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sexta-feira, 14 de julho de 2017

EX-ALMÔNDEGAS, ZÉ FLÁVIO LANÇA PRIMEIRO DISCO SOLO EM 40 ANOS DE CARREIRA

Mesclando rock, blues, jazz e psicodelia, "Fingerprint" conta com a participação de Marcelo Delacroix, Thedy Corrêa e da dupla Kleiton e Kledir 



O guitarrista Zé Flávio reúne antigos e novos parceiros em ¿Fingerprint¿Foto: Divulgação / Divulgação 


Talvez por nunca ter investido na carreira solo, Zé Flávio é o menos badalado entre os grandes guitarristas gaúchos. Como compositor de melodias inspiradas, assina pelo menos três clássicos dos Almôndegas, Sombra Fresca e Rock no Quintal, Canção da Meia-Noite e Amor Caipira e Trouxa das Minas Gerais, mas poucos ligam seu nome à gênese da banda que revelou Kleiton & Kledir.

Somente agora, depois de ultrapassar 40 anos de estrada, ele enfim lança o primeiro disco com o nome Zé Flávio na capa, o potente Fingerprint, reunindo sua variedade de impressões digitais – mesmo mesclando gêneros, o estilo é único. E ele não precisa pensar muito para definir-se.

— O disco tem uma cornucópia de coisas, pois durante muito tempo toquei covers. Também é totalmente anos 1970, não saí de lá ainda. E nasci para tocar em banda.

A primeira banda liderada por ele foi o Mantra, de rock instrumental, sucesso nos lendários concertos Vivendo a Vida de Lee de 1975 a 1977. Depois, passou a integrar, no Rio, a última formação dos Almôndegas, que gravou outras canções suas. Por breve tempo chegou a tocar no Bixo da Seda e na banda carioca O Peso, antes de ser convocado para acompanhar Kleiton & Kledir em shows e discos — é dele o solo de guitarra em Deu Pra Ti, por exemplo. E de 1987 a 2000, seus solos, riffs e caretas ajudaram a consagrar um dos mais notórios grupos de covers da noite porto-alegrense, Os Totais, que chegou a lançar um CD em 1998. 

Capa do disco de Zé Flávio, intitulado FingerprintFoto: Reprodução / Reprodução


Com Fingerprint na rua, Zé Flávio já se questiona sobre o que virá daqui pra frente:

— Tô indo pro lado da guitarra instrumental, mais pop. Adoro Carlos Santana.

Não por coincidência, o disco tem quatro temas instrumentais, sendo um na abertura, En la Noche, balada jazzy que lembra... Santana, e outro no fim, a esplêndida versão psicodélica de Canção da Meia-Noite. Amor Caipira e Trouxatem só os violões de Zé e a bela voz de Marcelo Delacroix. Outro convidado, Thedy Corrêa também manda ver em Sombra Fresca e Rock no Quintal. Kleiton e Kledir não poderiam faltar: estão na inédita Sorriso Amarelo e seu ar de Almôndegas. 

Mas tanto no blues Portal e Janelas como no rock Margarida do Brejo Zé mostra que pode, e deve, cantar suas músicas. Com a ajuda e a competência do produtor musical Nico Bueno, ele se cercou de um timaço: Luciano Leães, Veco Marques, Chico Ferretti, Amauri Iablonovski, Bebeto Mohr, Matheus Kleber, Júlio Rizzo, Rafa Marques e Clóvis Pires. Para arrematar, capa e design gráfico de Ricky Bols. Zé Flávio e seus fãs merecem.

FINGERPRINT
De Zé Flávio
Independente, R$ 30 em minuanodiscos.com.br


Fonte: Zero Hora

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