Eduardo Lages nasceu em Niterói, RJ, em 11 de março de 1947. Filho de médico e professora, iniciou o estudo de piano com a Prof. Jacyra Muller aos quatro anos de idade. Aos 13 anos sofreu um pequeno acidente brincando com amigos, que limitou um pouco o movimento de um dos dedos da mão esquerda, mas não o impediu de continuar os estudos. Mas a partir de serestas semanais que aconteciam em sua casa passou a se interessar pela música popular. Seu pai também tocava piano de forma amadora, mas sendo médico de alguns cantores famosos, sua casa era frequentada por Cyro Monteiro, Luis Reis, Silvio Caldas e muitos outros, que o fizeram se interessar por música popular.
Talvez os Beatles tenham sido os maiores incentivadores de sua carreira, principalmente pelas musicas “Yesterday” e “Michelle”, além de outras baladas que seguiam a linha “piano”.
Em um determinado momento, aos 14 anos, montou um conjunto de Twist, que era a febre do momento, mas o conjunto tinha limitações pela baixa idade e pela proibição do Juizado de Menores para se apresentar à noite. À partir dos 16 anos, começou a trabalhar como músico semi profissional, tendo recebido uma autorização provisória da Ordem dos Músicos do Brasil.
Ao mesmo tempo, tocava orgão na Igreja Católica e nas reuniões da LBV (Legiao da Boa vontade) presidida na época por Alziro Zarur. À noite, nos fins de semana, tocava piano na “zona” depois da missa. “Eu ia do céu ao inferno em 20 minutos…. de ônibus”, brinca.
Aos 18 anos começou a fazer os primeiros arranjos musicais. Sempre adorou orquestras e desde pequeno quando lhe perguntavam o que queria fazer quando crescesse, respondia “quero ser maestro”. Começou também nessa época a participar em Festivais como compositor, com ótimos resultados – quarto colocado no Festival Internacional da Canção da TV Globo, vencedor do Festival Internacional da Canção no Peru em 1979 e vencedor do Festival Internacional da Canção no México em 1970.
A pedido dos pais, fez vestibular e passou para engenharia, faculdade que depois de algum tempo foi abandonada durante a formação do grupo MAU, Movimento Artístico Universitário, onde participavam Ivan Lins , Lucinha Lins, Gonzaguinha, Audir Blanc e muitos outros. Foram convidados pela TV Globo, para apresentar o “Som Livre Exportacão”. O musical teve duracão de um ano e ele era o arranjador, sendo contratado pela emissora quando o programa acabou. Foram 20 anos de trabalho, período em que criou várias vinhetas e aberturas da TV Globo e fez a direção musical de programas como Fantástico, Discoteca do Chacrinha e Globo de Ouro. Nos anos de 1976 e 77, foi atração de urna das casas mais badaladas da noite carioca, o Chikos’ Bar.
Foi em 1977 que começou a sua relação musical com Roberto Carlos. Às vespéras da estréia do cantor no Canecão, com o show em que o maior astro da música brasileira aparecia travestido de palhaço ao interpretar a canção “O show já terminou”, Lages atuava como maestro, numa turnê que teve apresentações por todo o Brasil, além de vários países da América do Sul, Central e do Norte, Portugal, Espanha, Itália e França. “Tudo mudou na minha vida. Passei a me encantar com trabalho do artista Roberto Carlos. Passei a viajar o Brasil e o mundo com ele”.
Quatorze anos depois de estar ligado musicalmente a Roberto Carlos, Eduardo Lages foi obrigado a romper o contrato com a TV Globo, pois não conseguia mais conciliar os dois trabalhos. Na emissora, Eduardo participou de 37 especiais de Roberto Carlos com arranjador e regente. Nos 30 anos em que Eduardo Lages vem trabalhando com Roberto Carlos, ele ainda desenvolveu trabalhos de produção e/ou arranjos para artistas como Marcos Valle, Zezé di Camargo & Luciano, Chitaozinho & Xororó, Daniela Mercury, Cauby Peixoto, Angela Maria e a Orquestra Sinfônica Brasileira, entre outros. Como compositor, tem músicas gravadas por vários artistas como Nelson Gonçalves, Agostinho dos Santos, Emilio Santiago, Claudia, Angela Maria, Chitãozinho e Xororó, Daniel, Ivete Sangalo e mais 19 músicas gravadas por Roberto Carlos, já tendo participado de quase 3000 shows do “rei” – do interior da Amazonia à New York ou Las Vegas.
Dez anos atrás, o maestro Eduardo Lages não poderia imaginar como sua vida profissional daria um salto. Acostumado a ser reconhecido pelo grande público como “o maestro do rei”, hoje Lages se orgulha de ter conseguido sucesso também em carreira solo. “Aos 60 anos de idade virei artista”, confessa o maestro.
O primeiro grande sucesso foi o álbum “Emoções”, lançado no final de 2005, que inclui versões instrumentais de canções de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, e já alcançou a marca das cem mil cópias vendidas (disco de platina). Empolgado com o grande sucesso do seu primeiro trabalho solo, o maestro no ano seguinte lançou o seu segundo álbum, “Cenário” – titulo de uma composição sua com Paulo Sergio Valle, que também faz parte do disco. Neste CD, além de três musicas de Roberto e Erasmo, foram gravadas também canções, que como Eduardo diz, fizeram parte do cenário da sua vida. Sucessos como “My Cherrie Amour” de Stevie Wonder, “The Winner Takes It All” do ABBA e “The More I see You” de Chris Montez. 0 resultado novamente surpreendeu a todos: o segundo CD instrumental de Eduardo Lages também chegou a marca das cem mil cópias vendidas, fazendo o maestro receber pela segunda vez o disco de platina.
O sucesso ainda se repetiu com a produção do seu primeiro CD/DVD “Com Amor”. Além dos maiores sucessos dos seus dois CDs, o maestro ainda reuniu neste projeto canções famosas da Jovem Guarda, do cinema Internacional e da MPB. Após o lançamento de três sucessos consecutivos, a gravação de um novo álbum se tornou inevitável, e Lages mostrou mais uma vez que a carreira solo só tem a crescer com o lançamento do CD “Inesquecível”, em 2008. Mais uma vez o maestro apostou nos sucessos de Roberto Carlos, experimentando novas arranjos. No respertório do disco canções como “Detalhes” (Roberto Carlos I Erasmo Carlos), “Por isso eu corro demais” (Roberto Carlos) e “Jovens Tardes de Domingo (Roberto Carlos I Erasmo Carlos). A principal assinatura do disco foi a referência aos maestros e as orquestras. Na nova roupagem das canções o músico relembrou, por exemplo, Glen Miller em “O Calhambeque”. Já em “Vista a roupa, meu bem” foi o ritmo dançante de Ray Conif e sua orquestra que o inspiraram. Do extenso elenco de sucesso das interpretações de Roberto, Eduardo Lages escolheu aqueles que os fãs mais solicitaram e atendeu até a sugestões do próprio rei.
Para comemorar tamanho sucesso, Eduardo Lages idealizou um show onde essas “Emoções” de 37 anos ao lado do rei Roberto Carlos pudessem também ser contadas alem de tocadas. No show o maestro tocava os sucessos dos seus dois CDs, juntamente com os músicos de sua orquestra em numero variável de acordo com o tamanho da casa de espetaculos. Durante toda a apresentação, o maestro intercalava canções com histórias deste convívio. Em 2009 lançou o CD “Nossas Canções”, e em 2011 chegou as lojas a coletânea “O Melhor de Eduardo Lages”. Seu mais recente trabalho a ser lançado foi “Romances”, de 2012.
Fonte: Midiorama
Fonte: Midiorama
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