Por Rafael Machado Saldanha
RESUMO: Este trabalho pretende discutir a evolução do uso da sigla MPB (Música Popular Brasileira), desde sua popularização, nos anos 60, até os dias de hoje, dando ênfase para sua ramificação recente conhecida como “Nova MPB”. Também se buscou compreender como se dá a recepção por parte do público brasileiro, procurando contrastar as informações obtidas nas pesquisas bibliográficas com a opinião de ouvintes de MPB reunidos através de um fórum da Internet. Palavras-Chave: Música Brasileira – Estudos da Recepção – MPB – Nova MPB
3.2.2. Segunda discussão
Neste segundo tópico, o objetivo era averiguar como os usuários do fórum avaliam o espaço ocupado pela MPB nos meios de comunicação. Além disso, é uma primeira tentativa de se verificar se há uma concordância entre o conceito de MPB expresso na primeira discussão e aquele que é utilizado no dia a dia. O texto que abria o tema era o seguinte:
Nesse tópico, pudemos verificar que praticamente todos os usuários elegeram a internet como principal meio de se obter informação sobre MPB – embora não devamos desconsiderar que esse tipo de resultado não chega a ser surpreendente pela metodologia aplicada privilegiar um tipo de ouvinte mais aberto à mídia digital (os usuários do Orkut). Porém, os dados obtidos através das perguntas seguintes nos dão mais dicas sobre a percepção da audiência a respeito da MPB.
Podemos dividir as respostas em três categorias: A primeira, e majoritária, é daqueles que acham que a grande mídia não dá o devido espaço para a MPB por se render a artistas mais populares, de maior alcance. Uma segunda corrente, que difere sutilmente da primeira, é a dos que acreditam que os meios de comunicação são ineficientes em divulgar a MPB por estarem corrompidas pelas estruturas comerciais da indústria musical, através do chamado “Jabá”30. Uma terceira categoria que foi identificada, apesar de ser a que teve menos adeptos, é a de que o espaço existe, porém é utilizado de forma muito conservadora pelos grandes veículos.
Ao observar que a maioria julga o espaço para a MPB na grande mídia como pouco ou mesmo inexistente, vemos que apesar de a maioria dos usuários adotarem o discurso de que a MPB é “todo tipo de música produzida no Brasil”, na prática eles criam uma distinção entre o que é ou não digno da sigla dentro da música brasileira. O usuário “Eli ツ Lobo” deixa isso claro no comentário: “A grande imprensa dá cobertura pra massa, pro comercial... Geralmente trabalha em cima do que se destaca.” A usuária “BiA ღ Sampaio” explicita ainda mais essa oposição ao citar em sua resposta uma cantora popular (“A imprensa acha que só existe Ivete Sangalo”). Podemos dizer assim que a distinção se dá em grande parte por fatores que não simplesmente musicais. Ao se diferenciar da massa, do comercial, vemos novamente a MPB sendo colocada em um espaço superior na hierarquia. Vemos que, apesar de ter sido rechaçado quando apresentado pelo usuário “.Gustavo Oliveira.” na primeira discussão, no imaginário popular realmente existe a idéia de que a MPB é uma música mais sofisticada, mais rebuscada, e que por isso é superior aos demais. A profecia de Edgar Morin (1997a), de que de dentro da cultura de massa surgiria uma expressão que “emularia” a alta cultura parece ter se concretizado nesse pensamento, expresso pela maioria dos membros da comunidade.
A segunda ideia, de que toda exposição midiática, o a falta de exposição, conseguida pelos artistas de MPB são decorrentes das relações promíscuas entre indústria musical e meios de comunicação de massa, também demonstram uma falha no pensamento totalizante da MPB descrito na discussão anterior. O comentário do usuário “Fábio Eça .” deixa isso claro em seu comentário:
Vemos aqui uma clara oposição entre o que ele chama de “indústria do axé” e a MPB. Além disso, ao dizer que a imprensa “dá espaço a muito lixo”, fica implícito que há um critério qualitativo no que diz respeito à conceituação da MPB. Outro comentário que expressa idéias nesse mesmo sentido é o de “Cado: Navegador do imponderável”, que coloca:
Por várias vezes, o tipo de público da MPB foi referido como “selecionado” ou “restrito”. Isso demonstra mais uma vez que há um sentimento de que somente iniciados neste universo de “bom gosto” conseguem ter plena fruição da MPB, enquanto a “massa” e seus sons mais “simples” formariam outra categoria.
A terceira ideia expressa está mais de acordo com a ideia ampla de MPB defendida na discussão anterior. Para os usuários que defenderam essa tese, o problema não é a falta de espaço para os artistas da MPB, e sim a falta de renovação dos mesmos. A usuária “Kika Seixas [CAS]” dá exemplos do que foi chamado na comunidade de “conservadorismo”:
Aqui vemos uma ideia de que há uma certa supervalorização do passado, dos artistas identificados como “fundadores” da MPB, que acabam por não permitir que esta se renove com a velocidade necessária. O usuário “Carlos (Swancide)” chama a cobertura midiática da MPB de “desproporcional”, ao que emenda:
Note que, ao direcionar suas críticas não a determinados artistas ou aos veículos de comunicação, e sim à própria MPB, parece que o usuário está mais uma vez abandonando o significado totalizante da sigla e assumindo a mesma como gênero musical.
3.2.3. Terceira discussão
A terceira discussão proposta teve como objetivo retornar à questão da hierarquização da MPB como música de boa qualidade. A questão inicial foi simples:
Com isso, afasta-se um pouco a resposta da opinião do usuário e se obtém uma resposta que diz mais respeito à percepção dele sobre essa classificação para o público em geral. O exemplo da banda Los Hermanos foi retirado da comunidade “MPB – Música Brasileira”, onde eles são freqüentemente citados como uma banda que fez essa passagem. Vale salientar que dentro da própria questão está implícito o conceito da MPB como um gênero musical. Tal “armadilha” foi proposital, para verificar se isso causaria alguma estranheza aos usuários, uma vez que pelo significado mais amplo da sigla, o Rock brasileiro já faria parte da MPB. No entanto, apenas um usuário (“MdC Suingue”) notou tal contradição e a denunciou – respondendo que somente quem optou por uma visão mais restritiva de MPB na primeira discussão perceberia esse tipo de status diferenciado.
Para os demais, no entanto, a resposta foi praticamente a mesma: existe sim uma diferenciação positiva na percepção do trabalho de um artista quando este passa a ser considerado como MPB. O usuário “.Gustavo Oliveira.” Comenta como se dá essa diferenciação:
Esse pensamento se repete nas falas de praticamente todos os outros usuários. Porém, algumas ressalvas interessantes merecem ser notadas. O usuário “Carlos (Swancide)” fez uma interessante separação entre os campos da MPB e do Rock, mas salientou que o primeiro tem melhor aceitação da sociedade do que o segundo.
Em uma brincadeira, ele acaba por explicitar os espaços ocupados pelo Rock e pela MPB dentro do imaginário popular: o primeiro é visto como algo simplório, a ser consumido por pessoas não instruídas, enquanto do segundo se pensa algo de maior valor, sofisticado. Porém, o usuário “Cleiton Profeta s” demonstra que essa sofisticação também cria impedimentos:
Mais uma vez, temos expressa uma oposição entre cultura de massa e cultura de elite. A simples mudança de tratamento inibiria o consumo de MPB pela massa. Isso nos explica a diferenciação das duas primeiras categorias da discussão anterior: o gênero identificado como MPB estaria fora da mídia não só por uma questão de opção econômica das gravadoras em investir ou não parte de seu orçamento em determinados artistas. Os artistas da MPB seriam preteridos por serem “sofisticados demais” para serem consumidos pelo público geral, que preferiria os artistas classificados como “populares” pela simplicidade dos mesmos. Esse isolamento da MPB – apesar de muitas vezes ser lamentado – acaba por cumprir uma função desejada por muitos, ao menos secretamente: emprestar ao ouvinte da MPB a aura de sofisticação e bom gosto atribuído ao gênero. Assim, quando o usuário “.Gustavo Oliveira.” classifica os artistas da MPB como “mais intelectualizados”, ele acaba por atribuir o mesmo rótulo aos ouvintes desse gênero musical.
3.2.4. Quarta discussão
Neste ponto, houve uma tentativa de se abordar o tema da Nova MPB, discutida teoricamente no capítulo anterior. O assunto foi introduzido da seguinte forma:
Aqui, o objetivo era descobrir se a existência desta “Nova MPB” era percebida pelos ouvintes. Caso isso se confirmasse, o próximo passo seria verificar se esta se tratava de um movimento legítimo dentro do campo musical. Em seguida, se elencaria as marcas estéticas do estilo, para então finalizar reconhecendo que artistas se enquadrariam dentro dessa nomenclatura.
No entanto, as respostas dos usuários quebraram essa cadeia logo no início. Apesar de reconhecerem o uso do tema, os membros da comunidade virtual foram quase unânimes em repudiar o rótulo. A maioria dos membros da “Grupo de Pesquisa – MPB” acreditam que não houve um momento de ruptura que justificasse a distinção de uma “nova MPB” em oposição a uma “velha MPB”. Alguns vêem esse momento como um processo natural, resgatando até mesmo a ideia de evolução. O usuário “Alexandre Dias” resume essa ideia ao comentar:
ligeiramente diferente, há também o pensamento de que não há novidade porque o que acontece em hoje não difere em nada do que já vinha acontecendo na MPB desde seu princípio. O usuário “Cleiton Profetas” ilustra bem a questão com exemplos:
Ou como coloca o bem humorado “Carlos (Swancide)”, “Nova MPB é gente nova fazendo música velha sob tutela dos velhos.”. Assim, o movimento seria mais de atualização – ou como diria o usuário “Luciano Jr.”, reciclagem – do que propriamente inovação. Há ainda quem rechace o uso da expressão não por não enxergar diferenças, mas por crer que o rótulo cause um juízo de valor equivocado. O usuário “Caio Varela” argumenta nesse sentido:
Assim, mais importante se tornou verificar as razões da existência de uma “Nova MPB” não serem aceitas pelo público e o porquê da insistência em utilizá-lo. Para a maioria, os motivos são comerciais: a criação de um novo rótulo e associação de alguns artistas (geralmente pouco conhecidos) a este, dando uma ideia de coesão e coerência estética, facilitaria a popularização dos mesmos e, por conseqüência, aumentaria as vendagens de seus discos. Em tom de protesto, o usuário “MdC Suingue” argumenta:
Como na segunda discussão, o “Jabá” é apontado como uma das causas para a utilização do rótulo. As expressões “para o mercado” e “para vender” foram recorrentes. Podemos dizer que o termo causa desconforto entre os usuários da comunidade por estes o identificarem como um sintoma da mercantilização da arte, não correspondendo a um momento de mudança e novidade, e sim à necessidade de se criar um salto diferencial numa manifestação que sofreu poucas mudanças, ou que as sofre de maneira lenta e gradativa.
O único a legitimar o rótulo “Nova MPB” em sua fala, “.Gustavo Oliveira.” entende que as grandes mudanças que ocorreram dentro da MPB nos últimos anos são conjunturais:
Apesar de ser a voz destoante na comunidade virtual, essa visão é interessante por encaixar o conceito de “Nova MPB” em alguns elementos normalmente atribuídos à pósmodernidade. O quadro descrito no final do comentário se assemelha àquilo que Santos (2006) chama de “condição Pós-moderna” e a influência do passado que acaba por aparentar falta de novidade nos remete a situação de “fim das vanguardas” descrito por Jameson (1985).
Ainda assim, não podemos ignorar que a maior parte da comunidade não toma essa designação como válida – apesar de reconhecer seu uso. Apesar de discordarem da classificação, muitos indicaram nomes que fariam parte dessa “Nova MPB”. Os nomes mais citados foram: Maria Rita, Vanessa da Matta, Ana Carolina, Lenine, Zeca Baleiro, Zélia Duncan, Céu, Fred Martins, Jorge Vercilo, Marcelo Camelo, Ana Cañas, Roberta Sá, Chico César e Paulinho Moska.
3.2.2. Segunda discussão
Neste segundo tópico, o objetivo era averiguar como os usuários do fórum avaliam o espaço ocupado pela MPB nos meios de comunicação. Além disso, é uma primeira tentativa de se verificar se há uma concordância entre o conceito de MPB expresso na primeira discussão e aquele que é utilizado no dia a dia. O texto que abria o tema era o seguinte:
A MPB e a mídia:
Onde vocês procuram informações sobre a MPB? A grande imprensa
dá cobertura
adequada à MPB? O que vocês acham das rádios especializadas nela?
Quando ela é tema
dos cadernos culturais dos jornais ou das revistas,
o que vocês acham do tratamento a ela
dispensado?
Nesse tópico, pudemos verificar que praticamente todos os usuários elegeram a internet como principal meio de se obter informação sobre MPB – embora não devamos desconsiderar que esse tipo de resultado não chega a ser surpreendente pela metodologia aplicada privilegiar um tipo de ouvinte mais aberto à mídia digital (os usuários do Orkut). Porém, os dados obtidos através das perguntas seguintes nos dão mais dicas sobre a percepção da audiência a respeito da MPB.
Podemos dividir as respostas em três categorias: A primeira, e majoritária, é daqueles que acham que a grande mídia não dá o devido espaço para a MPB por se render a artistas mais populares, de maior alcance. Uma segunda corrente, que difere sutilmente da primeira, é a dos que acreditam que os meios de comunicação são ineficientes em divulgar a MPB por estarem corrompidas pelas estruturas comerciais da indústria musical, através do chamado “Jabá”30. Uma terceira categoria que foi identificada, apesar de ser a que teve menos adeptos, é a de que o espaço existe, porém é utilizado de forma muito conservadora pelos grandes veículos.
Ao observar que a maioria julga o espaço para a MPB na grande mídia como pouco ou mesmo inexistente, vemos que apesar de a maioria dos usuários adotarem o discurso de que a MPB é “todo tipo de música produzida no Brasil”, na prática eles criam uma distinção entre o que é ou não digno da sigla dentro da música brasileira. O usuário “Eli ツ Lobo” deixa isso claro no comentário: “A grande imprensa dá cobertura pra massa, pro comercial... Geralmente trabalha em cima do que se destaca.” A usuária “BiA ღ Sampaio” explicita ainda mais essa oposição ao citar em sua resposta uma cantora popular (“A imprensa acha que só existe Ivete Sangalo”). Podemos dizer assim que a distinção se dá em grande parte por fatores que não simplesmente musicais. Ao se diferenciar da massa, do comercial, vemos novamente a MPB sendo colocada em um espaço superior na hierarquia. Vemos que, apesar de ter sido rechaçado quando apresentado pelo usuário “.Gustavo Oliveira.” na primeira discussão, no imaginário popular realmente existe a idéia de que a MPB é uma música mais sofisticada, mais rebuscada, e que por isso é superior aos demais. A profecia de Edgar Morin (1997a), de que de dentro da cultura de massa surgiria uma expressão que “emularia” a alta cultura parece ter se concretizado nesse pensamento, expresso pela maioria dos membros da comunidade.
A segunda ideia, de que toda exposição midiática, o a falta de exposição, conseguida pelos artistas de MPB são decorrentes das relações promíscuas entre indústria musical e meios de comunicação de massa, também demonstram uma falha no pensamento totalizante da MPB descrito na discussão anterior. O comentário do usuário “Fábio Eça .” deixa isso claro em seu comentário:
A imprensa não dá cobertura adequada à MPB, pois há muito sendo produzido.
Infelizmente não há espaço para todos. Por outro lado a imprensa também
dá espaço a
muito lixo. Grande parte da imprensa está nas mãos de grupos políticos
e seus interesses e
isso pode comprometer uma divulgação saudável dos assuntos
ligados à cultura. Quase
todas as rádios são jabazeiras, mesmo aquelas tocam boa MPB.
Então ouvimos uma
mesma música vinte vezes por dia. As gravadoras quase sempre
estão metidas nas rádios.
Isso prejudica bons artistas que querem
mostrar seu trabalho e só tem a internet como
meio de divulgação.
Com o jabá correndo solto nunca haverá bom tratamento à música
brasileira.
Os cadernos culturais estão cheios de incompetentes, que não entendem nada de música
e
sempre falam bobagens. Aqui na Bahia ainda é pior. Praticamente
não existem cadernos
culturais. Todos são propriedades privadas.
Fora a parte de agenda, aqui eles são uma
espécie de caderno
de fofocas sobre a indústria do axé.
Vemos aqui uma clara oposição entre o que ele chama de “indústria do axé” e a MPB. Além disso, ao dizer que a imprensa “dá espaço a muito lixo”, fica implícito que há um critério qualitativo no que diz respeito à conceituação da MPB. Outro comentário que expressa idéias nesse mesmo sentido é o de “Cado: Navegador do imponderável”, que coloca:
Acho que a MPB é tratada com absoluto descaso pela grande mídia,
mas tem seu espaço
garantido em veículos sérios. Não percebo uma total
desconsideração desse domínio
musical, mas uma tendência a eleger
"o artista do momento", e a desgastar a imagem de
tal artista
com uma super exposição.
Por várias vezes, o tipo de público da MPB foi referido como “selecionado” ou “restrito”. Isso demonstra mais uma vez que há um sentimento de que somente iniciados neste universo de “bom gosto” conseguem ter plena fruição da MPB, enquanto a “massa” e seus sons mais “simples” formariam outra categoria.
A terceira ideia expressa está mais de acordo com a ideia ampla de MPB defendida na discussão anterior. Para os usuários que defenderam essa tese, o problema não é a falta de espaço para os artistas da MPB, e sim a falta de renovação dos mesmos. A usuária “Kika Seixas [CAS]” dá exemplos do que foi chamado na comunidade de “conservadorismo”:
São sempre as mesmas caras aparecendo na grande imprensa. Nem creio que toda
cobertura jornalística seja - como acontece com a radiodifusão - fruto do jabá,
mas
certamente resulta do gosto engessado da geração que hoje está na chefia dos veículos
de
comunicação, essa turma do "aquário" das redações, que foi jovem nos anos 60
e insiste
em acreditar que nada que preste foi feito desde então. Tenho vontade de
chorar toda vez
que um 'Segundo Caderno' dá uma capa para a "polêmica" sobre quem foi
o verdadeiro
criador do termo Bossa Nova ou se Caetano Veloso fica bem ou não de roxo.
Falta sangue
novo na chefia das editorias culturais. Até os jornalistas encarregados
de dar esse viés
mais moderno aos jornais (Tom Leão, Carlos Albuquerque,
Bernardo Araújo no caso do
Globo) já estão meio passadinhos:
simplesmente têm outra década (a de 80) como
50
referência. Creio
que é próprio do ser humano se fixar na estética dos anos dourados de
nossas vidas,
e que jornalistas não são imunes a isso. Acabam por propagar - e, o que é
pior,
dar legitimidade - à ideia burra de que só o que é velho (ou imita o velho) é bom.
Aqui vemos uma ideia de que há uma certa supervalorização do passado, dos artistas identificados como “fundadores” da MPB, que acabam por não permitir que esta se renove com a velocidade necessária. O usuário “Carlos (Swancide)” chama a cobertura midiática da MPB de “desproporcional”, ao que emenda:
Parece que estamos nos anos 60. A MPB não representa o que se faz e se pensa no Brasil,
nem uma tentativa de ser a futura vanguarda do que se fará e pensará.
Vive numa espécie
de bolha dos anos 60.
Note que, ao direcionar suas críticas não a determinados artistas ou aos veículos de comunicação, e sim à própria MPB, parece que o usuário está mais uma vez abandonando o significado totalizante da sigla e assumindo a mesma como gênero musical.
3.2.3. Terceira discussão
A terceira discussão proposta teve como objetivo retornar à questão da hierarquização da MPB como música de boa qualidade. A questão inicial foi simples:
Você acredita que ser classificado como MPB faz um artista ser mais "respeitado"?
Por exemplo: Concordando ou não com a classificação, a banda carioca Los Hermanos
mudou de status depois que a grande imprensa e boa parcela do público começou a
considerá-los um grupo de MPB ao invés de uma banda de Rock?
Com isso, afasta-se um pouco a resposta da opinião do usuário e se obtém uma resposta que diz mais respeito à percepção dele sobre essa classificação para o público em geral. O exemplo da banda Los Hermanos foi retirado da comunidade “MPB – Música Brasileira”, onde eles são freqüentemente citados como uma banda que fez essa passagem. Vale salientar que dentro da própria questão está implícito o conceito da MPB como um gênero musical. Tal “armadilha” foi proposital, para verificar se isso causaria alguma estranheza aos usuários, uma vez que pelo significado mais amplo da sigla, o Rock brasileiro já faria parte da MPB. No entanto, apenas um usuário (“MdC Suingue”) notou tal contradição e a denunciou – respondendo que somente quem optou por uma visão mais restritiva de MPB na primeira discussão perceberia esse tipo de status diferenciado.
Para os demais, no entanto, a resposta foi praticamente a mesma: existe sim uma diferenciação positiva na percepção do trabalho de um artista quando este passa a ser considerado como MPB. O usuário “.Gustavo Oliveira.” Comenta como se dá essa diferenciação:
Acredito que sim!!
A ideia que me passa é de uma classe musical mais intelectualizada, mais culta...
Que têm
algo importante ou interessante a passar com suas canções.
Esse pensamento se repete nas falas de praticamente todos os outros usuários. Porém, algumas ressalvas interessantes merecem ser notadas. O usuário “Carlos (Swancide)” fez uma interessante separação entre os campos da MPB e do Rock, mas salientou que o primeiro tem melhor aceitação da sociedade do que o segundo.
Sobe de status na MPB e cai de status no Rock.Tudo é relativo.
No Brasil, Rock é coisa de bandido e MPB coisa de "respeitáveis artistas".
Outro preconceito é achar que letras de Rock são triviais e que letras de MPB fogem do
óbvio.
MPB é 99% previsível e repetitiva.
Rock também, mas só 88%
Em uma brincadeira, ele acaba por explicitar os espaços ocupados pelo Rock e pela MPB dentro do imaginário popular: o primeiro é visto como algo simplório, a ser consumido por pessoas não instruídas, enquanto do segundo se pensa algo de maior valor, sofisticado. Porém, o usuário “Cleiton Profeta s” demonstra que essa sofisticação também cria impedimentos:
Acho que aumenta o prestígio, mas cria barreiras para um público mais "popular".
Mais uma vez, temos expressa uma oposição entre cultura de massa e cultura de elite. A simples mudança de tratamento inibiria o consumo de MPB pela massa. Isso nos explica a diferenciação das duas primeiras categorias da discussão anterior: o gênero identificado como MPB estaria fora da mídia não só por uma questão de opção econômica das gravadoras em investir ou não parte de seu orçamento em determinados artistas. Os artistas da MPB seriam preteridos por serem “sofisticados demais” para serem consumidos pelo público geral, que preferiria os artistas classificados como “populares” pela simplicidade dos mesmos. Esse isolamento da MPB – apesar de muitas vezes ser lamentado – acaba por cumprir uma função desejada por muitos, ao menos secretamente: emprestar ao ouvinte da MPB a aura de sofisticação e bom gosto atribuído ao gênero. Assim, quando o usuário “.Gustavo Oliveira.” classifica os artistas da MPB como “mais intelectualizados”, ele acaba por atribuir o mesmo rótulo aos ouvintes desse gênero musical.
3.2.4. Quarta discussão
Neste ponto, houve uma tentativa de se abordar o tema da Nova MPB, discutida teoricamente no capítulo anterior. O assunto foi introduzido da seguinte forma:
A partir do final dos anos 90, começa a se falar de uma "Nova MPB", não como uma nova
onda da MPB, mas como algo isolado. O website "Nova MPB" definia a Nova MPB
assim:
A Nova MPB nada mais é que nova formatação num processo natural da música: a
mistura entre o “novo” e o “velho”, característica que parece imperar em todas as
esferas da sociedade brasileira.
Depois dos grandes artistas renomados da famosa música popular brasileira, eis que
surgem no cenário musical nomes nunca ouvidos antes. Na nova MPB o som não se
restringe mais a apenas um toque do violão. Hoje os novos artistas usam influências do
samba, pop, eletrônico e outros ritmos malucos, traçando uma combinação
caleidoscópica de ritmos e conceitos.
O tema ainda é pouco discutido na grande imprensa. E, quando é, surge sob o vocábulo
de ‘MPB Pós-Moderna’. Tudo isso porque o processo de composição ora adotado
incorpora novas informações de forma rápida, ágil, numa mistura de veículos,
tendências, cores e sons.
O que definiria essa "Nova MPB"?
Quais seriam as principais diferenças (estéticas,
temáticas, etc) dessa em relação a MPB tradicional? Quais artistas fariam parte dessa
"Nova MPB"?
Aqui, o objetivo era descobrir se a existência desta “Nova MPB” era percebida pelos ouvintes. Caso isso se confirmasse, o próximo passo seria verificar se esta se tratava de um movimento legítimo dentro do campo musical. Em seguida, se elencaria as marcas estéticas do estilo, para então finalizar reconhecendo que artistas se enquadrariam dentro dessa nomenclatura.
No entanto, as respostas dos usuários quebraram essa cadeia logo no início. Apesar de reconhecerem o uso do tema, os membros da comunidade virtual foram quase unânimes em repudiar o rótulo. A maioria dos membros da “Grupo de Pesquisa – MPB” acreditam que não houve um momento de ruptura que justificasse a distinção de uma “nova MPB” em oposição a uma “velha MPB”. Alguns vêem esse momento como um processo natural, resgatando até mesmo a ideia de evolução. O usuário “Alexandre Dias” resume essa ideia ao comentar:
Eu acho que não exista isso [Nova MPB]. É tudo a mesma coisa, uma continuação.
Eu
vejo um grupo de artistas novos, buscando novidades... E geralmente
estes são mal
recebidos e muito criticados.
ligeiramente diferente, há também o pensamento de que não há novidade porque o que acontece em hoje não difere em nada do que já vinha acontecendo na MPB desde seu princípio. O usuário “Cleiton Profetas” ilustra bem a questão com exemplos:
O Brasil sempre foi um país de mistura, mistura de raças, de cores, de sons.
Não há nada
que se faça hoje que não se tenha feito na década de 70, 80 etc.
Raul Seixa chegou a
colocar até elementos de "Disco", "Tango", fora o "Rock"
e o "Baião", tudo isso ainda na
década de 70. Mutantes fizeram muita coisa do gênero.
Música eletrônica eu já ouvi e vi
até em shows do Oswaldo Montenegro... A "Nova MPB"
não é nada de novo na MPB.
Assim, todo artista que grava um disco hoje é novo...
Ou como coloca o bem humorado “Carlos (Swancide)”, “Nova MPB é gente nova fazendo música velha sob tutela dos velhos.”. Assim, o movimento seria mais de atualização – ou como diria o usuário “Luciano Jr.”, reciclagem – do que propriamente inovação. Há ainda quem rechace o uso da expressão não por não enxergar diferenças, mas por crer que o rótulo cause um juízo de valor equivocado. O usuário “Caio Varela” argumenta nesse sentido:
O conceito de "Nova MPB" talvez tenha sido mal formulado. Não há porque pegar
praticamente tudo que é novo ou inovador na MPB e chamar de Nova MPB, isso é partir
a
cultura de um país em duas partes e, ainda por cima, de maneira equivocada,
como se não
tivessem ocorrido inovações como a Bossa Nova, o Tropicalismo.
A música brasileira só
pode ser dividida em vários movimentos, ou então deve ser apenas um.
Não há como
juntar vários momentos distintos e agrupar num só e depois pegar
outros tantos e dizer que
é outro. Tentar fragmentar o "mesmo"
tipo de música em dois é loucura
Assim, mais importante se tornou verificar as razões da existência de uma “Nova MPB” não serem aceitas pelo público e o porquê da insistência em utilizá-lo. Para a maioria, os motivos são comerciais: a criação de um novo rótulo e associação de alguns artistas (geralmente pouco conhecidos) a este, dando uma ideia de coesão e coerência estética, facilitaria a popularização dos mesmos e, por conseqüência, aumentaria as vendagens de seus discos. Em tom de protesto, o usuário “MdC Suingue” argumenta:
É apenas mais um rótulo criado por jornalista preguiçoso para leitores preguiçosos.
A
música brasileira evolui constantemente, quer tenha jornalista prestando
atenção ou não.
Inventar um divisor de águas é ignorar a premissa acima
e subestimar a inteligência do
ouvinte.
Como na segunda discussão, o “Jabá” é apontado como uma das causas para a utilização do rótulo. As expressões “para o mercado” e “para vender” foram recorrentes. Podemos dizer que o termo causa desconforto entre os usuários da comunidade por estes o identificarem como um sintoma da mercantilização da arte, não correspondendo a um momento de mudança e novidade, e sim à necessidade de se criar um salto diferencial numa manifestação que sofreu poucas mudanças, ou que as sofre de maneira lenta e gradativa.
O único a legitimar o rótulo “Nova MPB” em sua fala, “.Gustavo Oliveira.” entende que as grandes mudanças que ocorreram dentro da MPB nos últimos anos são conjunturais:
Eu acredito que esse termo surgiu devido às influencias do atual contexto sócio-político-econômico,
ou seja, o período pós-ditadura.
Porque se formos analisar, o termo MPB surgiu no início da ditadura militar e na época
dos grandes festivais, onde imperava as musicas de protesto e os movimentos musicais
(Tropicalismo, Clube da Esquina, Novos Baianos, etc...).
Os artistas daquela época tinham uma visão de mundo totalmente diferente da atual...
Viviam num mundo mais reprimido e expressavam seus sentimentos de revolta, medo,
esperança, frustração (causados pela ditadura) nas canções e interpretações.
Acredito que a essência da chamada 'Nova MPB' é a mesma, até pela influência natural
que os medalhões da MPB (Elis, Milton, Chico, Gal, Caetano, Gil, Bethania...) exercem
sobre eles. O que muda mesmo é a conjuntura, as condições do ambiente, a visão de
mundo, a tecnologia, a globalização... Isso gera novas influências, incorporação de outros
ritmos e tendências.
Apesar de ser a voz destoante na comunidade virtual, essa visão é interessante por encaixar o conceito de “Nova MPB” em alguns elementos normalmente atribuídos à pósmodernidade. O quadro descrito no final do comentário se assemelha àquilo que Santos (2006) chama de “condição Pós-moderna” e a influência do passado que acaba por aparentar falta de novidade nos remete a situação de “fim das vanguardas” descrito por Jameson (1985).
Ainda assim, não podemos ignorar que a maior parte da comunidade não toma essa designação como válida – apesar de reconhecer seu uso. Apesar de discordarem da classificação, muitos indicaram nomes que fariam parte dessa “Nova MPB”. Os nomes mais citados foram: Maria Rita, Vanessa da Matta, Ana Carolina, Lenine, Zeca Baleiro, Zélia Duncan, Céu, Fred Martins, Jorge Vercilo, Marcelo Camelo, Ana Cañas, Roberta Sá, Chico César e Paulinho Moska.
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