Por José Teles
Tom Zé costuma falar sobre sexo, em textos, nos shows, abordando os “pode ou não pode”, comentando os tabus de sua infância em Irará, no interior da Bahia, com as descobertas na adolescência e começo da idade adulta em Salvador. São recorrentes as citações ao personagem Maria Bago Mole, e a quase fixação em penetrar, entender, o conteúdo de uma das palavras mais fascinantes e misteriosas do idioma.
Há muito ele prometia um disco sobre sexo que, finalmente, está chegando às lojas. O independentePara Dançar o Sobe Nim mim – Canções Eróticas para Ninar – Urgência Didática. Com a banda Califon, em 13 faixas, ele se atreve a cantar em público aquilo que por somente se podia falar no reservado.
Os títulos dizem muito bem do conteúdo do álbum: Sexo, Dedo, Orgasmo Terceirizado. No encarte, esclarece: “… só agora aos 80, encontrei forças para mergulhar na questão. Embora ela esteja sempre presente como o ar. Tema que envolve brincadeira, ansiedade, segregação, gosto, blasfêmia, oração”.
Tudo isto e muito mais, com quase todas as canções assinadas apenas por Tom Zé, com exceção deUrgência Didática, parceria com Marcelo Segreto (Filarmônica de Pasárgada).
O grupo Califon (antigo nome de sutiã no Nordeste) tem é um núcleo de músicos que acompanham Tom Zé há tempos, a exemplo de Jarbas Mariz (percussões), Daniel Maia (violão e coro), mais agregados de talento certo e sabido: Paulo Lepetit (contrabaixos, guitarra, Eder Rocha (Mestre Ambrósio), e a cantora Vange Milliet (Nau). Todos juntos numa deliciosa e divertida suruba de ritmos e sonoridades.
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