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terça-feira, 14 de julho de 2015

70 ANOS

Ao longo desse ano estes artistas completam sete décadas de existência tendo como característica em comum a música.

Edil Pacheco




Filho de Antonio Pacheco e Maria Lúcia de Jesus, Edil nasceu em Maragogipe, cidade situada no Recôncavo baiano. Seu primeiro violão foi ganho do tio José Lessa.

Aos 18 anos, mudou-se para Salvador, chegando a trabalhar em padaria, foi banco e em uma empresa de transportes.

Em 1963 participou do grupo musical Função. Por essa época conheceu os poetas Luiz Galvão e Cid Seixas e os músicos e compositores Moraes Moreira, Ederaldo Gentil, Tião Motorista, Celeste, Alcyvando Luz e Batatinha.

Em 1965 mudou-se para a cidade de Palmas e, aos 20 anos, foi convidado pelo compositor Batatinha para acompanhá-lo como violonista no show "Eu sou, tu és, ele é: gente". Por essa época, incentivado por Batatinha compôs "Experiência própria" e "Protetor do samba".

Uma de suas primeiras músicas gravadas foi a toada "Fim de tarde" (c/ Luiz Galvão) em 1969, por Eliana Pittman, que lhe foi apresentada pelo jornalista Fernando Vita. Neste mesmo disco, Eliana Pittman também gravou "Passatempo" (c/ Batatinha e Cid Seixas). Por essa época, participou várias vezes do programa televisivo "Improviso" gravado no Teatro Vila Velha. Devido ao sucesso nacional de "Alô, madrugada" (c/ Ederaldo Gentil), gravada por Jair Rodrigues no início da década de 1970, transferiu-se para o Rio de Janeiro.

No ano de 1972 musicou a peça "A morte de Quincas Berro D'Água", sobre o livro de Jorge Amado, dirigida e adaptada por João Augusto e produzida por Roberto Santana. Neste mesmo ano gravou o compacto duplo "A morte de Quincas Berro D'Água", pela PolyGran, disco no qual foi incluída de sua autoria a faixa-título e no qual pela primeira vez registrou sua voz. As outras músicas da peça eram de autoria de Dorival Caymmi, Gereba e Fernando Lona. Ainda em 1972, Gal Costa interpretou de sua autoria "Estamos aí", em parceria com Paulinho Diniz. No ano seguinte, Wilson Simonal gravou "Tristeza" (c/ Carlos Lacerda).




Em 1975, no LP "A voz do samba", Alcione gravou duas composições suas: "Aruandê" (c/ Nélson Rufino) e "Até o dia de São Nunca", em parceria com Paulinho Diniz. Neste mesmo ano, seu parceiro Ederaldo Gentil lançou o disco "Samba, canto livre de um povo", pela gravadora Chantecler, com a faixa-título de parceria de ambos. Ainda em 1975, junto a Batatinha e Ederaldo Gentil montou o show "O samba nasceu na Bahia", apresentado no Teatro Senac, no bairro do Pelourinho. No ano seguinte, Fafá de Belém interpretou "Siriê" (c/ Paulo Diniz). Alcione interpretou de sua autoria a música "Lua menina" (c/ Paulinho Diniz). Ainda em 1976, no disco "Pequenino", de Ederaldo Gentil, foi incluída uma composição de ambos: "Manhã de um novo dia".

No ano de 1977, lançou seu primeiro LP, "Pedras afiadas", pela gravadora Polydor, no qual interpretou "Abra a gaiola", "Coração vadio", "Há muito tempo", "Nau dos aflitos" e "Lua menina", todas em parceria com Paulinho Diniz.

Em 1979, no LP "Esperança", Clara Nunes incluiu "Apenas um adeus" (c/ Roque Ferreira e Paulinho Diniz). No ano seguinte, Leci Brandão incluiu de sua autoria "Catarerê" (c/ Paulinho Diniz), no disco "Essa tal criatura", lançado pela gravadora Polydor.

Clara Nunes, em 1981, interpretou "Coração valente" (c/ Roque Ferreira) e, no ano seguinte, "Ijexá", no disco "Nação". Com o sucesso desta música, começou a ser requisitado por vários intérpretes, como Roberto Ribeiro, Elza Soares, Beth Carvalho ("Encanto do Gantois"), Neguinho da Beija-Flor, Agepê ("Lendas da estrela do mar"e "Ilê aiyê"), Gilberto Gil ("Ijexá"), Zezé Motta ("Carnaval de rua"), entre outros.

Em 1983, João Nogueira lançou pela RCA o LP "Bem transado", no qual incluiu "Se segura, segurança", de autoria sua em parceria com João Nogueira e Dalmo Castelo. No ano seguinte, gravou o segundo disco "Estamos aí", pela PolyGram.

Em 1985, a cantora Alcione gravou pela RCA Victor o LP "Fogo da vida", no qual incluiu "Ara-Ketu" (c/ Paulo César Pinheiro). Neste mesmo ano, Agepê interpretou "Na paz do Congá, composição sua em parceria com Canarinho.

Em 1987 Alcione interpretou no disco "Nosso nome: resistência", outra composição sua em parceria com Paulo César Pinheiro, "Afreketê". Neste mesmo ano, Milena, pela gravadora 3M lançou o LP "O gosto do amor", disco no qual interpretou "Roda Bahia" (c/ Paulo César Pinheiro). A seguir, em 1988, juntamente com Paulo César Pinheiro, produziu um LP em homenagem aos blocos afros da Bahia. Este disco, "Afro e Afoxés da Bahia", só com músicas da dupla, contou com a participação de vários convidados, como Lazzo ('Malê-Debalê'), Gilberto Gil ('Oju-Obá'), Margareth Menezes ('Olodum'), Luiz Caldas ('Badauê'), Paulinho Feijão ('Ilê-Ayê'), Gilson Nascimento ('Afreketê'), Paulinho Araketo ('Ara-Ketu'), Tribo Nação Ijexá ('Ijexá'), Paulo César Pinheiro na faixa "Olori" e o próprio Edil Pacheco na faixa "Muzenza". No ano seguinte, o disco foi relançado em CD pela mesma gravadora. A partir deste ano torna-se responsável pela edição do evento "Dia do Samba na Bahia", no qual homenageou vários compositores e intérpretes.


Em 1991, no LP "Intérprete", Beth Carvalho incluiu "Traz a vida pro sereno", em parceria com Paulo César Pinheiro.

No ano de 1996, pela gravadora Velas, lançou o CD "Dom de passarinho", no qual incluiu diversas composições de sua autoria: "Dom de passarinho" (c/ Paulo César Pinheiro), "Paz de Xangô" (c/ Capinam), "Jeito danado" (c/ Luiz Melodia), "Forró em Cachoeira" (c/ Paulinho Boca de Cantor), "Peneira e tempero" (c/ Paulo César Pinheiro) e "Tristeza", em parceria com Carlos Lacerda. Neste mesmo ano, Luiz Caldas interpretou de sua autoria "Dengo".

Em 1998, participou do CD "Diplomacia", de Batatinha. Neste disco, lançado pela EMI interpretou, ao lado de Batatinha, Nélson Rufino, Valmir Lima e Riachão, a faixa "De revólver, não". Neste mesmo ano, João Nogueira lançou o CD "João de todos os sambas", no qual incluiu "Caminha, Caymmi" (Edil Pacheco, João Nogueira e Paulo César Pinheiro) e Luiz Melodia gravou uma parceria de ambos, "Jeito danado".



Em 1999 fez a produção do CD "Pérolas finas" em homenagem ao parceiro e amigo Ederaldo Gentil. Neste disco, ao lado de vários convidados como Paulo César Pinheiro, João Nogueira, Paulinho Boca de Cantor, Pepeu Gomes, Gilberto Gil, Elza Soares e Beth Carvalho, interpretou a faixa "Maria da Graça".

No ano de 2002 produziu, em parceria com Paulinho Boca de Cantor, o disco "Do lundu ao axé - Bahia de todas as músicas", disco no qual interpretou em dueto com Paulinho Boca de Cantor a faixa "Isto é bom" de autoria de Xisto Bahia, cantor e compositor do início do século XIX. Deste disco, também participaram Daniela Mercury, Lazzo, Moraes Moreira e Carlinhos Brown, entre outros.

Em 2003 lançou o CD "O samba me pegou" no qual incluiu, entre outras, "Meu coração sabe gostar" (c/ Capinan), "Começo de caso" (c/ Paulo César Pinheiro), "Amor por decreto" (c/ Jorge Portugal), "Estrela azul" (c/ Ildásio Tavares), "Caçuá" (c/ Paulo César Pinheiro) e regravou "De amor é bom" (c/ João Nogueira), "Samba do grande amor" (Chico Buarque) e "O dengo que a nega tem", de Dorival Caymmi. Neste mesmo ano, Mart'nália interpretou "Ijexá" no CD "Um ser de luz - saudação à Clara Nunes".

Em 2004 sua composição "Se segura, segurança" (c/ Dalmo Castelo e João Nogueira), foi incluída no CD "Passeador de palavras", de Dalmo Castello.

Tem mais de 250 composições gravadas por diversos artistas, entre eles, Luís Vieira, Baby do Brasil, Moraes Moreira, Leci Brandão, Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar, Virginia Rodrigues, Elza Soares e Luiz Caldas na composição "Dengo".

Entre seus parceiros destacam-se os poetas Paulo César Pinheiro, Cid Seixas, Luiz Galvão, Capinam e Ildásio Tavares, Béu Machado, Cardan Dantas e Jairo Simões,Moraes Moreira e João Nogueira, com quem compôs o sucesso "De amor é bom".



João Carlos Assis Brasil

Irmão gêmeo do saxofonista Vitor Assis Brasil. Iniciou sua formação no Conservatório Brasileiro de Música (RJ), onde estudou piano, harmonia e teoria musical. Aos 10 anos de idade, recebeu o 1º Premio do Conservatório. Em 1960, continuou seus estudos com o concertista Jacques Klein. Dois anos depois, venceu o Concurso Nacional de Piano da Bahia. Em 1964, viajou para Paris (França), onde estudou com Pierre Sancan.

Em 1965, participou do Concurso Internacional Beethoven, realizado em Viena (Áustria). Classificou-se em 3º lugar, disputando com mais de 60 candidatos. Nessa capital, aprimorou seus estudos com Richard Hauser e Dieter Weber, e atuou como solista na Orquestra Filarmônica de Viena. 

No ano seguinte, apresentou-se no Wigmore Hall (Londres), no Brahmsaal (Viena), no auditório da Família Meneghine (Milão) e no Teatro de Belgrado (Iuguslávia). 

Em 1970, estudou com Ilona Kabos, em Londres. 

Em 1975, apresentou-se na Universidade Católica em Washington. 

Na década de 1980, formou, com Zeca Assumpção (baixo) e Cláudio Caribé (bateria), o João Carlos Assis Brasil Trio, que mais tarde contou com a participação de David Chew (violoncelo) e Idriss Boudrioua (sax). Apresentou-se, com o grupo, em vários concertos. Ainda nessa época, atuou como professor do Conservatório Brasileiro de Música e, durante cinco anos, como professor e diretor da Faculdade de Música da Universidade Estácio de Sá (RJ). 

A partir de 1982, começou a desenvolver um trabalho com Clara Sverner (dois pianos e quatro mãos), gravando o LP "Clara Sverner e João Carlos Assis Brasil: Satie-Joplin", considerado um dos 10 melhores disco do ano pelas revistas "Manchete" e "IstoÉ". 

Em 1985, atuou como membro do júri do Concurso Nacional de Piano Arnaldo Strela, realizado em Juiz de Fora (MG). Apresentou-se, nesse ano, novamente ao lado de Clara Sverner, no Teatro Cultura Artística (SP), em concerto gravado ao vivo e lançado no LP "Clara Sverner e João Carlos Assis Brasil: Gershwin-Fauré". 



Mais tarde, apresentou-se no Rio e em São Paulo, em duo piano-oboé com Harold Emert, e em duo piano-violino com Oscar Lafer. 

Atuou em inúmeros concertos com a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal, com a Orquestra Sinfônica Brasileira, com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e com a Orquestra Sinfônica de São Paulo, sob a regência de Eleazar de Carvalho e John Neschling, entre outros maestros. 

Dirigiu a série "Concertos de Sábado", no Shopping Cassino Atlântico (RJ). 

Atuou nos projetos "Metrô-Música" e "Rioarte instrumental" (RJ). 

Acompanhou vários artistas, como Maria Bethânia, Zizi Possi, Alaíde Costa e Olívia Byington, entre outros, destacando-se por sua atuação, em 1987, no show "Pescador de pérolas", de Ney Matogrosso, com o qual viajou pelo Brasil e Portugal. 

Em 1988, além de inúmeras apresentações em salas de concerto, gravou, com Ney Matogrosso e Wagner Tiso, e participação de Jaques Morelenbaum e Jurim Moreira, o disco "A Floresta Amazônica - Villa-Lobos". 

Lançou dois discos sobre Villa-Lobos, o primeiro com a cantora Leila Guimarães, executando a Bachiana nº 5, e o segundo realizando a primeira gravação do 3º movimento da Bachiana nº 2. 

Em 1989, apresentou-se, ao lado de Olívia Byington, no Rio de Janeiro (Rio Jazz Clube) e em outras capitais, em show que gerou um disco gravado ao vivo. 

Lançou a seguir, o disco "Self portrait" sobre a obra de seu irmão Vitor Assis Brasil, com a participação de Zeca Assumpção (contrabaixo), Jurim Moreira (bateria) e Paulo Sérgio Santos (clarineta e sax). 

Em 1992, apresentou-se, ao lado de Alaíde Costa, em show que originou a gravação de um CD. 



De 1994 a 1997, idealizou e apresentou o programa "Instrumental informal", transmitido pela TVE. 

Em 2000, dividiu o palco do Teatro Café Pequeno (RJ) com Claudia Netto e Claudio Botelho, no show "American concert", interpretando clássicos da canção norte-americana de autoria de George & Ira Gershwin, Irving Berling, Cole Porter e Rodgers & Hart, entre outros. Nesse mesmo ano, fez recital na Fundação Eva Klabin (RJ), ao lado de Clara Sverner, interpretando obras de Erik Satie, Villa-Lobos, Ernesto Nazareth e Ravel,

Apresentou-se, em 2001, na Série Instrumental da Sala Cecília Meireles (RJ), interpretando obras de Gershwin, Chiquinha Gonzaga, Nazareth, Cole Porter e do irmão Victor Assis Brasil. 

Em 2004, gravou o CD "Todos os pianos". Fez show de lançamento do disco no Mistura Fina (RJ). Nesse mesmo ano, apresentou-se no tributo "Para Victor, com carinho", em homenagem a seu irmão Victor Assis Brasil, no espaço que leva o nome do instrumentista e compositor falecido em 1981, no Parque dos Patins, na Lagoa (RJ), do qual também participaram Nivaldo Ornellas e Luiz Avellar Trio.

Em 2005, apresentou-se, ao lado de Claudia Lira, no Café Teatro Arena (RJ), com o show "Chão de Estrelas - Uma homenagem à Era do Rádio".

Além de sua trajetória como pianista, atua como professor de piano.

Em parceria com o cantor Márcio Gomes, lançou, em 2013, o DVD "Música Popular In Concert", interpretando clássicos da música brasileira e da música internacional, com show no Theatro Net Rio (RJ).



Fonte: Dicionário da MPB

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