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sábado, 13 de maio de 2017

PETISCOS DA MUSICARIA




Por Joaquim Macedo Junior




JAYME FLORENCE, O “MEIRA”, PERNAMBUCANO, PROFESSOR DE MÚSICA BRASILEIRA


Jayme Florence, professor de Baden Powell, Rafael Rabelo e Maurício Carrilho, entre outros

Violonista, compositor, professor, Jayme Florence, o “Meira”, iniciou-se no violão orientado por seu irmão Robson.

Em 1927, passou a integrar com o irmão o conjunto “Voz do Sertão”, organizado pelo bandolinista Luperce Miranda, do qual também faziam parte Minona Carneiro como cantor e José Ferreira no cavaquinho.

Em 1928, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Logo que chegou ao Rio, residiu por um período com João Pernambuco, seu conterrâneo. Tornou-se um apaixonado torcedor do São Cristóvão. Foi vizinho de Noel Rosa, no bairro de Vila Isabel, com quem participava de apresentações na Casa de Caboclo.


Molambo (Jayme Florence-Augusto Mesquita), com Nelson Gonçalves-1988


Aos dezoito anos, já residia em Recife. No ano seguinte, mudou-se para o Rio de Janeiro e, em 1937, passou a integrar o regional de Benedito Lacerda, junto com Garoto e Dino.

Embora jamais tenha gravado um disco próprio, suas composições foram gravadas por diversos intérpretes como Elizeth Cardoso, Nana Caymmi, Orlando Silva, Luiz Gonzaga, Elza Soares, Nélson Gonçalves, Isaurinha Garcia, Zezé Gonzaga, Taiguara e Danilo Caymmi.

Seu choro “Primavera” – mais tarde renomeado “Arranca Toco” – foi gravado por Benedito Lacerda em 1934. Com Dilermando Reis gravou diversos discos de 78 rpm entre 1941 e 1949.

As comemorações do seu centenário de nascimento, em 2009, praticamente inexistiram. Em 26/9/2013, o violonista Mauricio Carrilho publicou, no Blog do IMS (Instituto Moreira Salles), um inédito e emocionante texto intitulado “Baden e Meira – O encontro do moderno violão brasileiro”.


Molambo (Jayme Florence/Augusto Mesquita), com Yamandu Costa e Dominguinhos-2013



Eu sei que vocês vão dizer
Que é tudo mentira, que não pode ser
Que depois de tudo o que ela me fez
Eu jamais poderia aceitá-la outra vez
Eu sei que assim procedendo
Me exponho ao desprezo de todos vocês
Lamento, mas fiquem sabendo
Que ela voltou e comigo ficou
Voltou pra matar a saudade
A tremenda saudade que não me deixou
Que não me deu sossego um momento sequer
Desde o dia em que ela me abandonou
Voltou pra impedir que a loucura
Fizesse de mim um molambo qualquer
Ficou dessa vez para sempre
Se Deus quiser


Regional do Canhoto: Luperce Miranda, Meira, Jorginho do Pandeiro, Canhoto e Dino


Semana que vem, tem mais.

Fontes: Laura Macedo (nossa colega colunista do MB); Dicionário Ricardo Cravo Albin; e Wikipedia.

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