Jonathan Tadeu, Vitor Brauer e Fernando Motta apresentam o show Sem sair na Rolling Stones 1.5
O músico Jonathan Tadeu, que lançou neste mês o disco Filho do meio e parte agora com a turnê Sem sair na Rolling Stone 1.5
Se fosse possível determinar os dois lugares mais apropriados para os membros da Geração Perdida de Minas Gerais se encontrarem, seriam a estrada e os palcos. Partindo desse princípio, os músicos Jonathan Tadeu, Vitor Brauer e Fernando Motta decidiram formar um power trio instantâneo para desbravar algumas cidades brasileiras com a ambiciosa turnê Sem sair na Rolling Stone 1.5, que tem seu show de estreia marcado para hoje, na Casa do Jornalista, em Belo Horizonte.
Serão 54 datas em 20 estados diferentes, e os palcos, em suma, são livres. Diferentemente de outras grandes turnês que exploram o território nacional, trata-se de uma série de shows que foram marcados pelos fãs dos músicos. As datas foram agendadas por meio de um formulário disponibilizado pelo trio na internet. Nele, os fãs preencheram informações básicas como cidade, local da apresentação e o cachê que seria pago, partindo da quantia de R$ 400. O crowdfunding deu certo, e os três já têm datas para quatro meses na estrada.
Apesar de inovadora, a ideia não é inédita. Tudo começou quando, em 2015, a Lupe de Lupe, banda em que Vitor é vocalista, fez uma turnê no mesmo molde. À época, Jonathan se juntou ao grupo e foi o baixista da banda nas apresentações. “Em vez de esperar por um produtor, achamos mais interessante procurar saber quem são as pessoas que querem assistir aos nossos shows”, afirma o músico, que, desta vez, apresentará o repertório de seus três discos. “Eu, pessoalmente, não esperava por tantos shows, mas, em cada viagem que a gente fez, fomos criando laços com algumas pessoas. Depois disso, foi mais fácil ter a confiança para fazer um projeto nesse molde”, afirma.
REBELDIA
Jonathan explica que o nome da turnê, apesar de soar irônico, está em consonância com a proposta do trio. “É tanto uma crítica quanto um conselho. A gente quer mostrar que é possível fazer uma turnê nacional sem o apoio corporativista, sem precisar de um grande veículo para legitimar o nosso trabalho.” Para além da rebeldia, a atitude é também fruto de inquietação, ansiedade e a experiência de lidar com o trabalho de forma independente. “A gente podia simplesmente sentar e esperar pelo apoio de alguém, mas isso seria um pouco irreal e levaria muito tempo”, comenta.
A turnê também servirá de suporte para a divulgação do mais novo disco de Jonathan Tadeu, Filho do meio, lançado em 4 de abril, que conta com a produção de João Carvalho, músico que também se apresenta na abertura da turnê com o projeto autoral Sentidor. Jonathan conta que o trabalho foi gravado nos últimos dias de 2016 de uma forma quase emergencial. “São músicas que falam muito sobre o que o ano de 2016 foi para mim. Vivi muita coisa nova, então todo esse disco é produto do momento em que decidi parar e me dar conta sobre tudo isso”, revela.
As oito faixas transbordam melancolia e saudosismo com letras em tom aconselhador e instrumentais ruidosos. Sorriso amarelo e Questão de classe criticam estereótipos e tipos de classe, respectivamente, enquanto Festa de despedida e Araxá 500 apresentam temas românticos. Embora a produção seja apurada, Filho do meio ainda carrega, segundo o músico, algo de “subestimado, desentendido”. E, mesmo que soe sentimental demais, pode ser uma boa pedida para enfrentar horas e horas de carro nas estradas do Brasil. É o rock triste de BH que está indo alegrar o país todo.
Fonte: Estado de Minas
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