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domingo, 10 de julho de 2016

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS DA MPB


Linda ainda hoje é considerada uma das cantoras
que mais celebraram a chamada fossa ou dor-de-cotovelo


Linda Rodrigues trazia seu adjetivo até em seu nome artístico como é possível atestar a partir da foto acima. Cantora e compositora, a artista carioca nascida em 1919 como Sophia Gervasone é considerada por muitos como uma das maiores celebrantes da chamada canção "dor-de-cotovelo" ao longo dos anos em que atuou em discos e espetáculos. Vale lembrar que o seu primeiro registro fonográfico ocorreu em 1945 pela gravadora Continental. Neste primeiro 78 rotações a artista gravou os sambas "Enxugue as lágrimas" (Elpídeo Viana e Correia da Silva) e "Abaixo do nível" (Osvaldo dos Santos e Odaurico Mota). No ano seguinte a marcha "Atchim" (J. Piedade e Príncipe Pretinho) e o samba "Claudionor" (Cândido Moura e Miguel Bauso). Ainda nos anos de 1940, período que antecede sua forte representatividade a um gênero, a cantora chega ainda a gravar ritmos distintos como a rumba "Jack! Jack! Jack!" (canção de autoria de Haroldo Barbosa e Armando Castro) e o samba "Mais um amor, mais uma desilusão" (composição do paulista de Jacareí José Maria de Abreu). A década seguinte vem como a mais representativa de sua carreira a partir de alguns registros fonográficos que entrariam para a história da artista como uns dos seus maiores sucessos. De início, em 1951, grava pelo selo Star, o samba canção "Os dias que lhe dei" (composto pelo carioca Newton Teixeira e Airton Moreira) e o samba "Raça negra" (feita a quatro mãos pela compositora Ailce Chaves e por Paulo Gesta). No ano seguinte registra o samba "Lama" (de autoria de Paulo Marques e Alice Chaves), tal canção viria a ser não apenas o maior sucesso da carreira fonográfica da artista, mas também um dos sambas-canções mais celebrados no repertório, digamos, de fossa. Neste mesmo ano a cantora também fez o registro do bolero "Nossos caminhos".

Ao longo dos anos de 1950 fez inúmeros registros fonográfico, dentre os quais, em 1953, pela gravadora Sinter, o samba "Sombra e água fresca" (Geraldo Mendonça e Russo do Pandeiro), a marcha "Bambeio mas não caio" (Elvira Pagã, Ailce Chaves e Paulo Marques), o samba "Sereno cai" (Raul Sampaio e Ricardo Galeno), a marcha "Tá tão bom" (Três Amigos), o samba "Ninguém me compreende" (de autoria do alagoano José Fernandes de Paula, o Peterpan), o samba-canção "Vício" (de sua autoria e José Braga que também se tornou um grande sucesso de sua carreira). Pela gravadora Todamérica ainda registrou a marcha "Rico é gente bem" (Rebelo, Rupp e Ari Monteiro), o samba "Folha de papel" (Paulo Marques, Sílvio Barcelos e Ari Monteiro), os sambas-canções "Farrapo humano" (de sua autoria e Ailce Chaves), "Queimei teu retrato" (Noel Rosa e Henrique Brito), "Pianista", (Irani de Oliveira e Ari Monteiro) e "Comentário barato" (Jaime Florence e J. Santos). Sem contar os sambas "Violeta" (Mirabeau e Dom Madrir), "Recompensa" (Tito Mendes, Nilo Silva e Osvaldo França), "Chorar pra que" (Aldair e Silva Jr.), "Quando o sol raiar" (o capixaba Mirabeau, Sebastião Mota e Urgel de Castro), "Sereno no samba" (Aldair e Dora Lopes) e "Tem areia" (esta última composta por Linda e por José Batista, e registrada na RCA Victor em 1959 juntamente com a "Marcha da folia" feita por ela, Aldacir e Silva Jr.). Ao longo dos anos de 1960, já com a carreira sedimentada a partir de suas singulares interpretações, gravou os sambas-canções "Negue" (Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos), "Tenho moral" (de sua autoria e Castelo),  "Companheiras da noite" (samba-canção de sua autoria, Ailce Chaves e William Duba). É dessa década também o LP "Companheiras da noite" no qual interpretou diversos sambas-canções, dentre eles, "Lama", "Negue", e "Cigarra Noturna". 

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