2 Arlindos” (Universal), o Neto (campeão de sambas enredo em várias escolas do Rio) é co-autor com o pai da auto explicativa faixa de abertura: “A dor muitas vezes ensina/ vai, meu samba pra ela dizer/ que eu sou bom aprendiz”.
A dupla familiar também assina “Pra que insistir” e a comprometida “Papo à vera”: “ vou levar vida caseira/ ser fiel, e até casar/ leva fé, juro que eu vou pro altar/ não é caô”. O “Pagode 2 Arlindos” (Arlindo Cruz/ Junior Dom) exalta os partideiros, “herdeiros de Donga, Pixinguinha e Sinhô”.
O roteiro, repleto de pot-pourris, promove uma antologia da obra de Arlindo com parceiros diversos, já que ele é o mais fértil e bem sucedido dos compositores da geração do pagode do Cacique de Ramos. Escaladas: “Dor de amor” (com Zeca Pagodinho), “Deus abençoe” (com Zeca e Jorge Aragão), “Mais uma vez” (com Marcos Valle), “Iansã” (com Acyr Marques), “Fogueira de uma paixão” (com Acyr e Luiz Carlos da Vila), “Ah, se eu soubesse” (com Franco) e “Nega samambaia” (com Rogê e Marcelinho Madureira).
Outros autores também entraram na acendrada roda de samba como Sombrinha e Ratinho (“Nossas raízes”), Wilson Moreira (“Quintal do céu”, com Jorge Aragão) e a inesperada “Pais e filhos”, da dupla Renato Piau e Arnaud Rodrigues, disparada no petardo dance music, “Tim Maia Disco Club”, de 1978.
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