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quinta-feira, 7 de setembro de 2017

CRÔNICA DE UMA AQUARELA CARIOCA

... Eu já não Rio...

Por Paulo Feital



A primeira passou rente,
Zuniu no asfalto quente
E se alojou num portão,
E o cara feito serpente,
Se arrastava de frente,
Se misturava com o chão.

A segunda arrancou naco,
Abriu na perna um buraco
E ouviu-se um uivo de cão,
E o cara feito um macaco
Lançou o corpo já fraco
Por sobre um caramanchão.

A terceira foi rajada,
Tirou lasca da escada,
Fincou chumbo em todo o teto.
E o cara onça pintada,
Tentou pular pra sacada
Mas caíu em campo aberto.

E ali virou bailarino,
Dançou o fim do destino,
Desabou com o corrimão.
E os "homi" se aproximaram,
E com surpresa exclamaram:
" -Erramos... não é ele não!"

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