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sábado, 19 de março de 2016

PETISCOS DA MUSICARIA

Por Joaquim Macedo Junior


TATUÍ – ‘A CAPITAL DA MÚSICA’ – CONSERVATÓRIO DRAMÁTICO E MUSICAL – PARTE 02

Museu Paulo Setubal – Tatuí-SP


Continuei tropeçando em notas musicais na peregrinação por Tatuí: topei num fá sustenido, empaquei num dó maior e descansei num si bemol.

É que a capital da música é assim mesmo – cheia de sons e musicalidade. Além de todas as referências que justificam seu apelido (oficial, diga-se), a cidade tem muitas outras histórias, equipamentos e monumentos para mostrar.

Um deles é o Museu Paulo Setúbal, que ocupa um imóvel histórico no centro de Tatuí. Construído em 1920, o prédio que abriga o museu é um dos principais pontos turísticos do município.

Mesmo antes de se tornar um espaço cultural, o prédio da praça Manoel Guedes já servia aos tatuianos.

Foi inicialmente projetado para abrigar uma cadeia e, posteriormente, sediou o fórum da cidade. Passou por várias reformas, mas seu projeto inicial foi sempre mantido.

Em 1962, foi instituído como ‘Casa de Cultura Paulo Setúbal’, e, em 1966, criado o Museu Histórico de Tatuí.

Estátua de seresteiros na praça do Museu Paulo Setubal


Traz ao público uma exposição permanente, com recursos multimídia, que contempla alguns recortes da história de Tatuí. O subsolo é dedicado a contar as participações de tatuianos em conflitos armados e as curiosidades do acervo do Museu. Numa das salas, a exibição de instrumentos musicais – de bandas e fanfarras – com fones para se ouvir especificamente o som de cada um deles. Periodicamente, apresenta exposições itinerantes.


Remanescentes dos tatuianos no Movimento de 1932


No térreo, a biografia do escritor e jornalista Paulo Setúbal. Já o pavimento superior mostra a formação da cidade, os movimentos populacionais, os primeiros habitantes, os colonizadores e os conflitos gerados por eles, além de registrar a presença dos tropeiros na região.

Zeca Macedo auscultando os instrumentos de bandas e fanfarras no Museu Paulo Setubal


Paulo Setubal

Advogado, jornalista, escritor e político, nasceu em Tatuí em 1893. Ficou órfão de pai aos quatro anos e, na adolescência, mudou-se com a mãe e os irmãos para a capital.

Formou-se advogado na Faculdade de Direito de São Paulo. Durante o curso, iniciou a carreira de jornalista, e depois de formado, tornou-se colaborador das principais publicações do país.

Em São Paulo deu início à produção literária que levaria a ser o escritor mais nos anos 20, em todo o país. Em 1928, foi eleito deputado estadual, reeleito na eleição seguinte. Em consequência do agravamento de seu estado de saúde, deixou o cargo para dedicar-se à literatura.

Era casado com Francisca de Sousa Aranha (filha de Olavo Egídio de Sousa Aranha e de Vicentina de Queiroz Aranha), com quem teve três filhos: Maria Vicentina, Teresinha e Olavo Egídio Setúbal.

Em 1934, no auge da carreira, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Sua bibliografia reúne 13 livros, entre os quais “A Marquesa de Santos”, “O Príncipe de Nassau” e “Confiteor”.

Paulo Setubal morreu na capital, em 1937, de complicações de suas doenças crônicas: gripe espanhola e tuberculose.u o c

Publicou livros de contos, crônicas e memórias. Escritor de estética parnasiana, contou em seus versos a vida dos camponeses, dos caboclos do interior de São Paulo. Pela escolha do tema, na época foi chamado de “poeta regional”.

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