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sábado, 22 de outubro de 2016

RENATO BARUSHI - ENTREVISTA EXCLUSIVA

Na estrada com o seu novo projeto fonográfico, Renato Barushi generosamente deu uma pausa em seus projetos para participar deste bate-papo exclusivo em nosso espaço

Por Bruno Negromonte



O músico que hoje ilustra esta pauta vem nos últimos anos buscando o seu lugar ao sol na música popular brasileira e para isso tem apresentado projetos fonográficos adornados pela verdade e obstinação daqueles que acreditam que na música como redenção. Em um árduo trabalho independente, Renato Barushi vem dia após dia tirando leite de pedra por seu amor a arte como foi apresentado aqui mesmo no Musicaria Brasil recentemente a partir da pauta "EM SUA PLENITUDE ARTÍSTICA, RENATO BARUSHI APRESENTA NOVO PROJETO FONOGRÁFICO". No entanto, mesmo de modo independente, o seu talento e sua música vem alcançado o merecido reconhecimento ainda à época do seu primeiro álbum "Renato & o mercado", que alcançou o status de pré-selecionado para o 23º Prêmio da Música Brasileira. Solicito como sempre, o cantor e compositor concedeu-nos um pouco do seu tempo para nos falar acerca de seus projetos, sua música, sua biografia, entre outros detalhes que vocês poderão conferir logo abaixo nesta informal e exclusiva conversa. Que todos tenham uma excelente leitura! 


Tivemos a nossa primeira conversa a exatamente três anos e meio atrás. De lá para cá muita coisa aconteceu e vem acontecendo em sua carreira solo. Qual a diferença do Renato Barushi de 2013 que lançava o seu primeiro álbum cheio de expectativas para o Renato de hoje que já sabe mais ou menos como lhe dar com o esse nefasto mercado da música? 

Renato Barushi - Não havia refletido sobre, é um aprendizado constante e a cada passo dado, surge um novo desafio a ser superado, talvez não pense em mercado mais, e sim, em meus seguidores, que seja 10 ou 10.000, trabalho para eles, e claro, uma satisfação pessoal quanto minha arte. A internet facilitou o acesso ao artista, com a possibilidade de um contato direto e em muitos casos tornando seus seguidores em amigos. Sou muito grato por todas as pessoas que já contribuíram ou fazem parte de meus trabalhos e história, são grandes amigos e profissionais, graças a isso se deu meu primeiro EP, com a banda “Machinari”, “Renato & O Mercado” e tudo que faço, somos uma grande colcha de “Remendos”, e aí que a arte acontece. Talvez o que eu tenha hoje é um objetivo, pois são milhares os caminhos e possibilidades na música, é preciso foco e trabalhar dentro de sua realidade. 


A ponte entre o seu primeiro álbum (Renato & o mercado) e este lançamento (Remendos) conta com percalços e alegrias como pude acompanhar ao longo desses anos. Nesse intervalo, esses momentos chegaram a ser aglutinados à sua música? O que pode ser observado enquanto sonoridade neste novo álbum dessas experiências vividas? 

RB - Acredito que isso influencie, mas não foi um fator tão relevante, no primeiro álbum quis fugir de rótulos, apesar de tocar rock, sempre agreguei outros elementos, e quando realizei “Renato & O Mercado”, explorei esse lado, colocando diversas referências dentro de uma roupagem pop e letras de fácil assimilação, brinquei com o conceito, fazendo uma analogia com o mercado musical e o supermercado, que é onde encontramos variados ‘produtos’ em um só lugar. Já “Remendos”, foi um retorno às origens, onde me mostrei, me joguei sem pensar em estéticas ou mercado. Chamei velhos parceiros da capital mineira, fomentei com músicos do interior e América Latina, além de, quatro artistas plásticos. Encontrei sonoridades e profissionais para cada detalhe. Cada projeto é único, onde me permito experimentar, rever ideias e conceitos.. assim que termino um disco, temos muito trabalho à frente, mas em paralelo, já começo a pensar o próximo, quem sabe o que o futuro nos aguarda... (Risos)


Quais foram os critérios para a escolha do repertório dessa vez? 

RB - Apenas escolhi as que me tocaram naquele momento, que conversam com o que penso e queria passar, toda canção do disco me diz algo, fiz uma seleção desses quase 20 anos com esse intuito, me expor musicalmente. 


“Remendos” vem com uma sonoridade um pouco mais densa em relação ao lançamento anterior. Sua música seguiu esse viés de modo natural ou se deu a partir de alguma circunstância? 

RB - Eu diria mais visceral, no álbum “Renato & O Mercado” quis mostrar outras facetas, fugindo da minha essência, devido a uma imaturidade natural. Em “Remendos” estou reafirmando minha maneira de pensar música, assistindo ao show isso se torna perceptível.


Parceiro de longa data, o Robson Pitchier assina com você oito das canções presentes neste disco. Como se dá o processo de composição de vocês? Letras e melodias são delegadas especificamente a um dos parceiros ou a parceria existe no sentido mais abrangente da palavra? 

RB - Robson é um grande amigo, uma das peças fundamentais em minha carreira, o convidei para escrever, pois queria agregar outros olhares, sair do lugar comum, logo após ele mudou-se para SP e já tínhamos umas 30 canções, muito lixo... (risos), mas canções como “Tio Sã”, “Ruínas”, “Auto Ajuda”, todas gravadas no álbum “Remendos”. Sua formação é artes cênicas e estilismo, portanto, as harmonias e melodias ficam por minha conta, as letras, são à quatro mãos, ora um contribuindo mais, mas sempre entendendo a relevância do papel do outro. Mesmo distantes ainda compomos, e mesmo trabalhando parcerias como o Robson e agora outros nomes, dentro desse processo, tenho um processo muito solitário ao compor. 


“Lucidez” e “Remendos” são canções compostas exclusivamente por você. Canções de cunho introspectivo e que trazem em suas letras pertinentes reflexões. Em que circunstâncias elas nasceram? 

RB - Em situações adversas, “Remendos” logo no início da carreira, antes mesmo de começar a tocar na noite em BH, foi sendo lapidada até uns dois anos antes de entrar para o estúdio. “Lucidez” foi uma bad, morei durante um período de minha vida em um paraíso tropical, com qualidade de vida 100%, ao mesmo tempo, cercado de drogas, violência e futilidades, de repente, tudo perdeu o sentido e foi a maneira que encontrei externar tudo que via e afetava.


“Remendos” conta também com das participações especiais. Uma é Angélica Diniz (em duo na faixa "Tio Sã") e a outra é o guitarrista portenho Daniel Sanmartin (que participa das faixas “Remendos” e “Sem Vergonha”). Como se deram essas parcerias? 

RB - O meu produtor e baixista, Paulo Maitá, é casado com a irmã do Daniel, logo mostrou seus trabalhos, era algo que buscávamos para as duas canções, e quando Paulo sugeriu a parceria, ambos ficamos empolgados com a oportunidade, gostei muito do resultado. A Angélica foi a cereja do bolo em minha opinião, sou fã e apaixonado por ela, a conheci ao retornar para minha cidade natal, é um talento e carisma ímpar, e hoje, dirijo seu novo espetáculo e estou pré produzindo seu primeiro EP. 


“Remendos” pode ser avaliado como a sua reiteração ao seu amor pela música? 

RB - Esse é um exercício diário, mas no momento sim, até gravar o próximo... (risos), os discos também são uma forma de começar e terminar ciclos, fases e etapas ao longo de nossas carreiras. 


Após esse lançamento virtual você também pretende lançar esse projeto de modo físico. Já há previsão para este lançamento? 

RB - Simmm... pretendo lançar até no início do ano, irei fechar em breve com uma distribuidora para trabalhar isso de forma adequada e facilitar o acesso. 


O que podem esperar como novidades aqueles que acompanham a sua carreira ao longo destes próximos meses? Quando é se dará oficialmente o lançamento do álbum nos palcos? 

RB - Estamos finalizando novo site, espetáculo, pré-produzindo dois clipes, além do disco físico, camisas, palhetas e muitas boas surpresas para 2017.



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