Compositora, pianista, cantora e arranjadora, a carioca Delia Fischer iniciou-se no piano com a professora Salomé Gandelmann. Estudou com Antonio Guerra Peixe e Luiz Eça. Iniciou-se profissionalmente com o grupo Duo Fenix, formado por Delia e Claudio Dauelsberg. Os dois CDs lançados tiveram boa repercussão no Brasil e no exterior, tendo recebido críticas positivas nos principais jornais do mundo.
Com o Duo Fenix, Delia participou de importantes festivais de jazz como “Montreaux Jazz Festival” e “Sofia Jazz Festival”, na Bulgária. A dupla se apresentou ainda no New Morning, em Paris, e produziu dois álbuns de carreira: o primeiro Duo Fenix pela BMG e, o segundo Karai –etê, lançado pelo selo Alemão In and Out Records.
Em 1999 Delia lançou seu primeiro álbum solo Antonio pelo importante selo alemão ECM Records. Nesse período atou e gravou com Toninho Horta, Ed Motta, Nivaldo Ornelas, Nico Assumpção, Erasmo Carlos, Bob Baldwin (EUA) e Thiago de Mello (EUA), dentre outros artistas. Possui, ainda, um extenso currículo em workshops de harmonia e improvisação pelo Brasil e exterior.
Em 2006 participou da turnê de lançamento CDs de dois artistas internacionais: Hotel Vermont da cantora sueca Lisa Nilsson por toda a Escandinávia e, também, lançando o CD Casa da Praia do grupo Avenida Atlântica. Neste último, Delia atuou como cantora e compositora deste grupo, ao lado de Maria Petersen (Dinamarca). Apresentaram-se em importantes festivais como “Copenhagen Jazz festival”, cujo show foi elogiado pela crítica especializada.
Partindo para novos desafios, Delia vem, nos últimos anos, integrando-se ao cenário teatral brasileiro. Em 2007 orquestrou o espetáculo 7 – O Musical de Ed Motta, Claudio Botelho e Charles Moeller. Em outubro de 2009 apresentou-se no Maison de La Danse (Lyon – França) com o espetáculo Beatles num Céu de Diamantes de Claudio Botelho e Charles Moeller. No mesmo ano recebeu o Prêmio Shell de Teatro na categoria Música pelos arranjos deste espetáculo. Em 2010 assinou a direção musical do espetáculo Era no Tempo do Rei com composições de Carlos Lyra e Aldir Blanc e direção de João Fonseca.
Delia lançou em 2010 seu segundo CD solo Presente pela gravadora Dubas que traz parcerias com Thiago Picchi, Sergio Natureza e Camila Costa. Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal e as cantoras Lisa Nilsson e Ana Carolina participam especialmente deste CD.
Em 2011 recebeu o Prêmio Sesc Rio de Fomento à Cultura, através do qual realizou o projeto do CD Saudações Egberto. Em junho do mesmo ano realizou uma curta temporada de lançamento deste CD no Espaço SESC Copacabana. Neste projeto Delia apresenta releituras de músicas de Egberto Gismonti com arranjos surpreendentes e letras elaboradas especialmente para este CD, como “Cor de Sol” (versão letrada de Eugenio Dale para “Lorô”). Delia também encomendou para Ronaldo Bastos a letra do clássico “Pêndulo”, que tornou-se “Um Outro Olhar” e conta com o vocal de Moska. O próprio Egberto Gismonti também participa tocando violão de 10 cordas na faixa título do disco.
De 2011 a 2012 Delia integrou a banda do projeto Ensaio de Cores da cantora Ana Carolina. Em 2012 foi convidada para dois novos desafios: em “Milton Nascimento – Nada Será como Antes” – da dupla Moeller e Botelho – atuou como arranjadora, pianista e integrante do elenco principal como cantora; e assinou a direção musical e arranjos do “Rock in Rio, o musical”, da Aventura Entretenimento.
Em 2013 foi indicada ao Prêmio APTR (Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro) na categoria “Melhor Música” para o espetáculo “Milton Nascimento – Nada Será Como Antes”. Também foi responsável pelos arranjos e direção musical do show “Tributo a Raul Seixas” na edição 2013 do Rock in Rio, executado pela banda Detonautas Roque Clube, com participação de Zelia Duncan e Zeca Baleiro.
Em 2014 concorreu ao Prêmio Shell de Teatro na categoria “Música” por “Elis – A musical” e foi indicada e vencedora do Prêmio Cesgranrio de Teatro na categoria “Melhor Direção Musical” por “Elis – A Musical”, dirigido por Dennis Carvalho com texto de Nelson Motta e Patricia Andrade. Ainda neste prêmio foi indicada nesta mesma categoria pelos arranjos de “Rock in Rio – O Musical”.
Atualmente dedica-se a novas composições e parcerias.
Discografia Oficial
Antonio (1999)
Primeiro álbum solo de Delia Fischer após o término do Duo Fenix. Lançado em 1999 pela ECM (importante gravadora que tem em seu elenco Egberto Gismonti, Naná Vasconcelos, Keith Jarret. Pat Metheny, dentre outros), o CD foi gravado durante a gestação de Delia e ganhou este nome em homenagem a seu filho.
Produzido por Egberto Gismonti, o disco reúne alguns músicos com quem Delia esteve trabalhando naquele período, como por exemplo: Nico Assumpção, Nivaldo Ornelas, Romero Lubambo, Marcelo Mariano e o grupo de percussão Baticun.
Neste CD, além de compositora, Delia Fischer atuou também como arranjadora de todas as faixas.
Presente
Delia Fischer investe na canção popular em seu segundo álbum “Presente”e também atua como cantora e produtora. Em seu segundo álbum, Delia investe na canção popular e também atua como cantora e produtora. Produzido em parceria com o produtor Pedro Guedes, o disco traz treze músicas inéditas, algumas em parceria com Thiago Picchi, Sergio Natureza e Camila Costa. Para a preparação vocal, Delia contou com o auxílio luxuoso de Felipe Abreu. Participações especiais de Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal e das cantoras Lisa Nilsson e Ana Carolina.
Saudações Egberto
Delia Fischer saúda Egberto Gismonti em disco
Delia Fischer sempre sonhou em revisitar a obra de Egberto Gismonti. Mas revisitar mesmo: vestir os temas com novos arranjos, encomendar letras para clássicos, carimbar com as suas digitais a produção do multiinstrumentista e compositor. O CDSaudações Egberto é o resultado de um sonho. Não por acaso, “O sonho”, de 1969, foi escolhido para abrir o disco. “Foi ano da chegada do homem à lua. Apesar de tudo, a música continua atual. Sacha Amback participa lindamente fazendo um interlúdio eletrônico”, lembra ela sorridente.
O lançamento foi feito em 2011 durante uma temporada na Arena do Espaço SESC em Copacabana. Acompanharam Delia: Pedro Guedes (violão, baixo e violão tatu), Pedro Mibielli (violino, cellolino, bandolim, guitarrinha e rabeca) e Naife Simões (percussão, bateria, flugelhorn e percussão vocal) – a mesma banda do estúdio, por onde ainda passaram Paulinho Moska e o homenageado, Egberto Gismonti. Moska canta com ela a faixa “Um outro olhar / (Pêndulo)”, cuja letra foi encomendada aRonaldo Bastos especialmente para o disco, e Egberto toca o seu violão de dez cordas na faixa-título, parceria dele com Paulo César Pinheiro.
Para escolher o repertório, Delia escutou novamente todos os discos do mestre, “que são ainda incrivelmente atuais e instigantes e me fizeram querer tocar, compor e entrar no universo musical, com a grande vantagem de poder agora realizar com maturidade e colocar um pouco da minha própria visão”. Ela dedicou especial atenção à primeira fase da produção musical do compositor, a mais “popular”, dos anos 1970 e 1980, quando ele usava fartamente o formato canção, com letra ou instrumental. “Egberto é um músico que possui todas as ferramentas para a criação de obras sinfônicas, canções e ainda tem o dom da improvisação, como os grandes mestres do século XIX. Isso tudo aliado a seu profundo conhecimento da música universal e mantendo o foco no Brasil”, diz.
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