Em ode a outro Gilberto, Gil celebra também Dorival Caymmi no ano do seu centenário
Por Bruno Negromonte
Difícil o artista contemporâneo de Gilberto Gil que não tenha sido impactado pelo álbum "Chega de Saudade", obra-prima da fonografia brasileira lançado em 1958 por João Gilberto. Este antológico trabalho de estreia de João Gilberto tornou-se um clássico ao redor do mundo e foi, de certo modo, um dos principais influenciadores do movimento musical que viria a surgir logo tempo depois intitulado de Bossa Nova. Produzido e arranjado por Tom Jobim o trabalho que tem um pouco mais de 22 minutos é composto por doze faixas que viria a tornar-se posteriormente clássicos do cancioneiro popular e notórias ao redor do mundo. Canções como "Desafinado" e a faixa-título são a prova desta afirmação.
"Chega de Saudade" é um trabalho que de tão contemporâneo tornou-se atemporal e por toda modernidade sonora existente acabou tornando-se na música, de modo especial na brasileira, uma grande referência sonora embebendo o tino para a música de muitos artistas que hoje permeiam a música brasileira, dentre eles Gilberto Gil. "Gilbertos Samba" acabou tornando-se não só um grande tributo a um artista que dividiu a música brasileira em antes e depois de sua existência mas também uma grande celebração em homenagem a Bahia a partir da tríade Gilberto Gil-João Gilberto-Dorival Caymmi.
Do repertório do artista juazeirense Gil pincela "Tim tim por tim tim" (Haroldo Barbosa e Geraldo Jacques), "Milagre" (Dorival Caymmi), "Aos pés da cruz" (Marino Pinto e Zé da Zilda), "O pato" (Jayme Silva e Neusa Teixeira), "Desafinado" (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça), "Desde que o samba é samba" (Caetano Veloso), "Doralice" (Antonio Almeida e Dorival Caymmi), "Você e eu" (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes), "Eu vim da Bahia" (canção composta por Gil por volta de 1965) entre outras.
Produzido por Bem Gil e Moreno Veloso o álbum está previsto para chegar às lojas neste mês de abril via Sony Music e conta com a inédita "Gilbertos" e participação dos irmãos Danilo e Dori Caymmi.
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