Em projeto pautado na delicadeza, o compositor Xico Bizerra reitera o seu vigor autoral e volta ao mercado fonográfico em álbum duplo
Por Bruno Negromonte
Por Bruno Negromonte
Em 2013 Xico Bizerra lança "Luar Agreste no Céu Cariri", projeto imbuído de comoção devido ao estado de saúde em que se encontrava o responsável maior por aquela façanha: Dominguinhos. Responsável por onze das doze melodias existentes no décimo disco da série Forroboxote, o saudoso músico garanhuense passava naquele momento por complicações em seu estado de saúde que infelizmente resultaram em sua prematura partida, marcando "Luar Agreste no Céu Cariri" como seu último projeto fonográfico. Agora, após um hiato de três anos, o compositor cearense (e cidadão recifense) Bizerra volta ao mercado apresentando o álbum duplo "Valsas, canções e tudo o mais que há", disco que reitera sua verve cancioneira e poética e o faz ser um dos mais representativos compositores da atualidade. Para falar sobre "Valsas, canções e tudo o mais que há" faz-se necessário tempo. Não aquele tempo que se desdobra conforme a teoria de Jean Pierre Garnier fundamentado em leis da física, mas o tempo da delicadeza (como bem dito pelo poeta) capaz de nos fazer entender que o amor amadurece e mostra-se passivo de modificações sem perder o prumo ou esvair-se. Aquele tempo capaz de nos fazer perceber que o amor é semente, e que esta semente quando jogada em terra fértil mostra-se apta a gerar distintos frutos e raízes a partir das mais variadas veredas, onde faz-se possível o surgimento de substantivos e adjetivos delimitados apenas em seu sentido etimológico, pois no campo das sensações não há como se mensurar. Essa afirmação mostra-se verdadeira a partir dos registros fotográficos capitados pela esposa do compositor, Duce Bezerra, a partir de imagens substanciadas pela mesma candura no que tange também às canções.
Dividido em "O mais íntimo de mim" e "Um amor maior que imenso", "Valsas, canções e tudo o mais que há" é composto por 30 faixas que como o próprio título sugere, nos induz aos mais variados gêneros musicais a partir de distintos intérpretes que somados chegam ao número de trinta e cinco. São discos pautados em uma proposta estética que busca ter por cerne aquilo que há de mais simplório como o próprio compositor enfatiza: "Ele é uma tentativa de realizar meu sonho de fazer um disco com músicas em que fossem suprimidos os acordes sinuosos, as firulas superficiais, os eletrônicos dispensáveis, os arranjos suntuosos e as máquinas afinadoras milagrosas. Quis tirar, com isso, a roupa da canção, despi-la, e deixá-la assim exposta, quase nua, sem adornos desnecessários". A abrangência atribuída aos gêneros musicais presentes no disco estende-se também aos intérpretes que vão desde nomes de projeção nacional como Alaíde Costa ("Estrada longa"), Dominguinhos ("Musa"), Socorro Lira ("Bisbilhotice"),Elba Ramalho ("Cria (Canção de ninar a vida que vem)"), Flávia Bittencourt ("Casinha de Gravatá"). Os discos ainda contam com nomes comoo da fadista Rosa Madeira ("Romance do senhor fado com a moça canção do Pajeú"), Irah Caldeira e Geraldo Maia (em duo na faixa "Eternamente nós"), Marcos Lessa ("Todo amor que há"), Paulo Matricó ("Casa da lua menina"), Maria Dapaz ("Teus olhos nos meus"), Almério ("Quase silêncio"), Gabi Buarque ("Tecelã") entre outros. Ao lado de Xico, quem assina as canções presente nos álbuns são nomes como Chico César, Dominguinhos, Maria Dapaz (doze faixas), Ananias Júnior, Bráulio Medeiros, Luciano Magno, Beto Hortis, Carlos Villela, Juliano Holanda, Adalberto Cavalcanti, Leninho de Bodocó, Socorro Lira, Rosaura Muniz e Gennaro.
Responsáveis pelos adornos sonoros do projeto nomes como Dominguinhos (acordeon), Spok (sax), Juliano Holanda, Fred Andrade e Luciano Magno (arranjos, viola e violões), Rostan Junior, Elvis Alexandre, Tadeu Junior e Renato Nogueira (percussões), Quarteto de cordas Encore (Fabiano Menezes, Emmanuel de Carvalho, Nilzete Galvão, Rafaela Fonseca e Carlos Santos), Sandro Haick (violões, arranjos e piano), Mozart Ramos (flauta), Neném (zabumba, triângulo e agogô), Lucas Crasto (baixo e vocais), Beto Hortis e Gennaro (arranjos), Alex Sobreira (violão de sete cordas), Romero Medeiros e George Aragão (arranjos e pianos), Fabinho Costa (flugel), Wálter Areia (baixo), Maurício Cezar (arranjos, pandeiro, ganzá e piano), Cláudio Almeida (violão), Luizinho (acordeom), Vanutti Macedo (arranjo, violão, piano e moringa), Carlos Ferrera (arranjo de voz e vocais), Rafael Marques (bandolim), Bráulio Araújo (baixo), Guto Santana (gaita), Claudinho Tomé (arranjo, acordeom e piano), Claudeir Tomé (violão, baixo e guitarra), Jeferson Cupertino (baixo acústico), Júlio César Mendes (acordeom), Apolo Natureza (violões), Daniel Coimbra (cavaco), Guilherme Eira (violão), entre outros.
E assim, com a anuência de grandes parceiros, intérpretes e musicistas, Xico reafirma seu talento e vem escrevendo a sua história dentro da música popular brasileira sempre pautada na sensibilidade em seu grau mais elevado a partir de canções que, além de destacá-lo como um dos mais representativos compositores nordestino da atualidade, nos faz atinar que mesmo no tresloucado tempo no qual vivemos sempre é possível nos ater às minuciosas doçuras existentes na vida independente dos substantivos aos quais vamos somando a nossa história. Astuto, Xico traz consigo o clínico olhar de quem consegue observar nestes pequenos detalhes as mais simplórias sutilezas fazendo das mesmas uma espécie de força-motriz capaz de nos transcender para um estado de poesia como é possível perceber de modo cada vez mais recorrente em sua obra, Se sua condição de avô chega como esteio maior para essa inspiração. O amor é isso: é ser simples, é ser pai, é ver sua história ser acompanhada por outros pés, é ter o aconchego daqueles que a pouco chegaram, mas já se fazem imprescindíveis para nós. É tudo uma questão de ponto de vista, como bem frisa as imagens que ilustram o encarte do álbum. São imagens que se esforçam para traduzir o mais intimo de compositor com aquele que ele define como amor maior que imenso, que e o seu neto Bernardo. Sem contar as canções presentes em "Valsas, canções e tudo o mais que há", que longe de ser uma vã tentativa, consegue transpor para as pautas musicais o olhar de um compositor em consonância com o lirismo, a poesia e toda a candura que o projeto requer. Por isso, antes de emitir qualquer opinião acerca deste novo disco faz-se preciso aguardar a emoção decantar para só depois expressar qualquer opinião a respeito de "Valsas, canções e tudo o mais que há", um projeto que mostrou-se capaz de atender, do modo mais abrangente possível, ao propósito do seu idealizador: fazer com que o disco possa ser apreciado pelo coração e seus acordes sejam entendidos pela alma.
Maiores Informações:
Site Oficial - http://www.forroboxote.com.br/forroboxote10/principal/
Passadisco - http://www.passadisco.com.br/selo-passa-disco/cd-duplo-xico-bizerra-valsas-cancoes-e-tudo-que-ha-passa-disco/
E assim, com a anuência de grandes parceiros, intérpretes e musicistas, Xico reafirma seu talento e vem escrevendo a sua história dentro da música popular brasileira sempre pautada na sensibilidade em seu grau mais elevado a partir de canções que, além de destacá-lo como um dos mais representativos compositores nordestino da atualidade, nos faz atinar que mesmo no tresloucado tempo no qual vivemos sempre é possível nos ater às minuciosas doçuras existentes na vida independente dos substantivos aos quais vamos somando a nossa história. Astuto, Xico traz consigo o clínico olhar de quem consegue observar nestes pequenos detalhes as mais simplórias sutilezas fazendo das mesmas uma espécie de força-motriz capaz de nos transcender para um estado de poesia como é possível perceber de modo cada vez mais recorrente em sua obra, Se sua condição de avô chega como esteio maior para essa inspiração. O amor é isso: é ser simples, é ser pai, é ver sua história ser acompanhada por outros pés, é ter o aconchego daqueles que a pouco chegaram, mas já se fazem imprescindíveis para nós. É tudo uma questão de ponto de vista, como bem frisa as imagens que ilustram o encarte do álbum. São imagens que se esforçam para traduzir o mais intimo de compositor com aquele que ele define como amor maior que imenso, que e o seu neto Bernardo. Sem contar as canções presentes em "Valsas, canções e tudo o mais que há", que longe de ser uma vã tentativa, consegue transpor para as pautas musicais o olhar de um compositor em consonância com o lirismo, a poesia e toda a candura que o projeto requer. Por isso, antes de emitir qualquer opinião acerca deste novo disco faz-se preciso aguardar a emoção decantar para só depois expressar qualquer opinião a respeito de "Valsas, canções e tudo o mais que há", um projeto que mostrou-se capaz de atender, do modo mais abrangente possível, ao propósito do seu idealizador: fazer com que o disco possa ser apreciado pelo coração e seus acordes sejam entendidos pela alma.
Maiores Informações:
Site Oficial - http://www.forroboxote.com.br/forroboxote10/principal/
Passadisco - http://www.passadisco.com.br/selo-passa-disco/cd-duplo-xico-bizerra-valsas-cancoes-e-tudo-que-ha-passa-disco/
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