Cantor recebe nesta semana prêmio do Grammy Latino. Na agenda, apresentações do novo disco na Argentina, Uruguai e Europa
Por Ailton Magioli
Em pleno lançamento do CD/DVD 'Atento aos sinais vivo', Ney Matogrosso dá uma paralisada na agenda da turnê do mais recente trabalho para receber quinta-feira, em Las Vegas, nos EUA, o 15º Grammy Latino pelo conjunto da obra. “Fico feliz, mas não tenho ilusão de que o prêmio vá mudar alguma coisa em minha vida”, afirma o cantor. Ney aproveita a viagem para passar por Miami, onde há interesse por um show dele. “Confesso que tinha um pouco de preconceito em relação à cidade, mas estou aproveitando para rever os meus conceitos”, pondera.
Além de 'Atento aos sinais', gravado ao vivo em São Paulo, ele está lançando o documentário Olho nu, de Joel Pizzini, que ainda rendeu um CD com a trilha sonora do filme, selecionada por ele. Com 16 faixas, que vão da época dos Secos & Molhados aos sucessos de Cartola, o disco, assim como o filme, é um lançamento da Coleção Canal Brasil.
Paralelamente, o cantor leva 'Atento aos sinais' ao Uruguai no mês que vem, reservando janeiro para a Argentina e, depois, em turnê pela Europa. A Portugal, por exemplo, Ney vai regularmente. “Interessa-me por causa da compreensão da língua”, afirma o cantor, que frequenta os palcos portugueses desde 1983.
No CD/DVD ao vivo do mais recente trabalho, Ney Matogrosso vai além do apresentado até então em duas canções, que acrescentou ao repertório do show. Trata-se de 'Poema', de Cazuza e Frejat, e 'Ex-amor', de Martinho da Vila, que ele gravou no sambabook do compositor.
Novo fim Originalmente, 'Atento aos sinais' terminava com a interpretação do 'Astronauta lírico', de Vitor Ramil, quando centenas de bolas de sabão flutuam no cenário. “O público se empolgava, achava que não era o fim”, recorda o cantor, que decidiu acrescentar as duas canções para encerrar o show.
O espetáculo, que teve pré-estreia em fevereiro, no Cine-Theatro Central, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, é um dos mais empolgantes da fase pop do cantor, que também faz de 'Atento aos sinais' o show mais tecnológico da carreira. Vestido de preto, sentado em uma cadeira espelhada, Ney abre a performance interpretando 'Rua da passagem (Trânsito)', de Arnaldo Antunes e Lenine, seguida de 'Incêndio', de Pedro Luís, que remete inevitavelmente às manifestações populares de junho.
Mesmo íntimo do próprio público – “tem gente que já conheço”, revela – o cantor diz notar que “tem gente chegando, como crianças e cabeças brancas. Gay, hétero, tudo junto. A minha proposta para a vida é esta. Odiaria ficar preso a guetos”, conclui.
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