Entra ano, sai ano e eles continuam sempre em alta: os discos de vinil. Ainda que o MP3 tenha ocupado de vez os ouvidos do público e o CD mantenha uma posição confortável, o mercado do vinil está cada vez mais aquecido. Na Inglaterra, por exemplo, mais de 550 mil LPs foram vendidos só em 2013 - o melhor resultado de vendas desde 2003. Ainda que o mercado por lá seja bem diferente do nosso, o Brasil não fica para trás. A Polysom, única produtora de vinis da América Latina, fechou o último ano com um crescimento de vendas maior que 140% em relação aos outros anos, resultado do extenso catálogo de discos que inclui Jorge Ben Jor, Tulipa Ruiz e Vanguart.
E seu eu quiser colecionar discos de vinil ou montar minha própria aparelhagem, por onde começo?
Cada vez mais populares, as vitrolas/toca-discos podem ser encontradas em qualquer rede de lojas instalada pelo Brasil. Walmart, FNAC, Submarino e até Americanas. Cada uma delas conta com um modelo específico, indo de edições compactas, até aparelhos que podem ser utilizadas como objetos de decoração. As melhores, naturalmente, são as versões portáteis, como as da marca norte-americana Crosley (foto acima). Com um visual vintage, as peças podem ser encontradas tanto em versões "de mão", como pequenas malas, até edições um pouco mais robustas, com caixa de som potente e estrutura um pouco maior. Importante observar que grande parte dessas novas versões possuem entrada USB, acessório mais do que indicado para quem pretende digitalizar aquele vinil antigo.
Por se tratar de um produtor importado, o preço de um toca-discos novo no Brasil pode parecer bastante salgado para algumas pessoas. É possível encontrar desde versões "mais baratas", que variam entre R$ 200 e R$ 400, até aparelhos que ultrapassam os R$ 2 mil. Normalmente as edições decorativas - como aquelas vitrolas da década de 1950 - são as mais caras, quase sempre acompanhadas de caixas de som adicionais, rádio, CD e Bluetooth. Já quem se arriscar a importar de lojas estrangeiras, como a Amazon, além do preço do frete (que acaba sendo altíssimo), corre o risco de ser taxado quando o produto chega ao país.
Vale à pena comprar toca-discos usados ou antigos? Depende do estado do produto. Enquanto algumas peças podem ser encontradas praticamente ilesas, outras precisam de reparos ou mesmo cuidados contínuos. É possível encontrar desde produtos com a rotação mais lenta - caso de um toca-discos antigo que comprei há pouco tempo -, até problemas de fiação e falta de agulha - produto que também conta com um preço bastante instável no Brasil. Na dúvida, segurar um pouco mais o dinheiro e comprar uma vitrola novinha pode te salvar de alguns enrascadas.
E discos de vinil, onde comprar?
Se você quer apenas se afundar em nostalgia, resgatando aquele clássico (quase) esquecido dos anos 1970/1980, qualquer sebo pequeno se transforma em um verdadeiro parque de diversões para um colecionador iniciante. É possível encontrar ótimos exemplares por preços baixíssimos. Eu mesmo já paguei R$ 10 por dois discos da banda inglesa The Smiths em perfeita qualidade. Em média, os discos vão de R$ 5 - trilhas sonoras de novela ou registro em grande estoque -, até R$ 20. Discos um pouco mais raros, como The Beatles, Pink Floyd e The Rolling Stones podem facilmente ultrapassar os R$ 150, dependendo da qualidade e da preservação do produto. Importante: sempre que for comprar um disco, seja ele barato ou caro, preste muita atenção se ele não está riscado.
Diferente de outros anos, quando o estoque era baixíssimo e a procura menor, quem busca por novos LPs, sejam eles relançamentos ou álbuns recém-saídos do forno, não precisa de muito esforço para conseguir o tão cobiçado exemplar. Há desde pontos especializados - com preços que variam entre R$ 50 e R$ 100 -, até grandes redes de lojas/livrarias (caso da Livraria Cultura), em que cada disco varia entre R$ 80 e R$ 300. Observem que não estou incluindo edições especiais ou coleções de discos fechadas, estas passam os R$ 500. Se você mora em uma cidade pequena e mesmo assim quer curtir um som em vinil, diversas lojas brasileiras entregam seus produtos pelo correio - e o frete sai por um preço bastante amigável. Outra grande vantagem em comprar discos novos está no fato de que é possível baixar legalmente a versão digital do álbum. Dessa forma, você pode ouvir em casa na vitrola e correr pela rua com seu smartphone.
Importar é outra possibilidade para os compradores de vinil, porém, novamente você fica refém do frete e das altas taxas de importação. Outro problema é o extravio pelo correio. Tanto eu como diversos amigos já tiveram discos que nunca chegaram ou simplesmente "se perderam" pelo caminho.
A melhor alternativa continua sendo as feirinhas de discos. Em São Paulo, por exemplo, todo mês é realizada a Feira de Discos, evento itinerante e com entrada gratuita que reúne expositores de diversos pontos da capital paulista. Com discos a preços bastante acessíveis, e um catálogo variado de opções, é possível encontrar desde obras clássicas do Jazz - Miles Davis, Coltrane -, clássicos antigos e recentes do indie - Pavement, Arcade Fire -, eletrônica - Daft Punk, Kraftwerk -, e outros gêneros sempre fartos. O melhor de tudo são os descontos, chegando a 30% dependendo do número de discos que você pretende levar para casa.
Com os discos em casa, mantenha as embalagens sempre organizadas na posição vertical - nunca empilhados - e protegidos em um ambiente de clima agradável. Depois, é só selecionar o álbum, ligar o toca-discos, posicionar a agulha no ponto certo e se deliciar.
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