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sábado, 8 de outubro de 2016

PETISCOS DA MUSICARIA: SÉRIE DOSE DUPLA (ESPECIAL) – PAULO DINIZ



Paulo Diniz tem 76 anos


Há quem já o tenha esquecido. Até mesmo quem já o admitisse em outra encarnação.


Mas ele está ai, indo para os 80 anos, como se a vida tivesse passado sem conceder-lhe grandes espetáculos.


Paulo Diniz é desses caras que flutuam na carreira artística, leva grandes tombos, retoma, renova e faz lembrar que é e sempre foi grande artista popular, mesmo quando esse adjetivo quis pender para o lado preconceituoso.

Pingos de Amor, de Paulo Diniz, com Paulo Diniz:



Encontrei e cantarolei alguns hits de Paulo Diniz recentemente. Seu maior sucesso, “Quero voltar para a Bahia”, foi composto em 1970, com o amigo Odibar. Tornou-se um hino de protesto, cujos versos prestavam homenagem a Caetano Veloso, exilado em Londres, na ocasião.

A música alcançou os primeiros lugares das paradas em todo o país e se tornou uma espécie de hino, símbolo de uma época conturbada da história política e social do Brasil.

Houve um período, em que Paulo Diniz dedicou-se à tarefa de musicalizar poemas de autores como Drumonnd (E Agora, José?), Gregório de Matos (Definição de Amor), Augusto dos Anjos (Versos Íntimos), Jorge de Lima (Essa Nega Fulô) e Manuel Bandeira (Vou-me embora para Pasárgada).

Tenho certeza de muita gente se familiarizou com o clássico de Carlos Drummond de Andrade – E Agora José – pela musicalização do iletrado Paulo Diniz, que, sem favor algum, é um trabalho muito bem feito.


Desta vez, a canção que me conectou a este filho de Pesqueira-PE foi “Pingos de Amor”, regravada por muita gente. Escolhi ouvir com o próprio Paulo Diniz e depois com a Paula Toller:




A vida passa, telefono
E você já não atende mais
Será que já não temos tempo
Nem coragem de dialogar…

Ainda ontem pela praia
Alguma coisa me lembrou você
E veio a noite
Namorados se beijando
E eu estava só…

Vamos ser
Outra vez nós dois
Vai chover
Pingos de amor
Oh! Oh! Oh!
De amor
Pingos de amor
Pin Pin Pin…

Hoje, Paulo Diniz ainda canta em cidades do Nordeste, de cadeira de rodas, para ganhar e levar a vida.

Penso que tivesse seguido a linha de “I wanna to go back do Bahia” ou “Ponha um arco-íris na sua Moringa” teria chegado a um estilo criativo e diferenciado em sua carreira. Mas, tanto quanto na vida, o se não existe numa carreira musical.

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