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domingo, 2 de julho de 2017

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS DA MPB


Voltando a abordar este grande nome da música popular brasileira e nordestina, hoje retomo a biografia de Alceu Valença a partir da década a qual ganhou visibilidade em todo o país a partir da participação em alguns festivais (dentre eles o Festival Abertura em 1975, onde apesar de não vencer, em função de sua apresentação, a organização do festival criou o prêmio de "melhor trabalho de pesquisa" especialmente para ele). Neste início de década a sua carreira artística parecia se firmar apesar dos resultados não exitosos nos festivais em que participava. Nesta primeira metade da década de 1970 além de apresentar o show "Vou danado pra Catende", no Teatro Tereza Rachel, no Rio de Janeiro, procurou o cantor paraibano Jackson do Pandeiro para interpretar a música "Papagaio do futuro" no VII Festival Internacional da Canção. A música ficou entre as 30 finalistas, não alcançando, entretanto, o resultado pretendido. Esses fracos resultados acabariam por desestimulá-lo e, em 1974, mesmo com o primeiro disco lançado em parceria com o conterrâneo Geraldo Azevedo, acabou voltando para Recife, desiludido. No entanto sua estadia em terras pernambucanas foi de curta duração, no ano seguinte voltou ao Rio de Janeiro afim de apostar todas as fichas em sua carreira artística, para isso procurou inovar na hora de propagar suas apresentações acompanhado de uma charanga e vestindo-se de palhaço nas ruas do Rio de Janeiro. Ainda nesta primeira metade de década apresentou o show "O ovo e a galinha" em Recife, levando este show a várias cidades do interior de Pernambuco e do Nordeste em geral. No mesmo período, participou, como ator, do filme "A noite do espantalho", musical escrito e dirigido pelo compositor Sérgio Ricardo, além de estar presente na trilha sonora e gravou o primeiro LP individual, "Molhado de suor", pela Som Livre. À época, o disco foi indicado por Nelson Motta como o melhor lançamento do ano, sendo considerado por outros críticos uma obra-prima.

Na segunda metade da década de 1970 lançou diversos discos, dentre os quais, "Vivo" (1976); "Espelho cristalino", em 1977; e "Saudades de Pernambuco", um projeto fonográfico feito em um período de autoexílio na França após o lançamento de seus três primeiros álbuns em terras brasileiras. Este disco raríssimo, foi lançado no Brasil apenas como um brinde do Jornal da Tarde e, em comemoração aos setenta anos do artista, voltou chega às lojas pela gravadora Deck. É um disco que apesar de ser gravado na Europa traz consigo muito de sua região. Nas dez canções que constituem o disco (em sua grande maioria de autoria de Alceu), Pernambuco e o Nordeste se faz presente na sonoridade, nos autores presentes (além de canções autorais, "Saudade de Pernambuco" apresenta também canções assinadas por nomes como Sebastião Miceli, Sebastião Rosendo, Passarinho do Norte e Zé Vicente da Paraíba). Ainda nesta segunda metade de década em companhia do cantor e compositor Jackson do Pandeiro, realizando shows pelo Projeto Pixinguinha assim como também no Projeto Seis e Meia. É nesse período também as suas primeiras incursões pelo frevo, particularmente a partir do exitoso projeto do conterrâneo Carlos Fernando e o seu "Asas da América", série iniciada em 1979 e que, além de modernizar o ritmo, o trouxe novamente as paradas de sucesso. Para fechar a década, em 1980, lança pela Ariola o LP Coração Bobo, cuja música homônima ao nome do disco faz estrondoso sucesso nas rádios de todo o país, consagrando em definitivo o nome de Alceu Valença de Norte ao Sul do país.

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