Árbitro e jogador: bronca no apitador
Carlinhos Vergueiro nasceu em São Paulo em 1952 e iniciou sua carreira artística em 1973, gravando dois compactos, quando ainda trabalhava na Bolsa de Valores da capital paulista.
Em 1974, lançou ‘Brecha”, seu primeiro LP, quando passou a viver exclusivamente de música.
Já se apresentou na Itália, recebendo o Prêmio Tenco, em 1983, em San Remo (ITA), na França e em Cuba. Carlinhos Vergueiro produziu discos do grande compositor paulista Geraldo Filme (1980), o último disco de Nelson Cavaquinho – “As Flores da Vida” (1985), o disco “A Ópera do Malandro”, de Chico Buarque para o filme de Ruy Guerra (1985) e Candeia (1986), com sambas inéditos do compositor.
Carlinhos Vergueiro
Na época da Copa do Mundo 2010, lançou “Contra-Ataque – Samba e Futebol”, pela Biscoito Fino, com 3 músicas a mais em relação ao CD original, de 1999, independente. Nele, está a famosa Camisa Molhada – clássico feito em parceria com o corintiano Toquinho (tricolor em SP e no RJ).
Inspira-se nas peladas nos campos de terra, presente nessa aula de samba e futebol. “Fique de olho no apito”… Quem ouvia as transmissões da equipe de Osmar Santos na rádio Globo SP no final dos 70 e 80 deve se lembrar da vinhetinha que anunciava o trio de arbitragem. Contra-Ataque, CD que tinha também Nação Corinthians, muito bonita (costuma ser usada em programas de TV), e músicas sobre Raí e Zico, agora tem ainda Romário, Linhas de Prazer e um samba inédito, Irresistível (parceria de Carlinhos com a filha, Dora Vergueiro, e Afonso Machado).
Em Linhas de Prazer, o tricolor Vergueiro escala “linhas plenas de magia” de timaços que marcaram época: a do Botafogo de Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagallo; a do São Paulo de 1957 – Maurinho, Amauri, Gino, Zizinho, Canhoteiro; a do Brasil de 70: Jairzinho, Gérson, Pelé, Tostão, Rivellino.
Camisa Molhada – “Fique de olho no apito” – Carlinhos Vergueiro, em parceria com Toquinho (1976)
Fique de olho no apito,
Que o jogo é na raça
E uma luta se ganha no grito.
E se o juiz apelar,
Não deixe barato,
Ele é igual a você e não pode roubar.
O domingo é de guerra, o campo é de terra,
O boteco é do lado.
Na hora marcada, a meia rasgada,
O joelho ralado.
É debaixo de chuva, é debaixo de sol,
É no meio da lama.
A vontade é de graça, a vitória é a taça
Do fim de semana.
É o chute no canto, é o Espirito Santo,
É a chance perdida.
É a falta de sorte, é a vida, é a morte,
É a contrapartida.
É a fome, é a sede, é a bola na rede,
A torcida a favor.
A camisa molhada, no corpo abraçada,
É seu único amor.
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