SAUDADE AZUL
Estava branco de saudade até que uma borboleta multi-colorida pousou sobre sua tristeza. E trouxe-lhe notícias daquela que lhe provocava tamanha dor, agora tão distante dali. A partir daquele instante, cabeça, tronco, membros e alma se azularam de um azul tão celestial que foi como se ela estivesse voltando, já chegando, dali a pouco. Clareou-se o céu, as nuvens pararam de se movimentar e de formar bichinhos esquisitos no céu e toda a sua atenção concentrou-se na estação do voltar, para a chegada de seu bem querer. No delírio, mil beijos, mil bocas, mil palavras. Em pouco tempo, escurecido o tempo, foi-se a borboleta, foram-se os sonhos. E os mil beijos que poderiam ter o mesmo sabor bom da mesma boca beijada mil vezes converteram-se em mil silêncios, em milhares de escuros no peso daquela alma tão saudosa.
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