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segunda-feira, 23 de junho de 2014

MÚSICA, ÍDOLOS E PODER (DO VINIL AO DOWNLOAD) - PARTE 52



CAPÍTULO 52 

Quando eu era moleque, lá no interior da França, as pessoas de bem diziam: 

— Veja este senhor, é um homem de respeito... Ele tem a “Légion d’Honneur” (Ordre National de la Légion d’Honneur (Ordem Nacional da Legião de Honra)) ! E eu olhava aquele fulano com circunspeção, sem entender muito bem o que aquilo significava. Só sabia que a “Légion d’Honneur” tinha sido inventada por Napoleão Bonaparte duzentos anos atrás, na França, sendo inicialmente concedida a quem tinha servido com honra a pátria... Pois bem, o momento de eu entender tinha chegado, quando me levantei respondendo ao chamado do Jean de Gliniasty, que fez um longo discurso precedendo a entrega que ele me fazia da tal “Légion d’Honneur”: 

— Agradeço a Vossa Excelência, o embaixador da França no Brasil, por me outorgar, em nome do presidente da República francesa, esta prestigiosa condecoração francesa, justo neste momento, quando durante o transcurso deste ano eu fui e me senti muito, muito brasileiro... Ministro Gil, obrigado por me ter dado a oportunidade de reconciliar o meu lado brasileiro com o meu lado francês. 

Obrigado à minha mãe, por me ter feito cabeça-dura e trabalhador... Obrigado à Gilda, minha mulher, por ter sido uma incansável companheira. E não posso terminar sem mandar um especial carinho a meus filhos, Philippe e Antoine... A todos, prometo que irei sempre exercer minha recém-adquirida respeitabilidade de Chevalier de la Légion d’Honneur com uma boa dose de irreverência e alegria. 

Esse trecho foi parte do meu discurso, ao ser condecorado como “Chevalier de la Légion d’Honneur” (Cavaleiro da Legião de Honra) no jantar de encerramento do “Ano do Brasil na França”, em São Paulo, na presença dos patrocinadores e promotores.

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