HISTÓRIA DE MINHAS MÚSICAS – 01
BAIÃO DO SOL ESCONDIDO
Música construída num instante de decepção com o PT, em quem sempre votei, desde os tempos do Lula sindicalista. Daquele PT resta o Presidente Lula, coligado com os Sarneys, Collors, Renans, Temers e Barbalhos da vida, se defendendo de alianças tão espúrias com o argumento da governabilidade. A intenção da música foi mostrar minha indignação não com a figura pessoal do Lula, mas com o que ele representa com essas alianças imorais.
A letra, de minha autoria, com todas as metáforas a que tive direito, se encaixou na melodia de meu parceiro Ozi dos Palmares e foi interpretada por Miguel Filho, do Bodocó, constando do CD Forroboxote 6 – BAIÃO: DO REINO ENCANTADO DO NOVO EXU ÀS VEREDAS DO RESTO DO MUNDO E ADJACÊNCIAS, disco em que presto modesta homenagem aos 60 anos do Baião, tendo como intérpretes artistas nascidos na região do cariri cearense/pernambucano.
BAIÃO DO SOL ESCONDIDO
Ozi dos Palmares e Xico Bizerra
Nos lupanares de uma aldeia sem esquinas
mãos tão malinas escondiam nosso sol
E a consciência da peneira
Se agigantou pra que a sujeira
Se derramasse feito lama encharcando toda a terra
Vendo o boi que ao rebanho anuncia, grita e berra
Que todo o pasto se foi e não voltará
Nem hoje, talvez nunca mais
A fé que não foi replantada
A lua que não se acendeu
Um rio que de água tão suja que se desencheu
E a paz de tão rara, tão pouca
Calou-se, de rouca, se foi
E a flor numa roça tão louca, sumiu
Nenhum comentário:
Postar um comentário