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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

A MATURIDADE AUTORAL DE JOÃO SUPLICY

Por Tárik de Souza




Irmão musicalmente mais talentoso da família do senador Eduardo Suplicy (de sofríveis interpretações avulsas de “Blowin’ the Wind”) e o irmão Supla (Tokyo), com quem formou por oito anos a dupla Brothers of Brazil, João Suplicy revela sua pegada de autor eclético no novo CD, co-produzido com Edgar Guidetti e Luis Carlos Maluly.

Intitulado apenas “João” desvela também sua porção multinstrumentista: além do característico violão de nylon distorcido, ele também vai de guitarra, baixo, teclado e vocais. No cardápio, de doo-wop (“Santa e louca”) ao rockabilly aliciador (“Solteiro e vagabundo”), bluesão (“Deixa o tempo trabalhar”), passando pelo baioque linha Raul Seixas (“Magia e sedução”) e desaguando numa anárquica marchinha carnavalesca com cuíca e repique (“Tsunami do amor”).

Em “Liga a cabeça” (“desliga o telefone, rádio da cozinha/ i-phone, celular/ computador, motor/ iPad, som, luz e televisão”) e “Um abraço e um olhar” (“as máquinas fariam tudo por você/ trabalhando dia e noite sem parar um segundo/ você desfrutaria do seu lazer/ mas algo no caminho se perdeu/ enquanto o contrário aconteceu”), esta com participação de Zeca Baleiro, João acicata a febre tecnológica.

Marina de La Riva divide com ele os vocais do gingado “Dicionário do amor”, que faz parte da trilha da novela “Carinha de anjo”, do SBT. E no rockão “Sede que dá”, dispara contra o caos contemporâneo: “Religiões se matam em nome da paz e do amor/ o homem busca um novo planeta enquanto acaba com esse/ inventa uma doença pra depois vender saúde ou crença/ bandidos estão indignados com a roubalheira”.

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