Nasceu no bairro de Botafogo, sobre o túnel da Rua Real Grandeza. Filho de Elvira de Castro Simões da Silva e de Alberto de Castro Simões da Silva, conhecido por Sinhozinho. O pai, famoso boêmio, grande contador de anedotas, exerceu forte influência na formação de seu filho, tendo sido seu professor de violão. Envolvido com a música desde a infância, cantava modinhas com letras de Castro Alves, Casimiro de Abreu, Melo Morais Filho, entre outros. Ganhou o apelido quando cursava o primário no Colégio Santo Inácio: na ocasião, um grupo de índios Bororó visitou sua casa e, assim que o professor soube, passou a chamá-lo de Bororó. O apelido pegou entre os colegas e ele passou a se envolver em brigas, que acabaram por provocar sua expulsão e a transferência para o Colégio Santo Alberto, onde fez até o terceiro ano ginasial. Viveu de expedientes os mais diversificados, até empregar-se no Ministério da Justiça, em 1931. Era sobrinho da Marqueza de Santos.
Participou de muitos programas musicais com João Pernambuco, Quincas Laranjeiras, Gustavo Ribeiro, Rogério Guimarães, Américo Jacomino, entre outros. Por volta de 1920, começou sua carreira de compositor, fazendo algumas músicas para ranchos diversos como o "Flor da estopa", "Lírio do amor" e o "Mimosas cravinas". Junto com Carlinhos Santos Cruz (bandolim,) Fernando Albuquerque ( banjo ) e Eudóxio Correia (banjo), formou um conjunto que se apresentava em festas cantando lundus, valsas e modinhas. Com uma produção pequena, seu grande sucesso em disco foi o samba "Da cor do pecado", gravado em 1939 por Sílvio Caldas na melhor fase de sua carreira. Com melodia e harmonia elaboradas para a época, o samba possui, ainda, uma das letras mais sensuais da Música Popular Brasileira. Segundo o autor, "a musa desses versos chamava-se Felicidade, uma mulher de vida pregressa pouco recomendável". "Da cor do pecado" foi regravada ainda por Elis Regina, Nara Leaão, João Gilberto, Ney Matogrosso, Jacó do Bandolim e Luis Bonfá. Em 1940, Orlando Silva, lançou pela RCA Victor o choro "Curare", que se tornou um clássico no repertório do cantor. Foi o padrinho da carreira artística de Orlando Silva, que ficou enciumado por não ter gravado "Da cor do pecado", sendo então presenteado com "Curare", outro grande sucesso do compositor. Em 1942, Newton Teixeira gravou o fox "Nós dois a sonhar", parceria com Mello Moraes. Em 1943, Sílvio Caldas gravou o samba-choro "Que é que é?", um dos sucesso do ano. Em 1952 teve o samba canção "Sapatinho", parceria com Marino Pinto, gravado por Jorge Goularte e Trio Madrigal na Continental. Em 1979, o samba "Sublime tortura" foi gravado pela cantora Miúcha com acompanhamento de Tom Jobim ao piano. Em 1982, publicou o livro "Gente da madrugada : flagrantes da vida noturna", no qual narra a vida de personagens da vida boêmia. Foi considerado, por muitos cronistas e jornalistas, o maior boêmio carioca da zona sul do Rio, sendo seu principal reduto o antigo Restaurante Fiorentina, localizado no bairro do Leme, Copacabana, onde também morou em seus últimos anos de vida na rua Ribeiro da Costa. Em 1993, seu clássico samba-canção "Da cor do pecado" foi gravado pelo cantor Fagner no LP "Demais" da BMG Ariola. Em 2010, seu clássico samba "Da cor do pecado", foi gravado em dueto de violão e acordeom por Dominguinhos e Yamandu Costa, no CD Lado B, do selo Biscoito Fino. Em 2011, foi lançado pelo selo Discobertas em convênio com o ICCA - Instituto Cultural Cravo Albin a caixa "100 anos de música popular brasileira" com a reedição em 4 CDs duplos dos oito LPs lançados com as gravações dos programas realizados pelo radialista e produtor Ricardo Cravo Albin na Rádio MEC em 1974 e 1975. No volume 4 está incluído seu clássico "Da cor do pecado" na voz de Cauby Peixoto.
Fonte: Dicionário da MPB
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