Compositor. Nasceu na região do Cariri, no Ceará. Com 13 anos seguiu com os pais para a cidade baiana de Ilhéus. Por essa época ganhou de presente um cavaquinho, e, logo que aprendeu a tocar um pouco, começou a compor. Em 1932, mudou-se para o Rio de Janeiro. Trabalhou no Jornal do Brasil como mecânico linotipista. Foi funcionário federal do Arsenal de Marinha. Em 1950, tornou-se sócio da Sbacem.
Seus maiores sucessos foram as músicas "Aquarela cearense" e "Que rei sou eu?". Em 1944, teve sua primeira composição gravada - o samba "Bola de papel", lançado por Batista de Souza em disco Continental. Em 1945, lançou um de seus maiores sucessos - o samba "...E não sou baiano não", gravado pelo Trio de Ouro, em disco Odeon. No mesmo ano, fez grande sucesso carnavalesco com o samba "Que Rei sou eu?", parceria com Herivelto Martins, e gravado por Francisco Alves, na Odeon. Esse samba fazia alusão ao Rei Carol da Romênia, deposto pelas tropas alemãs em 1940, com a invasão de seu país na Segunda Guerra Mundial. O rei fugiu então para o Brasil e se hospedou no Copacabana Palace, longe de todo o luxo da nobreza, e por isso, perguntava esse samba: "Que rei sou eu?/Sem reinado e sem coroa/Sem castelo e sem rainha/Afinal que rei sou eu?". Ainda em 1945, o samba "Que Rei sou eu?", foi cantado por Nilton Paz, no filme "Pif-Paf", da Cinédia. No mesmo ano, compôs com Herivelto Martins o samba "Rei sem coroa", prolongamento do samba "Que Rei dou eu?", e também gravado por Francisco Alves, na Odeon. Em 1950, o samba "Meu bairro canta" foi gravado pelo grupo vocal Quatro Ases e Um Coringa. Em 1951, o grupo vocal Vocalistas Tropicais, gravou o samba "Mulher de carnaval". Em 1954, o samba "Etiqueta de Mangueira", com Salvador Micelli, na interpretação de Carlos Augusto, foi incluído no LP "Sucessos carnavalescos de 1954", da gravadora Sinter. Em 1956, sua toada "Aquarela cearense" foi gravada pelo Trio Nagô, em LP da Sinter, sendo inclusive o título do disco. Nesse ano, o samba "... E não sou baiano" foi gravado pela cantora Violeta Cavalcanti, no LP "Exaltação à Bahia", da Odeon. Também em 1956, o samba "Eu sou do samba", com Raul Sampaio, foi gravado por Francisco Carlos. Em 1957, o samba "Que Rei sou eu?" foi gravado por Zaccarias e sua Orquestra e incluído no LP "Jubileu de Herivelto", uma homenagem da RCA Victor ao compositor Herivelto Martins. Em 1958, o samba "Saudosa Praça Onze", com Evaldo Rui, foi gravado pela Orquestra e Coro RGE, para o LP "Praça Onze não morreu", da RGE.
Em 1960, o samba "Que Rei sou eu?" foi gravado por Blecaute, para o LP "Na boca do povo", da Polydor. Em 1961, o cantor Carlos Nobre, no LP "O seresteiro moderno", da RCA Victor, gravou o samba "Pode beijar aquela moça", e José Bittencourt lançou, no LP "O amor dos meus sonhos", da gravadora Copacabana, o samba "Trinta dinheiros", com Amaro Gonçalves. Em 1962, criou o grupo vocal Anjos do Sol, com o qual fez apresentações nas Rádios Mauá, Nacional, e Guanabara, além de apresentações nas TVs Rio e Continental. Em 1963, o cantor Noite Ilustrada gravou o samba "Bola de papel", incluído no LP "Noite ilustrada", da gravadora Philips. Em 1965, o samba "Etiqueta de Mangueira", com Salvador Micelli, foi gravado pelos Anjos do Sol, em LP da RGE. Em 1966, o samba "Andorinha", com Salvador Micelli, foi gravado pelo grupo Anjos do Sol, no LP "Anjos do Sol - Volume 2", da RGE. Em 1968, o samba "A maior Maria", com Gerôncio Cardoso, foi gravado por Carlos Cesar, no LP "Carlos César é de samba", da Chantecler. Esse samba seria relançado no ano seguinte pelo grupo vocal Demônios da Garôa, no LP "Doido varrido", da Chantecler, e por Roberto Silva, no LP "Receita de samba", da gravadora Copacabana. Em 1973, Moreira da Silva regravou o samba "...E não sou baiano", no LP "Consagração", da gravadora CID. Ainda em 1973, Djalma Pires gravou o samba "Que Rei sou eu?", para o LP "O tempo passa... O samba fica", da gravadora RGE. No ano seguinte, Ary Lobo, em LP da Som/Copacabana, gravou o samba "Praia de Iracema". Em 1976, o grupo vocal Demônios da Garoa regravou o samba "A maior Maria", para o LP "É com esse que eu vou", do selo Alvorada/Chantecler. No mesmo ano, Cyro Aguiar, no LP "Proporções", da gravadora Som Livre, registrou o samba "... E não sou baiano". Parceiro de nomes como Herivelto Martins e Raul Sampaio, teve mais de vinte composições gravadas por intérpretes como Francisco Alves, Moreira da Silva, Trio de Ouro, Violeta Cavalcânti, Blecaute, Noite Iustrada, e Roberto Silva, entre outros.
Fonte: Dicionário da MPB
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