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sábado, 23 de abril de 2016

PETISCOS DA MUSICARIA

DE QUEM SÃO ESSES CLÁSSICOS? (IV)


Gordurinha – Waldeck Artur de Macedo


Cumprindo a missão de encontrar o maior número possível de canções cujo título tivesse o termo “Pau de Arara”, penso estar concluindo esse trabalho. Peço, porém, aos que conhecem músicas por esse mundão afora, que conheçam outros “Pau da Arara” façam a gentileza de indicar ou de enviar a este colunista, pois será imediatamente publicada e incorporada ao acervo.

Esta versão mesmo, que trago hoje, era uma que passaria em branco, não fosse eu conferir com meu amigo e consultor Fabio Cabral, da Passa Disco. Primeiro, conferi com ele: 1) Último Pau de Arara, de Venâncio, Corumba e José Guimarães; 2) Pau de Arara, de Guio de Morais e Luiz Gonzaga (que se duvidar, é mais melodiosa de todas!); 3) A letra e música de Pau de Arara, pelos improváveis autores Carlinhos Lyra e Vinícius, mestres da Bossa Nova, que compuseram a canção para uma sua peça “Pobre Menina Rica” conhecida em todo o país pela interpretação de Ary Toledo.

Pois bem, Fabio concordava com cada uma, mostrava uma surpresa ali, outra acolá, e me chamou pelas orêas: “e tu num vai botar “Pau de Arara é a vovozinha” não, é? Eu disse, cumo é? E tem essa também? Vôte.

Pus-me então a caçar e descobri que até poderia escolher intérprete: Elba Ramalho, Trio Nordestino e outros.

Pau de Arara é a Vovozinha (Gordurinha) intérprete Trio Nordestino:




Vim da Bahia pro Rio de Janeiro
Pra ganhar dinheiro
Desaforo não

Pau-de-arara é a vovozinha
Eu só viajo é de avião
Pau-de-arara é a vovozinha
Eu só viajo é de avião

Humorista de almanaque
Aprendiz de gozador
Eu vou lhe levar na Bahia

Você vai cair duro lá em Salvador
Vai escorregar no petróleo
Vou lhe cobrir de cacau

Se chegar falando em gíria
Você vai entrar no pau
Depois ô cabra-da-peste
Não me diga que o Nordeste
Só tem cabra mau

Depois ô cabra da peste
Não me diga que o Nordeste
Só tem cabra mau


Gordurinha

Waldeck Artur de Macedo nasceu em Salvador, a 10 de agosto de 1922 e faleceu no Rio de Janeiro, em 16 de janeiro de 1969, vivendo, portanto, apenas 46 anos. Foi humorista, compositor, radialista e cantor brasileiro. Ficou mais conhecido como Gordurinha, apelido recebido quando ainda trabalhava na Rádio Sociedade da Bahia, uma ironia ante a sua magreza.

Com grande potencial humorístico e capacidade para satirizar e criar piadas sobre os mais variados temas e situações, ganhou fama. Trabalhou ainda com teatro, excursionando por todo o país. A fama de humorista relegou a um segundo plano o talento de compositor. Gordurinha tentou a sorte no Rio de Janeiro, nos anos 40, não conseguindo êxito. Retornou a Salvador, para em 1952 voltar ao Rio e ingressar na Rádio Nacional. Neste período gravou os cinco discos de sua carreira, com canções de teor humorístico. (Wikipédia)

Gordurinha foi dos mais eloqüentes compositores brasileiros, em quantidade e qualidade. Ficou à sombra, mas deixou um legado inimitável. Por isso, não esgotarei sua biografia por aqui. Quem criou “Chiclete com Banana”, “Vendedor de Caranguejo” e, principalmente, o clássico “Súplica Cearense” terá uma edição especial deste Megaphone.

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