Duas décadas depois o Musicaria Brasil relembra a ausência do cantor e compositor
Por Luís Pimentel
Cantor e compositor com destacada folha de serviços prestados à música brasileira, especialmente na valorização dos artistas e na defesa dos seus direitos, Maurício Tapajós faria 70 anos neste dezembro de 2013; morreu muito novo, em 1995.
O Gordo, como apelidado pelos amigos, era filho do cantor, compositor, pesquisador da MPB e radialista Paulo Tapajós, irmão do ótimo compositor Paulinho Tapajós e da cantora Dorinha (uma daquelas lindas meninas que sedimentaram a estrada do Quarteto em Cy nos anos 70), ambos também falecidos (Dorinha em 1989; Paulinho em 2013).. Compôs em dupla com grandes letristas, como Paulo César Pinhero (Tô voltando), Aldir Blanc (Querelas do Brasil), Hermínio Bello de Carvalho (A Mangueira é lá no céu), Nei Lopes (A cidade se diverte), Cacaso (Carro de boi) e Capinam (A gente ama), entre outros parceiros e tantas outras melodias, construindo uma obra marcada pela canção de protesto e pela inspiração em temas nacionais.
Maurício, arquiteto por formação e criador por vocação, teve canções orquestradas pelo maestro Maestro Radamés Gnatalli e estudou arranjos com Ian Guest. Foi um melodista dos mais inspirados, que compunha e tocava violão com elegância e simplicidade. Sua luta pela dignidade da profissão – com a criação da gravadora Saci, de sociedades de direitos autorais como a Sombrás e a Amar, e na produção de inúmeros shows coletivos – foi sempre reconhecida pelos seus pares : no mesmo ano de sua morte foi realizado no Teatro João Caetano, no Rio, o show tributo "Amigos lembram Maurício Tapajós", com a participação de muita gente do meio musical, como o irmão Paulinho, Mu Carvalho, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Carlinhos Vergueiro, João Nogueira, Sérgio Ricardo, Cristina Buarque, Miúcha, Os Cariocas, O Trio, Cristóvão Bastos, Zezé Gonzaga, Célia Vaz, Alaíde Costa, Moacyr Luz, Marco Sacramento, Paulo Malaguti, Elza Maria e Amélia Rabelo, entre outros.
Em sua saudade, os amigos Moacyr Luz, Luiz da Vila e Aldir Blanc compuseram uma obra-prima, que num trecho diz assim:
“Gordo, ligaram pra mim sobre a hora do enterro/Foi trote, isso tudo não passa de um erro/Me encontra com o riso de sempre no bar”
Maurício Tapajós é um nome para ser sempre lembrado e admirado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário