Por Joaquim Macedo Junior
DI MELO, APRESENTAÇÃO, SURPRESA E AMIZADE
Di Melo, o encontro
Descobrir o cantor e compositor Di Melo foi um presente de ouro da Marina, a filha que sabe que sou um caçador de pernambucanidades importantes, fatos, personalidades, efemérides, muitas vezes sem o reconhecimento nacional, quiçá local.
Numa dessas datas comerciais, me mandou o LP original do artista. Sou contra datas comerciais, mas adoro presentes bem escolhidos. Por sua vez, a Marina recebeu a dica do cineasta Pedro Severien, que costuma garimpar essas preciosidades.
Disco clássico, gravado em 1975
A partir daí, comecei a procurar os shows que Di Melo começava a fazer em São Paulo. Sesc-Pinheiros, Belenzinho, casas noturnas. Shows e mais shows e viagens agendadas pelo país.
Comecei a segui-lo nas redes sociais, acompanhar sua carreira, fazer minha parte. Justamente pela crença de que ali estava um artista especial.
É com esta convicção que me sinto impelido a falar do seu trabalho. É pluralizar a música de qualidade, que me faz bem.
Ainda que tivesse vindo “apenas” com o disco de 1975, os registros do uso de suas músicas por DJs internacionais, além da grande carreira de gravações no exterior – notadamente no Japão – tivesse vindo com esse conteúdo no matulão, já teria lugar no setlist das canções de qualidade da música brasileira.
Mas Di Melo continua fértil e sua obra ainda está em construção. Já depois de sua volta que o tornou “imorrível”.
Barulho de Fafá, “Di Melo Imorrível – 2016
Houve que formamos uma amizade boa e sadia, a partir de nossos referenciais, via redes sociais e, principalmente, pelos shows. Uma amizade despretensiosa e assaz afetuosa.
Quando do lançamento de “São Paulo, um estado de emoções”, meu primeiro livro, lá estava Di Melo, com toda a sua alegria, expansividade e energia, dando um brilho extra ao evento.
Agora, como bônus aos que passaram a se interessar pelo trabalho de nosso Di, vai o seu hit de apresentação “Kilariô”. Som, soul, suingue impossível de se ouvir, sem se mexer…
Kilariô, de Di Melo, pelo mesmo. Arranjos Hermeto Pascoal – 1975
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