Beatriz coelho Silva (Totó), conta com a participação do músico carioca Paulão 7 Cordas.
O músico carioca, arranjador, violonista da nata musical brasileira, (e maestro de Zeca Pagodinho ), Paulão 7 Cordas, cuja profissão iniciada aos 20 anos, acompanhando Nelson Cavaquinho – pela primeira vez assina a direção de um musical no espetáculo: Negros e Judeus na Praça Onze estreia dia 3 de abril, segunda, e segue em temporada, todas as segundas e terças do referido mês, dias: 4, 10,11, 17,18, 24, 25, no Teatro Vannucci (Shopping da Gávea – Rua Marques de São Vicente, 52/Piso 3 Gávea. Tel. 22747246) .
O musical conta a história publicada em livro pela jornalista Beatriz Coelho Silva (Totó). Trata-se de um documentário teatral, uma passagem quase ignorada da história do Rio de Janeiro: como imigrantes negros e judeus conviveram na Praça Onze, quando o samba se tornava produto comercial e as escolas de samba nasciam.
O desafio de Paulão foi selecionar 18 sambas, que falam sobre a Praça Onze, compostos em 1930, quando se passa a peça até Bumbum Paticumbum Prugurundum, de 1982. Paulão foi fiel aos arranjos originais da época. O espetáculo será acústico:
“Vamos cantar os samba mais próxima do original, com arranjos característicos da época” .
A passagem está no livro Negros e Judeus na Praça Onze. A história que não ficou na memória,lançado numa vaquinha eletrônica que alcançou o dobro do orçamento exigido. Ambos chegavam ao Rio (às vezes) só com a roupa do corpo e iam morar no bairro Praça Onze, demolido em 1942 para a Avenida Presidente Vargas passar. Lá viviam com árabes, espanhóis, portugueses, italianos que tinham como denominador comum a pobreza e a necessidade de fazer a América. Mas negros (filhos ou netos de escravos vindos da Bahia ou Minas Gerais) e judeus (fugidos de perseguições na Europa do Entre Guerras) tinham mais em comum: não podiam voltar se desse errado, eram mal vistos por não serem católicos e, principalmente, amavam e faziam muita festa e música.
Conviviam sem conflitos, mas só os negros deixaram marca. Quando se pensa em Praça Onze, todo mundo se lembra de Tia Ciata (nome de escola na região) e do monumento a Zumbi. Hoje, os judeus cariocas reivindicam a Praça Onze como território de sua história em trabalhos acadêmicos, romances e rodas de samba com música judaica e percussão brasileira, numa vila da Rua Clementino Fraga, único conjunto urbanístico que restou do bairro.
Contar essa história num musical tem sido uma saga. Paulão 7 Cordas, um dos melhores produtores e arranjadores da atualidade, viajou no sonho e topou estrear em teatro. Ensaiamos desde dezembro, às vezes, aos trancos e barrancos para encaixar nossas arestas, tudo para contar como pessoas de origens diferentes se uniram há 80 anos e criaram o melhor da cultura brasileira: a música, a festa e a alegria de (sobre)viver na adversidade. Narrativa pontilhada de belos e antigos sambas que o elenco – atores louros, morenos, negros e índios – aprendeu a cantar e dançar para ilustrar a história.
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